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Agência Brasil: 35 anos com informação de qualidade para o cidadão

Veículo produz mais de 100 notícias e fotos por dia de forma gratuita

Lílian Beral­do e Pedro Peduzzi — Repórteres da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 10/05/2025 — 08:50
Brasília
Brasília (DF), 09/05/2025 - Totem da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Repro­dução: © Joéd­son Alves/Agência Brasil

Agên­cia Brasil com­ple­ta, neste sába­do (10), 35 anos como a prin­ci­pal agên­cia públi­ca de notí­cias do país, desem­pen­han­do um papel fun­da­men­tal na pro­moção da cidada­nia, na cober­tu­ra de políti­cas públi­cas e na garan­tia do dire­ito à infor­mação. Com uma tra­jetória mar­ca­da pelo com­pro­mis­so com a transparên­cia e a democ­ra­ti­za­ção do aces­so às notí­cias, a Agên­cia tem sido uma fonte de infor­mações con­fiáveis e de qual­i­dade, abaste­cen­do jor­nais, rádios e veícu­los de comu­ni­cação de todo o país e do mun­do. 

Diari­a­mente, a Agên­cia Brasil pro­duz mais de 100 notí­cias e fotos, dis­tribuí­das de for­ma gra­tui­ta. Tam­bém pos­sui um canal de dis­tribuição de matérias por What­sApp e uma comu­nidade na mes­ma rede social onde são disponi­bi­liza­dos três boletins diários de segun­da a sex­ta-feira. As prin­ci­pais matérias do dia tam­bém são traduzi­das para o inglês e o espan­hol, amplian­do o alcance e o públi­co leitor da agên­cia públi­ca.

Em março de 2025, a Agên­cia Brasil atingiu mais de 5,5 mil­hões de usuários e mais de 9,4 mil­hões visu­al­iza­ções em sua própria pági­na. Matérias de econo­mia, edu­cação, dire­itos humanos e saúde estão entre as mais procu­radas no site cuja audiên­cia é bas­tante jovem — 36% têm entre 25 e 34 anos e 20%, de 18 a 24 anos.

Além dis­so, o mate­r­i­al é repro­duzi­do em cen­te­nas de sites, jor­nais e out­ros veícu­los de impren­sa. Ape­nas em abril, mais de 10,8 mil sites uti­lizaram as matérias da Agên­cia Brasil.

Out­ra impor­tante ver­tente da Agên­cia Brasil está na ofer­ta de con­teú­do de cred­i­bil­i­dade para livros didáti­cos. Ao lon­go de 2024, mais de 160 obras edu­ca­cionais incor­po­raram tex­tos e áudios pro­duzi­dos pelo veícu­lo da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC), reforçan­do o papel do jor­nal­is­mo públi­co na dis­sem­i­nação do con­hec­i­men­to.

Para aten­der mel­hor os usuários e ampli­ar as fun­cional­i­dades para aces­so via mobile, o site da Agên­cia Brasil pas­sou por uma refor­mu­lação de lay­out em setem­bro de 2024. O intu­ito da mudança foi facil­i­tar o aces­so às infor­mações, mel­ho­rar a leitu­ra e o com­par­til­hamen­to das notí­cias, além de ofer­e­cer mais con­teú­do para o inter­nau­ta. Tam­bém foram lançadas duas novas edi­to­rias: meio ambi­ente e cul­tura, alin­hadas com a estraté­gia edi­to­r­i­al volta­da para temáti­cas urgentes como as mudanças climáti­cas.

Brasília (DF), 09/05/2025 - Diretora de Jornalismo de jornalismo, Cidinha Matos, especial aniversário de 35 anos da agência Brasil Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: A dire­to­ra de Jor­nal­is­mo da EBC, Cid­in­ha Matos, afir­ma que uma agên­cia de comu­ni­cação públi­ca é vital para a democ­ra­cia. Foto: Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Na avali­ação da dire­to­ra de Jor­nal­is­mo da EBC, Cid­in­ha Matos, uma agên­cia de comu­ni­cação públi­ca como a Agên­cia Brasil é vital para a democ­ra­cia.

