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Acordar na madrugada para comer pode ser distúrbio de sono, diz médica

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal jr/Agência Brasil

O paciente tem consciência do que ingeriu


Pub­li­ca­do em 13/08/2022 — 11:07 Por Flávia Albu­querque — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

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Acor­dar no meio da noite para revi­rar a geladeira em bus­ca de ali­men­tos pode ser um dis­túr­bio de sono, porque o organ­is­mo da maio­r­ia das pes­soas está prepara­do para o jejum durante a madru­ga­da e não digerir comi­das calóri­c­as e em abundân­cia durante o perío­do do sono. O dis­túr­bio ali­men­tar asso­ci­a­do ao sono e a sín­drome do com­er noturno podem explicar esta con­du­ta atípi­ca.

“Nes­sas pes­soas, o organ­is­mo entende que a hora de maior fun­ciona­men­to seria à noite. Por causa dis­so, têm pou­ca fome de man­hã e mais apetite à noite”, afir­mou médi­ca e pesquisado­ra do Insti­tu­to do Sono Dal­va Poyares.

A sín­drome do com­er noturno é um dis­túr­bio ali­men­tar que se car­ac­ter­i­za pelo aumen­to da neces­si­dade de ingestão de ali­men­tos à noite, antes do perío­do prin­ci­pal de sono e com des­pertares noturnos para com­er. O com­er noturno pode ter expli­cações lig­adas ao metab­o­lis­mo e ao rit­mo cir­ca­di­ano, que é o reló­gio inter­no do organ­is­mo do indi­ví­duo. Há pes­soas, chamadas de ves­per­ti­nas, que são mais ati­vas no perío­do noturno.

Para iden­ti­ficar o dis­túr­bio de sono de for­ma cor­re­ta, os médi­cos inves­tigam se o paciente se lem­bra, ou não, de ter des­per­ta­do para com­er. A amnésia total ou par­cial do fato é um indica­ti­vo de dis­túr­bio ali­men­tar asso­ci­a­do ao sono, que pode ser des­en­cadea­do por medica­men­tos hip­nóti­cos ou por paras­so­nia, que é um com­por­ta­men­to semel­hante ao son­am­bu­lis­mo. Na sín­drome do com­er noturno, o paciente tem con­sciên­cia do que ingeriu e memória dos even­tos no dia seguinte.

Segun­do a médi­ca, o dis­túr­bio ali­men­tar asso­ci­a­do ao sono acomete pes­soas com propen­são a ter paras­so­nia e se car­ac­ter­i­za por des­pertares noturnos acom­pan­hados de com­por­ta­men­to exclu­si­va­mente rela­ciona­do à masti­gação e à deg­lu­tição de ali­men­tos ou sub­stân­cias. No dia seguinte, a pes­soa não tem memória do fato ou apre­sen­ta ape­nas alguns frag­men­tos de lem­brança.

“Quem tem esse dis­túr­bio de sono tende a com­er ali­men­tos não usuais ou mis­tu­rar ali­men­tos que não com­bi­nam e que nun­ca con­sumiri­am, se estivessem con­scientes, poden­do acor­dar nau­se­a­do ou se sentin­do mal”, expli­cou Dal­va Poyares.

Ela disse que medica­men­tos hip­nóti­cos usa­dos para com­bat­er a insô­nia tam­bém podem des­en­cadear o dis­túr­bio de sono em qual­quer pes­soa. Ao ingerir o medica­men­to, em vez de dormir, a pes­soa tem com­por­ta­men­to de son­am­bu­lis­mo.

“Uma das coisas que acon­te­cem é a pes­soa com­er e não lem­brar. Nesse momen­to ela corre riscos asso­ci­a­dos à ingestão de sub­stân­cias tóx­i­cas, coisas que estão na geladeira e não estão muito boas, mis­tu­rar ali­men­tos que não com­bi­nam, ou mes­mo ter lesões por coz­in­har ou preparar ali­men­tos durante a madru­ga­da, ou acor­dar se sentin­do mal”, afir­mou.

De acor­do com a pesquisado­ra, há trata­men­tos disponíveis para os dis­túr­bios de sono. Se o com­por­ta­men­to per­si­s­tir, é pre­ciso procu­rar aju­da profis­sion­al. “É pre­ciso inves­ti­gar as causas da super­fi­cial­i­dade do sono e os motivos que fazem o sono ficar frag­men­ta­do para tratar. Se não se encon­trar nada, é sinal de son­am­bu­lis­mo, que é out­ro trata­men­to.”

A médi­ca aler­ta que essa situ­ação pode ser perigosa e recomen­da que se tomem medi­das de segu­rança como reti­rar obje­tos per­furo­cor­tantes do ambi­ente, difi­cul­tar o aces­so à geladeira, além de faz­er o trata­men­to para sanar tais dis­túr­bios.

Edição: Valéria Aguiar

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