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Agência Brasil explica: como sintonizar FM no celular

Acesso internet celular
Repro­du­ção:  © Mar­cel­lo Casal Jr/Agência Bra­sil

Com nova regra, 90% dos aparelhos brasileiros poderão sintonizar rádio


Publi­ca­do em 10/05/2021 — 07:30 Por Pedro Ivo de Oli­vei­ra — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

Em ape­nas uma gera­ção, a inter­net mudou a for­ma como viven­ci­a­mos a comu­ni­ca­ção. Com o rádio não pode­ria ser dife­ren­te. Popu­lar­men­te usa­do des­de 1920 como for­ma de saber o que ocor­re ao redor do mun­do, escu­tar músi­ca e ouvir nar­ra­ções de even­tos espor­ti­vos, o rádio pas­sa atu­al­men­te por mais uma trans­for­ma­ção: os apa­re­lhos celu­la­res.

minis­tro das Comu­ni­ca­ções, Fábio Faria, assi­nou na últi­ma ter­ça-fei­ra (4) por­ta­ria que defi­ne a habi­li­ta­ção de chips de rádio em apa­re­lhos celu­la­res comer­ci­a­li­za­dos no Bra­sil. Segun­do o minis­tro, a ini­ci­a­ti­va per­mi­te que um meio efi­caz e tra­di­ci­o­nal de comu­ni­ca­ção seja con­ju­ga­do com os apa­re­lhos por­tá­teis mul­ti­fun­ci­o­nais, que se tor­na­ram pre­sen­tes em abso­lu­ta­men­te todas as cama­das da soci­e­da­de.

Com a inau­gu­ra­ção da ban­da esten­di­da FM — à qual a Empre­sa Bra­sil de Comu­ni­ca­ção (EBC) foi cer­ti­fi­ca­da como pio­nei­ra — o con­teú­do de rádio dis­po­ní­vel em cen­tros urba­nos tor­nou-se ain­da mais amplo, já que 60 novas emis­so­ras pode­rão con­cor­rer por audi­ên­cia no país.

“A por­ta­ria asse­gu­ra que celu­la­res capa­zes de rece­ber FM não sejam blo­que­a­dos. Isso é mui­to impor­tan­te, por­que ape­nas com essa liga­ção sere­mos capa­zes de levar infor­ma­ção — por exem­plo, da covid-19 — a todos os bra­si­lei­ros”, expli­cou o minis­tro duran­te a assi­na­tu­ra da por­ta­ria.

“O rádio é o meio de infor­ma­ção mais rápi­do e mais pró­xi­mo da popu­la­ção. Seja nas gran­des ou peque­nas cida­des do país, ele infor­ma, entre­tém e pres­ta ser­vi­ços com qua­li­da­de e res­pon­sa­bi­li­da­de soci­al”, com­ple­men­tou o secre­tá­rio de Radi­o­di­fu­são do Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções, Maxi­mi­li­a­no Mar­ti­nhão.

Segun­do a 31ª Pes­qui­sa Anu­al do FGV­cia, da Fun­da­ção Getu­lio Var­gas (FGV), para cada apa­re­lho tele­vi­sor ven­di­do no Bra­sil, ven­de-se qua­tro celu­la­res. Ao todo, o país con­ta­va em 2020 com 234 milhões de dis­po­si­ti­vos inte­li­gen­tes de tele­fo­nia móvel — os smartpho­nes.

De acor­do com o Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções, a mai­or par­te dos apa­re­lhos — cer­ca de 90% — já con­ta, de fábri­ca, com um chip capaz de rece­ber o sinal de rádio de frequên­cia modu­la­da (FM). Mas, por razões comer­ci­ais, a recep­ção FM não vem habi­li­ta­da. Alguns fabri­can­tes de apa­re­lhos celu­la­res — como a gigan­te do setor, a nor­te-ame­ri­ca­na Apple — sequer cogi­tam a recep­ção de rádio ou tele­di­fu­são em seus pro­du­tos.

Meu celular recebe FM?

A esco­lha de habi­li­tar ou não a recep­ção de trans­mis­sões de radi­o­di­fu­são pode ser mui­to influ­en­ci­a­da pela natu­re­za do sinal. Para sin­to­ni­zar uma rádio com qua­li­da­de, uma ante­na recep­to­ra é neces­sá­ria. O que sig­ni­fi­ca que habi­li­tar o chip de rádio não garan­te a recep­ção de sinal de qua­li­da­de nos apa­re­lhos.