“A Agên­cia Brasil desem­pen­ha um papel essen­cial na comu­ni­cação públi­ca brasileira ao atu­ar como uma fonte con­fiáv­el de infor­mações, pro­moven­do a transparên­cia, democ­ra­ti­zan­do o aces­so às notí­cias e for­t­ale­cen­do a cidada­nia. Uma agên­cia de comu­ni­cação públi­ca forte con­tribui para uma sociedade mais bem infor­ma­da, par­tic­i­pa­ti­va e democráti­ca.”

Já para o pres­i­dente da EBC, Jean Lima, a Agên­cia Brasil é um serviço rel­e­vante para a pop­u­lação brasileira, pelo seu alcance e gra­tu­idade.

“É uma agên­cia que fornece infor­mações verídi­cas, checadas. Em tem­pos de desin­for­mação isso é muito impor­tante”, afir­mou.

“A agên­cia é recon­heci­da pelos diver­sos prêmios que já gan­hou, tan­to no jor­nal­is­mo quan­to no foto­jor­nal­is­mo. Então, é muito impor­tante a gente comem­o­rar os 35 anos, recon­hecer o tra­bal­ho val­oroso de todos os empre­ga­dos e empre­gadas que já pas­saram pela agên­cia. É um veícu­lo que pre­cisa ser alça­do e recon­heci­do pelos serviços que pres­ta à sociedade brasileira.”

Um pouco de história

Brasília (DF), 09/05/2025 - Carlos Zarur, especial aniversário de 35 anos da agência Brasil Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Repro­dução: Em 1998, o jor­nal­ista Car­los Zarur assume a presidên­cia da Radio­brás, a con­vite do então pres­i­dente Fer­nan­do Hen­rique Car­doso. Foto: Joéd­son Alves/Agência Brasil

Agên­cia Brasil surge no con­tex­to de rede­moc­ra­ti­za­ção do Brasil em 1990. Mas foi durante a gestão de Car­los Zarur, ini­ci­a­da em 1998, que a Radio­brás – empre­sa que, pos­te­ri­or­mente, pas­sou a se chamar Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC) – deu o primeiro pas­so na bus­ca pela inde­pendên­cia edi­to­r­i­al necessária para uma agên­cia públi­ca de notí­cias.

“Quan­do fui con­vi­da­do para pre­sidir a empre­sa pelo pres­i­dente Fer­nan­do Hen­rique Car­doso, deix­ei claro que só aceitaria o con­vite se tivesse autono­mia para indicar todos dire­tores, sem indi­cações políti­cas”, lem­brou Zarur, que, na época do con­vite, era um dos jor­nal­is­tas do quadro da Radio­brás.

Para chefi­ar a Agên­cia Brasil, Zarur escalou, como dire­to­ra de notí­cias, a jor­nal­ista Marizete Mundim. “Quan­do eu cheguei na Radio­brás, a agên­cia de notí­cias prati­ca­mente não exis­tia. Não tin­ha nen­hu­ma relevân­cia”, relem­brou Marizete.

Brasília (DF), 09/05/2025 - Marizete Mundim, especial aniversário de 35 anos da agência Brasil Foto: Marizete Mundim/Arquivo pessoal
Repro­dução: Marizete Mundim chefiou a Agên­cia Brasil como dire­to­ra de notí­cias da Radio­brás. Foto: Marizete Mundim/Arquivo pes­soal

“Para se ter uma ideia, na época, o apeli­do da Radio­brás era Titan­ic. Por aí, você tira uma ideia [da situ­ação]. Ela esta­va afun­dan­do, restri­ta a um galpão. Tudo esta­va sucatea­do, com suas equipes deses­tim­u­ladas”, acres­cen­ta a ex-dire­to­ra de notí­cias.

Segun­do Marizete, a aprox­i­mação de Zarur com Ana Tavares, então respon­sáv­el pela comu­ni­cação social no gov­er­no Fer­nan­do Hen­rique Car­doso, foi cru­cial para começar “a grande rev­olução den­tro da Radio­brás”.

“Para começar, ado­ta­mos um novo con­ceito, não de agên­cia de gov­er­no, mas de agên­cia públi­ca de notí­cias”, afir­mou.

“Nos­sa refer­ên­cia, para faz­er­mos uma comu­ni­cação públi­ca de qual­i­dade, era a BBC de Lon­dres que, a meu ver, é a mel­hor do mun­do. Claro que a gente esta­va muito longe dis­so, mas era nos­so espel­ho; nos­so molde”, expli­cou.

