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Alunos que sofrem bullying têm pior desempenho em prova internacional

Estudantes de 4º e 8º ano do fundamental responderam à questionários

Mar­i­ana Tokar­nia – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 04/12/2024 — 19:08
Rio de Janeiro
Brasília - O Colégio Maristinha de Brasília verifica se o peso das mochilas está adequado e orienta os pais sobre os cuidados necessários para evitar o peso excessivo (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal jr/Agência Brasil

bul­ly­ing tem uma forte influên­cia no desem­pen­ho esco­lar dos estu­dantes brasileiros, de acor­do com o Estu­do Inter­na­cional de Tendên­cias em Matemáti­ca e Ciên­cias (Timss), divul­ga­do nes­ta quar­ta-feira (4). O estu­do mostra que estu­dantes que relataram sofr­er bul­ly­ing tiraram até 72 pon­tos a menos do que aque­les que dis­ser­am nun­ca ter sofri­do esse tipo de vio­lên­cia.

Bul­ly­ing é todo ato de vio­lên­cia físi­ca ou psi­cológ­i­ca, inten­cional e repet­i­ti­vo, com o obje­ti­vo de intim­i­dar ou agredir. É uma ação que causa dor e angús­tia à víti­ma e pode ser prat­i­ca­do por uma ou mais pes­soas con­tra uma pes­soa ou grupo e envolve um dese­qui­líbrio de poder entre as partes, ou seja, há uma parte mais forte e uma mais frag­iliza­da.

Estão incluí­dos nesse tipo de vio­lên­cia apeli­dos pejo­ra­tivos, expressões pre­con­ceitu­osas, iso­la­men­to social, insul­tos e até mes­mo ataques físi­cos. Pode ocor­rer tan­to nas esco­las e arredores, quan­to no mun­do dig­i­tal, nas redes soci­ais e em out­ros ambi­entes.

Desempenho escolar

Esta é a primeira vez que o Brasil par­tic­i­pa do Timss, estu­do que mede os con­hec­i­men­tos em ciên­cias e em matemáti­ca dos estu­dantes do 4º e do 8º ano do ensi­no fun­da­men­tal. Além de respon­der as avali­ações, os par­tic­i­pantes preencher­am ques­tionários sobre a esco­la, o ambi­ente famil­iar, a sala de aula, con­tex­to do país, entre out­ros.

As infor­mações lev­an­tadas mostram que no 4º ano, 24% dos alunos afir­maram sofr­er bul­ly­ing, e ess­es estu­dantes apre­sen­taram uma média de desem­pen­ho de 368 pon­tos em matemáti­ca e 387 pon­tos em ciên­cias. Pelos critérios do exame, as pon­tu­ações colo­cam ess­es estu­dantes em um nív­el abaixo do nív­el con­sid­er­a­do baixo. A pon­tu­ação mín­i­ma para ter uma profi­ciên­cia baixa é 400 pon­tos.

Por out­ro lado, 48% dos estu­dantes que relataram nun­ca ou quase nun­ca terem sofri­do bul­ly­ing alcançaram uma média de 427 e 459 pon­tos.

A situ­ação se repete no 8º ano, 23% dos alunos tam­bém indicaram sofr­er bul­ly­ing. Ess­es estu­dantes tiver­am uma média de 384 pon­tos em ciên­cias e 346 pon­tos em matemáti­ca.

Já os 43% dos estu­dantes brasileiros que ale­garam quase nun­ca ou nun­ca ter sofri­do bul­ly­ing alcançaram a média de 446 pon­tos em ciên­cias e de 403 em matemáti­ca.

No Brasil, pela Lei 13.185/2015, o bul­ly­ing deve ser com­bat­i­do. A lei esta­b­elece, entre out­ras coisas, que “é dev­er do esta­b­elec­i­men­to de ensi­no, dos clubes e das agremi­ações recre­ati­vas asse­gu­rar medi­das de con­sci­en­ti­za­ção, pre­venção, diag­nose e com­bate à vio­lên­cia e à intim­i­dação sis­temáti­ca (bul­ly­ing)”.

Avaliação

O Timss é orga­ni­za­do pela Asso­ci­ação Inter­na­cional para a Avali­ação do Desem­pen­ho Edu­ca­cional (IEA) e avalia o desem­pen­ho de estu­dantes em ciên­cias e matemáti­ca no 4º e no 8º ano des­de 1995. O estu­do é apli­ca­do a cada qua­tro anos. Os dados per­mitem com­para­ções entre país­es e ao lon­go do tem­po. O Brasil aderiu ao estu­do em 2022 e a primeira apli­cação foi real­iza­da entre agos­to e setem­bro de 2023.

No Brasil par­tic­i­param 44.900 estu­dantes, sendo 22.130 matric­u­la­dos no 4º do ensi­no fun­da­men­tal de 796 esco­las públi­cas e pri­vadas e 22.770 do 8º ano de 849 esco­las. Respon­der­am tam­bém aos ques­tionários 904 pro­fes­sores de matemáti­ca e 916 de ciên­cias.

Os resul­ta­dos mostram que mais da metade dos estu­dantes brasileiros não tem con­hec­i­men­tos bási­cos de matemáti­ca e mais de um terço não sabe o bási­co de ciên­cias. O país está abaixo da média inter­na­cional nes­sas áreas.

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