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Agentes de Abin paralela sabiam sobre minuta de golpe, indica PF

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Documento é parte de outra investigação cujo alvo é Bolsonaro


Publicado em 11/07/2024 — 16:15 Por Felipe Pontes — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Ao menos dois dos inves­ti­ga­dos pre­sos nes­ta quin­ta-feira (11) na Oper­ação Últi­ma Mil­ha tin­ham con­hec­i­men­to sobre a existên­cia de uma min­u­ta de decre­to para pro­mover um golpe de Esta­do, que pode­ria ser assi­na­da pelo ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro.

A Últi­ma Mil­ha, toca­da pela Polí­cia Fed­er­al (PF), apu­ra uma supos­ta estru­tu­ra para­lela de espi­onagem mon­ta­da na Agên­cia Brasileira de Inteligên­cia (Abin), que teria como obje­ti­vo mon­i­torar ile­gal­mente adver­sários pes­soais e políti­cos do clã Bol­sonaro.

A “min­u­ta do golpe” é alvo de um out­ro inquéri­to, que tem como alvo o ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro e asses­sores próx­i­mos. As duas inves­ti­gações trami­tam sob rela­to­ria do min­istro Alexan­dre de Moraes, do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF).

Uma das bases da inves­ti­gação sobre a Abin para­lela são os diál­o­gos man­ti­dos entre o mil­i­tar Gian­car­lo Gomes Rodrigues e seu supe­ri­or, o poli­cial fed­er­al Marce­lo Araújo Bormevet. Os dois eram os respon­sáveis por oper­ar dire­ta­mente o pro­gra­ma First Mile, adquiri­do pela Abin e capaz de mon­i­torar o posi­ciona­men­to geográ­fi­co de apar­el­hos celu­lares sem ser detec­ta­do pelo sis­tema de tele­fo­nia.

A PF apon­ta que as bus­cas feitas no First Mile coin­ci­dem com as con­ver­sas tro­cadas entre os dois, que foram obti­das pelos inves­ti­gadores. Em dado momen­to, desta­ca a PF, Bormevet per­gun­ta a Gian­car­lo: “O Nos­so PR imbrocháv­el já assi­nou a por­ra do decre­to?”. O mil­i­tar responde: “Assi­nou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter algu­ma coisa”.

Para os inves­ti­gadores, “as refer­ên­cias rela­cionadas ao rompi­men­to democráti­co declar­adas pelos poli­ci­ais é cir­cun­stân­cia rel­e­vante que indi­ca no mín­i­mo poten­cial con­hec­i­men­to do plane­ja­men­to das ações que cul­mi­naram na con­strução da min­u­ta do decre­to de inter­venção”.

A obser­vação foi fei­ta no requer­i­men­to no qual a PF pediu a prisão pre­ven­ti­va dos dois inves­ti­ga­dos, bem como o com­par­til­hamen­to de infor­mações entre o inquéri­to da Abin para­lela e o da min­u­ta do golpe. Ambos os pedi­dos foram deferi­dos por Moraes.

Para a PF, os crimes suposta­mente cometi­dos na Abin “se situ­am no nexo causal dos deli­tos que cul­mi­naram na ten­ta­ti­va de abolição vio­len­ta do esta­do democráti­co de dire­ito”.

Esse foi um dos argu­men­tos uti­liza­dos pela PF para pedir a prisão dos inves­ti­ga­dos. A autori­dade poli­cial ale­gou que a defla­gração de uma nova fase da Últi­ma Mil­ha pode­ria faz­er com que os sus­peitos bus­cassem destru­ir provas que lig­assem as duas inves­ti­gações.

Além de Bormevet e Gian­car­lo, out­ras duas pes­soas foram pre­sas nes­ta quin­ta-feira, enquan­to uma quin­ta segue for­agi­da. De modo pre­lim­i­nar, a PF apon­tou o come­ti­men­to de crimes como per­tenci­men­to a orga­ni­za­ção crim­i­nosa, invasão de dis­pos­i­ti­vo infor­máti­co alheio, inter­cep­tação clan­des­ti­na de comu­ni­cações e ten­ta­ti­va de abolição do Esta­do Democráti­co de Dire­ito.

Agên­cia Brasil ten­ta con­ta­to com os cita­dos e está aber­ta para incluir seu posi­ciona­men­to no tex­to.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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