A ideia era ampli­ar hor­i­zontes, em vez de faz­er ape­nas matérias pos­i­ti­vas para o gov­er­no. “Não é falar bem nem falar mal, mas falar os fatos. Claro que isso é um proces­so lento, porque havia mui­ta resistên­cia”, acres­cen­tou.

Novas tecnologias

Segun­do Marizete Mundim, o nasci­men­to da Agên­cia Brasil coin­cid­iu com alguns fatos rel­e­vantes para o jor­nal­is­mo. Com as novas tec­nolo­gias que sur­giam, as agên­cias de notí­cias começavam a pro­duzir cada vez mais notí­cias em tem­po real.

“Adqui­r­i­mos com­puta­dores novos para esta que foi uma tran­sição fei­ta a duras penas. Foi uma epopeia, mas con­seguimos colo­car a Agên­cia Brasil em tem­po real”, acres­cen­tou ao citar, tam­bém, a mel­ho­ria de infraestru­tu­ra pro­por­ciona­da pela mudança da sede da empre­sa para um pré­dio mais bem estru­tu­ra­do.

Tudo isso com pou­ca ver­ba, como lem­bra o, à época, pres­i­dente da empre­sa. “Tudo que pre­cisá­va­mos, em ter­mos de equipa­men­tos e infraestru­tu­ra, era cri­a­do e mon­ta­do pela própria equipe da casa, que vestiu a camisa da empre­sa. Foi uma ver­dadeira ginás­ti­ca finan­ceira”, detal­hou Zarur.

Segun­do Zarur, o fato de o mate­r­i­al ser apre­sen­ta­do em tem­po real garan­tia uma inde­pendên­cia edi­to­r­i­al que até então não exis­tia na empre­sa.

“A Agên­cia era a cabeça da Radio­brás; o coman­do de todo con­teú­do jor­nalís­ti­co a ser uti­liza­do pela TV e pelas rádios. Tudo em tem­po real”, disse Zarur.

“Ao dar de for­ma quase ime­di­a­ta a notí­cia, o tem­po real difi­cul­ta­va qual­quer cen­sura prévia. As recla­mações só vin­ham após a veic­u­lação da notí­cia”, com­ple­tou.

Foco no cidadão

Em 2003, no primeiro gov­er­no do pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va, o jor­nal­ista Eugênio Buc­ci assum­iu a presidên­cia da Radio­brás com o intu­ito de ampli­ar o alcance e a relevân­cia dos veícu­los públi­cos. Mais do que noti­ciar o que acon­te­cia no gov­er­no, a nova gestão colo­ca o cidadão no cen­tro da pau­ta jor­nalís­ti­ca da empre­sa.

Brasília (DF), 09/05/2025 - jornalista Eugênio Bucci, especial aniversário de 35 anos da agência Brasil Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
Repro­dução: O jor­nal­ista Eugênio Buc­ci assum­iu a presidên­cia da Radio­brás em 2003. Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

“Quan­do cheguei à Radio­brás, a Agên­cia Brasil já exis­tia. O que fize­mos foi dar um impul­so muito grande para ela; uma nova con­fig­u­ração”, disse.

“Procu­ramos faz­er com que a Agên­cia Brasil pas­sasse a fornecer infor­mação de qual­i­dade para todos os veícu­los de comu­ni­cação no Brasil, como fazi­am as agên­cias pri­vadas e com­er­ci­ais. A difer­ença é que enquan­to elas cobravam pelo serviço, nós o ofer­ecíamos de graça”, expli­cou Buc­ci referindo-se à capi­lar­i­dade das notí­cias pro­duzi­das pela Agên­cia, muito repub­li­cadas por out­ros veícu­los jor­nalís­ti­cos, em espe­cial do inte­ri­or do país.

O quadro de empre­ga­dos aumen­tou sig­ni­fica­ti­va­mente por meio de con­cur­so públi­co, pos­si­bil­i­tan­do a ampli­ação de cober­turas, dan­do a elas foco espe­cial à sociedade civ­il. “Recon­fig­u­ramos o índice de assun­tos para que ele con­tem­plasse mais aqui­lo que é rel­e­vante para a cidada­nia”, disse Buc­ci.

