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A cada 24 horas, ao menos oito mulheres são vítimas de violência

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Dados contabilizam casos de 2023 em oito estados brasileiros


Publicado em 07/03/2024 — 05:01 Por Ana Cristina Campos – repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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No ano de 2023, ao menos oito mul­heres foram víti­mas de vio­lên­cia domés­ti­ca a cada 24 horas. Os dados ref­er­em-se a oito dos nove esta­dos mon­i­tora­dos pela Rede de Obser­vatórios da Segu­rança (BA, CE, MA, PA, PE, PI, RJ, SP).

A infor­mação con­s­ta do novo bole­tim Elas Vivem: Liber­dade de Ser e Viv­er, divul­ga­do nes­ta quin­ta-feira (7). Ao todo, foram reg­istradas 3.181 mul­heres víti­mas de vio­lên­cia, rep­re­sen­tan­do um aumen­to de 22,04% em relação a 2022, quan­do Pará e Ama­zonas ain­da não fazi­am parte deste mon­i­tora­men­to.

Ameaças, agressões, tor­turas, ofen­sas, assé­dio, fem­i­nicí­dio. São inúmeras as vio­lên­cias sofridas que não começam ou se esgo­tam nas mortes reg­istradas. Os dados mon­i­tora­dos apon­taram 586 víti­mas de fem­i­nicí­dios. Isso sig­nifi­ca diz­er que, a cada 15 horas, uma mul­her mor­reu em razão do gênero, majori­tari­a­mente pelas mãos de par­ceiros ou ex-par­ceiros (72,7%), que usaram armas bran­cas (em 38,12% dos casos), ou por armas de fogo (23,75%).

“A mobi­liza­ção con­tra o fem­i­nicí­dio e out­ras for­mas de vio­lên­cia sal­va vidas. Nós já perdemos mul­heres demais, e ain­da perder­e­mos. É a denún­cia incan­sáv­el que preser­vará a vida de tan­tas out­ras”, disse a jor­nal­ista Isabela Reis, que assi­na o prin­ci­pal tex­to des­ta edição do relatório.

Estados

O novo bole­tim ampliou a área de mon­i­tora­men­to. Pela primeira vez, o Pará está entre as regiões mapeadas, ocu­pan­do a quin­ta posição no rank­ing entre os oito esta­dos com 224 even­tos de vio­lên­cia con­tra mul­heres. No con­tex­to da Região Amazôni­ca, estão as desigual­dades soci­ais e o garim­po, que agravam essas dinâmi­cas vio­len­tas, segun­do o relatório.

Na com­para­ção com 2022, os dados mostram São Paulo como o úni­co esta­do a ultra­pas­sar mil even­tos de vio­lên­cia – alta de 20,38% (de 898 para 1.081). Em segui­da vem o Rio de Janeiro, que reg­istrou 13,94% (de 545 para 621) a mais que no ano ante­ri­or. Já o Piauí, emb­o­ra reg­istre menos casos em números abso­lu­tos, é o esta­do que reg­istrou a maior taxa de cresci­men­to: quase 80% de alta em um ano (de 113 para 202).

Tam­bém no Nordeste, com 319 casos de vio­lên­cia, Per­nam­bu­co reg­istrou 92 fem­i­nicí­dios. A Bahia lid­era em número de morte de mul­heres (199), o Ceará é o esta­do com maior reg­istro de trans­fem­i­nicí­dios (7) e o Maran­hão lid­era os crimes de vio­lên­cia sexual/estupro (40 ocor­rên­cias).

Metodologia

Os dados são pro­duzi­dos a par­tir de um mon­i­tora­men­to diário do que cir­cu­la nas mídias sobre vio­lên­cia e segu­rança. As infor­mações cole­tadas de difer­entes fontes são con­frontadas e reg­istradas em um ban­co de dados que pos­te­ri­or­mente é revisa­do e con­sol­i­da­do.

O mon­i­tora­men­to da Rede de Obser­vatórios per­mite que crimes que têm evidên­cias mas não são tip­i­fi­ca­dos pela polí­cia, como vio­lên­cia con­tra mul­heres (lesão cor­po­ral, ameaças e out­ros), pos­sam ser nomea­d­os cor­re­ta­mente. Dessa for­ma, é pos­sív­el reduzir a sub­no­ti­fi­cação comum a ess­es casos e pro­duzir anális­es mais seguras sobre o que ocorre na real­i­dade, com­ple­men­tan­do e enrique­cen­do os dados ofi­ci­ais.

Edição: Denise Griesinger

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