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Agência Brasil explica como fazer compostagem de resíduos orgânicos

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal jr/Agência Brasil

Processo é alternativa ao descarte em lixo


Pub­li­ca­do em 08/11/2021 — 06:30 Por Jonas Valente – Repórter Agên­cia Brasil — Brasília

Resí­du­os orgâni­cos como restos de ali­men­tos crus ou prepara­dos rep­re­sen­tam 50% dos resí­du­os urbanos no Brasil, segun­do dados do Min­istério do Meio Ambi­ente. Uma alter­na­ti­va ao descarte em lixos que vem gan­han­do espaço é a com­postagem, um méto­do de trans­for­mação dess­es restos em adu­bos, que podem ser uti­liza­dos para diver­sas final­i­dades, da agri­cul­tura a hor­tas e plan­tas domés­ti­cas.

A com­postagem não é ape­nas um méto­do, mas está pre­vista como uma ação que deve ser pro­movi­da pelo poder públi­co de acor­do com a Políti­ca Nacional de Resí­du­os Sóli­dos, insti­tuí­da por meio da Lei 12.305, de 2010.

A com­postagem pode ser fei­ta em um imóv­el pri­va­do rur­al ou urbano, em espaços insti­tu­cionais — esco­la, restau­rante, órgão públi­co — ou em espaços cole­tivos, como ocorre em diver­sos municí­pios. Essas ini­cia­ti­vas ain­da são minoritárias diante da práti­ca comum de descarte no lixo, que sobre­car­rega os ater­ros san­itários das cidades.

Há difer­entes méto­dos para realizar a com­postagem. Inde­pen­den­te­mente das for­mas, a práti­ca só pode abar­car resí­du­os orgâni­cos, deven­do out­ros tipos de embal­a­gens ou pro­du­tos descar­ta­dos rece­ber difer­entes des­ti­nos, como a reci­clagem para o caso de metais, plás­ti­cos e vidros.

Entre os resí­du­os orgâni­cos que podem ser uti­liza­dos para a com­postagem estão restos de ver­duras, legumes e fru­tas, aparas de madeira, pal­has, fol­has, ester­co de ani­mais e restos de comi­da, como carne, ossos e cas­cas de ovos.

A engen­heira flo­re­stal Jes­si­ca Pedreira recomen­da que é mel­hor reunir restos de comi­das cruas, evi­tan­do ali­men­tos com gor­du­ra e cozi­dos.

Uma das for­mas de com­postagem é a armação de uma pil­ha em um espaço ou o enter­ra­men­to em uma vala. Jés­si­ca Pedreira aler­ta que é pre­ciso ficar aten­to e seguir pas­sos para evi­tar prob­le­mas.

“Se a com­postagem não estiv­er bem fei­ta, ela pode atrair moscas, ratos. Pre­cisa faz­er bem orga­ni­za­da para que ela dê cer­to e não seja foco para inse­tos, ani­mais e pos­síveis trans­mis­sores de doenças”, aler­ta.

Passo a passo

A pil­ha pre­cisa de qua­tro ele­men­tos, do nitrogênio, ori­un­do dos restos de comi­da; do car­bono, disponív­el nas ser­ra­gens, pal­has e gal­hos sec­os; da umi­dade da água e de ven­ti­lação no con­jun­to do com­pos­to.

A engen­heira flo­re­stal Jes­si­ca Pedreira recomen­da uma pro­porção de um para três entre nitrogênio e car­bono, ou seja, para cada medi­da (um balde, por exem­p­lo) de restos de ali­men­tos são necessárias três medi­das de pal­has e gal­hos sec­os. Esse com­pos­to pre­cisa ter uma quan­ti­dade de água que o deixe úmi­do, mas não enchar­ca­do.

A pil­ha (seja ela em uma estru­tu­ra de madeira ou met­al aci­ma do solo ou em uma vala) deve ser mon­ta­da por camadas. Em segui­da são inseri­dos gal­hos sec­os ou ser­ragem. Jes­si­ca Pedreira aler­ta que é impor­tante ter drenagem, para que a base não fique empoça­da. Uma for­ma para evi­tar isso é colo­car papelão no iní­cio das camadas.

A engen­heira sug­ere ain­da o uso de ester­co como for­ma de aju­dar a traz­er micro-organ­is­mos. Depois, os restos orgâni­cos fres­cos e, em segui­da, com uma cama­da de ser­ragem. E assim vão sendo mon­tadas diver­sas camadas.

A pil­ha deve ter cer­ca de 1,5 metro. Essa com­bi­nação vai ger­ar um proces­so quími­co que é evi­den­ci­a­do pela ger­ação de calor. Se o proces­so cor­rer bem, a tem­per­atu­ra ficará quente o sufi­ciente para difi­cul­tar o toque com a mão.

“A pil­ha de com­postagem pre­cisa even­tual­mente faz­er um revolvi­men­to, para man­ter o ar cir­cu­lan­do. É pre­ciso obser­var se a pil­ha não está muito seca ou muito mol­ha­da. Aí a pes­soa atua para cor­ri­gir”, ori­en­ta Jes­si­ca Pedreira.

Repro­dução: Como faz­er com­postagem em uma gar­rafa pet — Daniel Dresch/ Arte Agên­cia Brasil

O proces­so leva de um mês a 45 dias, a depen­der da tem­per­atu­ra ambi­ente. Se o local for muito quente, ele poderá ser mais acel­er­a­do. Se for mais frio, poderá ser mais lento. O resul­ta­do esper­a­do é uma ter­ra pre­ta, que é um adubo com­ple­to e rico em matéria orgâni­ca, bom para uso no plan­tio.

A com­postagem em pil­ha pode ser fei­ta em uma fazen­da, em uma casa ou até mes­mo em um aparta­men­to. A disponi­bil­i­dade de espaço é um fator impor­tante. Mas Jes­si­ca Pedreira diz que é pos­sív­el realizar den­tro de pequenos imóveis.

É pos­sív­el faz­er com­posteiras em gar­rafas de plás­ti­co pet, em baldes ou em vasos, com difer­entes méto­dos. Na inter­net, é pos­sív­el encon­trar tuto­ri­ais de insti­tu­ições públi­cas de pesquisa e exten­são rur­al com a demon­stração de como pro­ced­er ness­es casos. No site do Par­que de Ciên­cia e Tec­nolo­gia (Cien­Tec) da Uni­ver­si­dade de São Paulo (USP), por exem­p­lo, há qua­tro tuto­ri­ais de como faz­er com­posteira.

Uma out­ra modal­i­dade de com­postagem é a chama­da ver­mi­com­postagem, real­iza­da com a aju­da de min­ho­cas. Segun­do car­til­ha do Min­istério do Meio Ambi­ente, o mais indi­ca­do é realizar esse pro­ced­i­men­to em locais fecha­dos, como caixas de plás­ti­co, para evi­tar a fuga das min­ho­cas.

As min­ho­cas devem ser escol­hi­das entre aque­las que se ali­men­tam de resí­du­os fres­cos. Assim como no caso da pil­ha, é pre­ciso tomar cuida­do com a pro­porção dos ele­men­tos para garan­tir o êxi­to do proces­so e evi­tar que as min­ho­cas mor­ram ou fujam.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga e Kel­ly Oliveira

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