“Nos­sa intenção era subir o pata­mar bási­co de infor­mações disponíveis para [abaste­cer] todos os veícu­los jor­nalís­ti­cos e de comu­ni­cação no país. Com isso, o mate­r­i­al da Agên­cia Brasil pas­sou a ser usa­do em grande escala”, com­ple­tou.

Interesse público

Brasília (DF), 09/05/2025 - Rodrigo Savazoni, especial aniversário de 35 anos da agência Brasil Foto: Instituto Procomum/Divulgação
Repro­dução: Edi­tor chefe da Agên­cia Brasil de 2004 a 2007, Rodri­go Sava­zoni diz que “o dono da comu­ni­cação públi­ca é o cidadão” — Insti­tu­to Procomum/Divulgação

Ele lem­bra que, entre os critérios para a pro­dução de notí­cias esta­va o inter­esse públi­co, “mes­mo quan­do essas notí­cias con­trari­assem alguns inter­ess­es legí­ti­mos do gov­er­no”. “Isso acon­te­ceu na cober­tu­ra das tropas brasileiras no Haiti e em alguns episó­dios da cober­tu­ra do caso do men­salão”, acres­cen­tou.

Edi­tor Exec­u­ti­vo e edi­tor chefe da Agên­cia Brasil, no perío­do entre 2004 e 2007, Rodri­go Sava­zoni detal­ha o plano edi­to­r­i­al que nortea­va o veícu­lo na época. A ideia, segun­do ele, era cobrir o espaço públi­co políti­co brasileiro, a par­tir de um triân­gu­lo for­ma­do pelas três dimen­sões da Repúbli­ca: gov­er­no, esta­do e cidada­nia, o que inclui os movi­men­tos soci­ais.

“Tam­bém atu­amos forte­mente na mod­ern­iza­ção tec­nológ­i­ca, num momen­to em que a inter­net era ain­da incip­i­ente mas se pro­je­ta­va como a prin­ci­pal mídia do sécu­lo 21. Fomos pio­neiros na oper­ação mul­ti­mí­dia no Brasil, crian­do uma área especí­fi­ca para o desen­volvi­men­to de nar­ra­ti­vas inter­a­ti­vas, que foi respon­sáv­el por reporta­gens espe­ci­ais fasci­nantes”.

Credibilidade

O vol­ume de pro­dução jor­nalís­ti­ca aumen­tou sig­ni­fica­ti­va­mente. “Cheg­amos a dis­tribuir mais de 200 notí­cias por dia, para veícu­los de todo o país. Tudo aber­to, livre e gra­tu­ito. O cresci­men­to expo­nen­cial do uso de nos­sos mate­ri­ais, inclu­sive por veícu­los da grande impren­sa, se deu por con­ta da cres­cente cred­i­bil­i­dade da agên­cia”, com­ple­men­tou Sava­zoni.

Essa cred­i­bil­i­dade era for­t­ale­ci­da na medi­da em que fica­va mais clara a autono­mia edi­to­r­i­al em relação ao gov­er­no.

“Procu­ramos esclare­cer [essa sep­a­ração], esta­b­ele­cen­do uma com­para­ção com uma uni­ver­si­dade públi­ca ou um hos­pi­tal públi­co. O argu­men­to era sim­ples: você acha que uma uni­ver­si­dade deve ser par­tidariza­da, um hos­pi­tal deve per­gun­tar em quem o cidadão votou para atendê-lo?”, expli­cou Sava­zoni ao ressaltar que “o dono da comu­ni­cação públi­ca é o cidadão”.

Consolidação da EBC

Em 2007, é cri­a­da a Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC). A estatal surge a par­tir da incor­po­ração do patrimônio, do pes­soal e con­cessões de radiod­i­fusão da Radio­brás e dos bens públi­cos da União que estavam sob guar­da da Asso­ci­ação de Comu­ni­cação Educa­ti­va Roquette Pin­to (Acerp). A EBC é cri­a­da para for­t­ale­cer o sis­tema públi­co de comu­ni­cação e dar efe­tivi­dade ao princí­pio con­sti­tu­cional de com­ple­men­tari­dade entre o sis­tema públi­co, pri­va­do e estatal de comu­ni­cação.

