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Aeroporto de Guarulhos tem 122 afegãos à espera de acolhimento

Repro­dução: © Paulo Pinto/Agência Brasil

Local recebe fluxo de refugiados do país desde 2021


Pub­li­ca­do em 05/01/2024 — 12:53 Por Daniel Mel­lo — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

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Cen­to e vinte e duas pes­soas, proce­dentes do Afe­gan­istão, aguardam acol­hi­men­to no Aero­por­to Inter­na­cional de Guarul­hos, na região met­ro­pol­i­tana de São Paulo. Segun­do a prefeitu­ra de Guarul­hos, foram iden­ti­fi­ca­dos dois casos de sar­na entre os refu­gia­dos.

A admin­is­tração munic­i­pal infor­mou que faz o atendi­men­to emer­gen­cial dos afegãos que chegam ao país com vis­to human­itário. “No aero­por­to, a prefeitu­ra de Guarul­hos ofer­ece aos refu­gia­dos café da man­hã, almoço e jan­tar, além de entre­gar água e cober­tores. As equipes do pos­to estão à dis­posição para aten­der quais­quer neces­si­dades emer­gen­ci­ais que sur­jam, inclu­sive de saúde, com vaci­nas e atendi­men­to médi­co”, diz o comu­ni­ca­do divul­ga­do pela prefeitu­ra.

Há ain­da 207 vagas para acol­hi­men­to disponi­bi­lizadas pela prefeitu­ra e 50 pelo gov­er­no do esta­do de São Paulo. No entan­to, de acor­do com a prefeitu­ra, estão todas ocu­padas.

O atendi­men­to médi­co é ofer­e­ci­do pelas unidades bási­cas de saúde da região. Há ain­da auxílio para tirar doc­u­men­tos, como o CPF, e cur­sos de por­tuguês.

Fluxo de refugiados

O Aero­por­to de Guarul­hos vem receben­do flux­os de refu­gia­dos do Afe­gan­istão des­de 2021, quan­do os Esta­dos Unidos (EUA) reti­raram as tropas do país depois de 20 anos de ocu­pação. Na ocasião, o grupo fun­da­men­tal­ista Tal­ibã assum­iu nova­mente o poder.

O Tal­ibã se tornou con­heci­do como grupo reli­gioso fun­da­men­tal­ista na primeira metade da déca­da de 1990. Foi orga­ni­za­do por rebeldes que havi­am rece­bido apoio dos Esta­dos Unidos e do Paquistão para com­bat­er a pre­sença soviéti­ca no Afe­gan­istão, que durou de 1979 a 1989, em meio à Guer­ra Fria.

A chega­da ao poder foi con­sol­i­da­da em 1996, com a toma­da da cap­i­tal, Cab­ul.

Uma vez no con­t­role do gov­er­no, o Tal­ibã pro­moveu exe­cuções de adver­sários e apli­cou sua inter­pre­tação da Sharia, a lei islâmi­ca. Um vio­len­to sis­tema judi­cial foi implan­ta­do: pes­soas acu­sadas de adultério podi­am ser con­de­nadas à morte e sus­peitos de roubo sofri­am punições físi­cas e até mes­mo muti­lações. O uso de bar­ba se tornou obri­gatório para os home­ns, e as mul­heres não pode­ri­am ser vis­tas pub­li­ca­mente desacom­pan­hadas dos mari­dos. Além dis­so, pre­cisavam vestir a bur­ca, cobrindo todo o cor­po. Tele­visão, músi­ca e cin­e­ma foram proibidos, e as meni­nas não podi­am fre­quen­tar a esco­la.

A ocu­pação dos Esta­dos Unidos foi uma reação aos ataques às tor­res gêmeas do World Trade Cen­ter, arran­ha-céus situ­a­dos em Nova York. Dois aviões atin­gi­ram os edifí­cios em 11 de setem­bro de 2001, levan­do-os ao chão e cau­san­do quase 3 mil mortes. Os EUA acusaram o Tal­ibã de dar abri­go ao grupo ter­ror­ista Al Qae­da, que assum­iu a auto­ria do aten­ta­do.

Em out­ubro de 2001, tiver­am iní­cio as oper­ações mil­itares no Afe­gan­istão.

Os rad­i­cais, entre­tan­to, con­seguiram retomar o con­t­role do país em 2021, implan­tan­do novo gov­er­no fun­da­men­tal­ista.

Edição: Graça Adju­to

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