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Agência Brasil explica: sintomas e tratamentos do câncer de ovário

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Repro­du­ção: Agên­cia Bra­sil

Sintomas, que podem ser confundidos, dificultam detecção precoce


Publi­ca­do em 14/06/2021 — 06:30 Por Ake­mi Nitaha­ra — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

Dis­cre­to, silen­ci­o­so, de difí­cil detec­ção pre­co­ce e com sin­to­mas que podem ser con­fun­di­dos com os de outras doen­ças. Assim é o cân­cer de ová­rio, a segun­da neo­pla­sia que mais aco­me­te o sis­te­ma repro­du­tor femi­ni­no, atrás ape­nas do cân­cer de colo do úte­ro.

O cân­cer, ou neo­pla­sia, é carac­te­ri­za­do pelo cres­ci­men­to desor­de­na­do de célu­las que inva­dem teci­dos ou órgãos pró­xi­mos ou mes­mo dis­tan­tes, for­man­do tumo­res. No caso do ová­rio, 95% dos casos têm ori­gem nas célu­las epi­te­li­ais, que são as que reves­tem o órgão. Os outros 5% podem ocor­rer nas célu­las ger­mi­na­ti­vas, aque­las que for­mam os óvu­los, ou nas célu­las estro­mais, as que pro­du­zem os hormô­ni­os femi­ni­nos.

De acor­do com o Ins­ti­tu­to Naci­o­nal do Cân­cer (Inca), a esti­ma­ti­va é que em 2020 foram regis­tra­dos 6.650 novos casos de cân­cer de ová­rio no país, o que repre­sen­ta 3% das neo­pla­si­as detec­ta­das em mulhe­res. Os dados de 2019 indi­cam 4.123 mor­tes decor­ren­tes da doen­ça naque­le ano.

Os fato­res de ris­co para o cân­cer de ová­rio inclu­em o avan­ço da ida­de, a infer­ti­li­da­de, a pri­mei­ra mens­tru­a­ção pre­co­ce, antes dos 12 anos, e a meno­pau­sa tar­dia, após os 52 anos. Tam­bém devem ser con­si­de­ra­dos o his­tó­ri­co fami­li­ar de neo­pla­si­as de ová­rio, color­re­tal e de mama, exces­so de peso cor­po­ral e os fato­res gené­ti­cos de muta­ções em genes como BRCA1 e BRCA2.

Por outro lado, o ris­co de cân­cer de ová­rio é redu­zi­do nas mulhe­res que tomam con­tra­cep­ti­vos orais e nas que tive­ram vári­os filhos. Não há pre­ven­ção para a doen­ça, mas é reco­men­da­do às mulhe­res que tenham fato­res de ris­co man­ter o peso cor­po­ral sau­dá­vel e con­sul­tar o médi­co com regu­la­ri­da­de, sen­do ain­da mais impor­tan­te a par­tir dos 50 anos.

O exa­me pre­ven­ti­vo gine­co­ló­gi­co, cha­ma­do de papa­ni­co­la­ou, não detec­ta o cân­cer de ová­rio, pois ele é espe­cí­fi­co para o cân­cer do colo do úte­ro. A detec­ção pre­co­ce do cân­cer de ová­rio é fei­ta por meio de inves­ti­ga­ção com exa­mes clí­ni­cos, labo­ra­to­ri­ais ou radi­o­ló­gi­cos, que devem ser fei­tos nas mulhe­res com sinais e sin­to­mas suges­ti­vos ou nas que inte­gram os gru­pos com mai­or chan­ce de desen­vol­ver a doen­ça.

Geral­men­te não ocor­re o diag­nós­ti­co pre­co­ce do cân­cer de ová­rio, já que ele não apre­sen­ta sin­to­mas ini­ci­ais espe­cí­fi­cos. Quan­do o tumor cres­ce, ele pode cau­sar pres­são e pro­vo­car dor ou incha­ço abdo­mi­nal, na pel­ve, nas cos­tas ou nas per­nas. Nas fases mais avan­ça­das da doen­ça, tam­bém pode cau­sar náu­sea, indi­ges­tão, per­da de ape­ti­te e de peso, gases, pri­são de ven­tre ou diar­reia e can­sa­ço cons­tan­te.

O tra­ta­men­to é fei­to com cirur­gia ou qui­mi­o­te­ra­pia, de acor­do com o tipo his­to­ló­gi­co do tumor, ou seja, qual tipo de célu­la foi afe­ta­da. Tam­bém influ­en­ci­am no tra­ta­men­to ado­ta­do a exten­são da doen­ça, a ida­de e as con­di­ções clí­ni­cas da paci­en­te, bem como se o tumor é ini­ci­al ou recor­ren­te.

Edi­ção: Gra­ça Adju­to

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