Brasília (DF), 09/05/2025 - Tereza Cruvinel, especial aniversário de 35 anos da agência Brasil Foto: Marcelo Carnaval/Agência Brasil
Repro­dução: Jor­nal­ista Tereza Cru­vinel foi a primeira pres­i­dente da EBC. Foto: Marce­lo Casal Jr./Arquivo Agên­cia Brasil

Para pavi­men­tar o cam­in­ho em direção à comu­ni­cação públi­ca, foram insti­tuí­dos, na EBC, o Con­sel­ho Curador (com rep­re­sen­tantes do gov­er­no, da sociedade civ­il e do quadro de fun­cionários) e a Ouvi­do­ria.

Primeira pres­i­dente da recém-cri­a­da EBC, a jor­nal­ista Tereza Cru­vinel afir­ma que a Agên­cia Brasil “era uma das mel­hores her­anças que a nova empre­sa rece­bia da Radio­brás”.

Ela lem­bra que sua gestão tin­ha dois desafios para o veícu­lo.

“Primeiro, con­sol­i­dar sua gestão como agên­cia públi­ca e não gov­er­na­men­tal, o que já havia começa­do na gestão de Euge­nio Buc­ci na Radio­brás. Depois, ela care­cia urgen­te­mente de inves­ti­men­tos em tec­nolo­gia, para mel­ho­rar e ampli­ar o aces­so dos leitores e a ofer­ta de con­teú­dos”, afir­ma, desta­can­do que, à época, foram des­ti­na­dos impor­tantes recur­sos finan­ceiros para essa final­i­dade.

“Tam­bém era nos­so desafio torná-la mul­ti­mí­dia, com maior ofer­ta de vídeos e áudios. Isso avançou um pouco mas creio que ain­da fal­ta muito faz­er”, afir­mou.

Tereza cita ain­da os vários acor­dos de coop­er­ação com agên­cias públi­cas estrangeiras, como a argenti­na Télam, a por­tugue­sa Lusa e a chi­ne­sa Xin­hua.

A jor­nal­ista lamen­ta não ter con­segui­do avançar na cri­ação da Ulan — a União Lati­no-Amer­i­cana das Agên­cias de Notí­cias Públi­cas -, uma artic­u­lação fei­ta por ela e o então pres­i­dente da Télam Ser­gio Novoa.

“Fize­mos uma reunião com 9 agên­cias em Cara­cas [em 2014] e está­va­mos avançan­do para a cri­ação do por­tal unifi­ca­do. Nis­so, acabou meu manda­to na EBC e o de Novoa na Télam. O pro­je­to mor­reu”, recor­dou.

Alguns anos depois, em 2016, sob a lid­er­ança do jor­nal­ista Paulo Tot­ti, à época ger­ente exec­u­ti­vo de Agên­cias da EBC, a Agên­cia Brasil fez seu primeiro pro­gra­ma de cor­re­spon­dentes e envi­ou repórteres con­cur­sa­dos para cin­co cap­i­tais: For­t­aleza, Sal­vador, Por­to Ale­gre, Belo Hor­i­zonte e Recife. O intu­ito era ampli­ar a cober­tu­ra nacional e dar mais destaque para notí­cias fora do eixo Rio, São Paulo e Brasília.

Entre­tan­to, logo após o impeach­ment de Dil­ma Rouss­eff, no iní­cio do gov­er­no do ex-pres­i­dente Michel Temer, o Con­sel­ho Curador da EBC é extin­to por meio de medi­da pro­visória e o pro­gra­ma de cor­re­spon­dentes, encer­ra­do. Uma das primeiras cober­turas afe­tadas pelas mudanças foi a do assas­si­na­to da vereado­ra Marielle Fran­co, que teve o acom­pan­hamen­to da inves­ti­gação restringi­do.

Durante o gov­er­no de Jair Bol­sonaro, o diál­o­go com a sociedade civ­il tam­bém foi reduzi­do na esfera edi­to­r­i­al, com uma série de temas rela­ciona­dos aos dire­itos humanos inter­di­ta­da.

Após a retoma­da do pro­je­to de comu­ni­cação públi­ca, no ter­ceiro gov­er­no Lula, a Agên­cia Brasil reas­sum­iu sua vocação de cober­tu­ra volta­da para o debate e políti­cas públi­cas.

A jor­nal­ista Tereza Cru­vinel recon­hece a resistên­cia dos fun­cionários da EBC como impor­tante trincheira para a manutenção do jor­nal­is­mo públi­co.