Nos mode­los top de linha, que cus­tam aci­ma de R$ 4.000, é comum que telas gran­des e pro­ces­sa­do­res pode­ro­sos sejam com­bi­na­dos com bate­ri­as de alta capa­ci­da­de — uma exi­gên­cia de mer­ca­do para con­su­mi­do­res que bus­cam obter uma expe­ri­ên­cia fluí­da e imer­si­va em seus com­pu­ta­do­res de bol­so. Essa estra­té­gia, no entan­to, mini­mi­za o espa­ço para ante­nas e aces­só­ri­os de recep­ção e até mes­mo para entra­das auxi­li­a­res, como a entra­da do fone de ouvi­do, que vem sen­do subs­ti­tuí­da por uma por­ta USB‑C nos apa­re­lhos mais moder­nos.

Por­tan­to, celu­la­res con­si­de­ra­dos de alta per­for­man­ce em geral não pos­su­em a recep­ção de sinal de rádio FM, sen­do pos­sí­vel aces­sar ser­vi­ços simi­la­res ape­nas por meio de apli­ca­ti­vos que simu­lam rádio, mas usam a ban­da de dados da inter­net para rece­ber con­teú­do.

Segun­do expli­cou Fábio Faria duran­te a Sema­na Naci­o­nal das Comu­ni­ca­ções, a lei que obri­ga os fabri­can­tes de celu­la­res a habi­li­ta­rem chips de recep­ção FM não afe­ta­rá a impor­ta­ção dos mode­los top de linha — que, em geral, não são pro­du­zi­dos em solo naci­o­nal.

Em mode­los mais popu­la­res — que são exa­ta­men­te o alvo da nova lei — o chip geral­men­te vem embu­ti­do e os fones de ouvi­do podem fazer o papel de ante­na. Mui­tos apa­re­lhos tra­zem, ain­da, ante­nas recep­to­ras como aces­só­ri­os, que podem ser conec­ta­das na entra­da do fone para ampli­ar a recep­ção do sinal, enquan­to os alto-falan­tes repro­du­zem o con­teú­do.

As van­ta­gens da recep­ção de rádio nos celu­la­res são per­cep­tí­veis, des­de emis­so­ras de músi­ca, notí­ci­as e espor­tes a ser­vi­ços comu­ni­tá­ri­os e edu­ca­ti­vos. A gran­de dife­ren­ça é que a recep­ção de rádio inde­pen­de de paco­tes de dados e até mes­mo do pró­prio chip de tele­fo­nia, o que tor­na o por­ta­dor do apa­re­lho menos depen­den­te de pla­nos comer­ci­ais de gran­des ope­ra­do­ras para rece­ber e con­su­mir con­teú­dos.

“O rádio está sem­pre liga­do, sem­pre no ar, sem­pre pron­to! Em espe­ci­al, nos gran­des even­tos que acon­te­cem no Bra­sil, nos quais a radi­o­di­fu­são se tor­na meio indis­pen­sá­vel para conec­tar todos os bra­si­lei­ros. E hoje, com os dis­po­si­ti­vos por­tá­teis, pode­mos ter esse recur­so na pal­ma da mão”, afir­ma a Asso­ci­a­ção Bra­si­lei­ra de Emis­so­ras de Rádio e Tele­vi­são (Abert) em seu site.

A par­tir das espe­ci­fi­ca­ções téc­ni­cas do apa­re­lho, a Abert ela­bo­rou uma lis­ta de celu­la­res comer­ci­a­li­za­dos no Bra­sil que já pos­su­em o chip FM habi­li­ta­do. Con­fi­ra aqui se seu apa­re­lho tem o chip para recep­ção de rádio.

Para celu­la­res que têm o chip, mas que não estão habi­li­ta­dos de fábri­ca, é pos­sí­vel rea­li­zar a ati­va­ção por meio de alte­ra­ções de soft­ware que vio­lam a garan­tia dos apa­re­lhos — o cha­ma­do root, um jar­gão tec­no­ló­gi­co que per­mi­te que o usuá­rio tor­ne-se super admi­nis­tra­dor e faça alte­ra­ções seve­ras no sis­te­ma do dis­po­si­ti­vo. Essa ope­ra­ção não é reco­men­da­da e não deve ser efe­tu­a­da por usuá­ri­os inex­pe­ri­en­tes, já que pode inu­ti­li­zar total­men­te o celu­lar.

Edi­ção: Gra­ça Adju­to

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