“O que pos­so diz­er hoje é que, ape­sar dos retro­ces­sos e das vio­lên­cias sofridas no perío­do Temer-Bol­sonaro, a Agên­cia Brasil resis­tiu, graças a seu cor­po fun­cional, e con­tin­ua hon­ran­do sua tradição de faz­er bom jor­nal­is­mo públi­co.”

Prêmios

São Paulo SP 04/12//2023 - Entrega do Prêmio Einstein + Admirados da Imprensa de Saœde,Ciência e Bem-Estar, no Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein . Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
Repro­dução: Jor­nal­is­tas da Agên­cia Brasil recebem o Prêmio Ein­stein + Admi­ra­dos da Impren­sa de Saúde,Ciência e Bem-Estar, em 2023. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Além da repro­dução das matérias por diver­sos veícu­los, a qual­i­dade do jor­nal­is­mo da Agên­cia Brasil é chance­la­da pelos numerosos prêmios que o veícu­lo rece­beu ao lon­go de sua história.

Em 2008, a Agên­cia gan­ha, pela primeira vez, o Prêmio Jor­nalís­ti­co Vladimir Her­zog de Anis­tia e Dire­itos Humanos com o espe­cial Nação Pal­mares. De lá para cá, dezenas de prêmios foram con­ce­di­dos a reporta­gens espe­ci­ais e aos profis­sion­ais que tra­bal­ham no jor­nal­is­mo públi­co.

Ape­nas em 2024, a Agên­cia Brasil rece­beu 6 prêmios jor­nalís­ti­cos pela excelên­cia do seu mate­r­i­al e recon­hec­i­men­to do profis­sion­al­is­mo de seus repórteres e fotó­grafos.

» Veja lista de prêmios con­quis­ta­dos pela EBC

Aperfeiçoamento da democracia

Brasília (DF), 09/05/2025 - Professor de comunicação (UNB) e ex. Ouvidor adjunto da EBC, Fernando Paulino, especial aniversário de 35 anos da agência Brasil Foto: Fernando Paulino/Arquivo pessoal
Repro­dução: Pro­fes­sor da Fac­ul­dade de Comu­ni­cação da UnB e ex-ouvi­dor adjun­to da EBC, Fer­nan­do Pauli­no, afir­ma que a Agên­cia Brasil é um instru­men­to de aper­feiçoa­men­to da democ­ra­cia. Foto: Fer­nan­do Paulino/Arquivo pes­soal

Ouvi­dor adjun­to da EBC de 2009 a 2012, o pro­fes­sor da Fac­ul­dade de Comu­ni­cação da Uni­ver­si­dade de Brasília (UnB), Fer­nan­do Pauli­no avalia que, enquan­to agên­cia públi­ca de notí­cias, a Agên­cia Brasil não é ape­nas um instru­men­to de aces­so e cir­cu­lação de infor­mações.

É tam­bém, segun­do ele, um instru­men­to de prestação de con­tas e, com isso, “de aper­feiçoa­men­to da democ­ra­cia, uma vez que pro­move mais transparên­cia e con­tribui para o maior envolvi­men­to da pop­u­lação nas tomadas de decisão”.

Na avali­ação dele, a Agên­cia tem, enquan­to instru­men­to de comu­ni­cação públi­ca, poten­cial “bas­tante sig­ni­fica­ti­vo para tratar de assun­tos e temas rel­e­vantes que, por vezes, não estão na agen­da de out­ros veícu­los, com out­ros inter­ess­es e out­ras final­i­dades”.

Para Eugênio Buc­ci, é pre­ciso que as autori­dades com­preen­dam que bons serviços de infor­mação difun­di­dos por veícu­los públi­cos podem aju­dar o gov­er­no.

“Temos uni­ver­si­dades custeadas por recur­sos públi­cos e não sofrem nen­hu­ma inter­fer­ên­cia da autori­dade do Exec­u­ti­vo sobre aqui­lo que está ensi­nan­do ou pesquisan­do. É assim que tem de ser. O mes­mo princí­pio vale para a comu­ni­cação públi­ca. O resul­ta­do final é que isso é mel­hor para o próprio gov­er­no, que gan­ha cred­i­bil­i­dade, gan­ha respeitabil­i­dade”, afir­mou Buc­ci.

Edição: Lílian Beral­do
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