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Anielle Franco anuncia comitê de enfrentamento ao racismo ambiental

Repro­dução: © Audiovisual/PR

Ministra da Igualdade Racial participa do Diálogos Amazônicos


Pub­li­ca­do em 06/08/2023 — 16:59 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O que muda a vida das pes­soas são políti­cas públi­cas bem con­struí­das, com­pro­mis­sadas e com finan­cia­men­to ade­qua­do, afir­mou a min­is­tra da Igual­dade Racial, Anielle Fran­co, ao par­tic­i­par neste domin­go (6) da plenária “Amazô­nias Negras: Racis­mo Ambi­en­tal, Povos e Comu­nidades Tradi­cionais”, em Belém (PA), den­tro da pro­gra­mação do Diál­o­gos Amazôni­cos.

“As políti­cas que esta­mos con­stru­in­do pre­cisam ser efe­ti­vas para faz­er a difer­ença na vida das pes­soas”, disse.

Den­tro da con­strução de políti­cas voltadas ao povo amazôni­co, Anielle Fran­co citou pacto fir­ma­do com a min­is­tra do Meio Ambi­ente, Mari­na Sil­va, para a cri­ação do Comitê de Mon­i­tora­men­to da Amazô­nia Negra e Enfrenta­men­to ao Racis­mo Ambi­en­tal. Com o gov­er­no do Pará, foi assi­na­do acor­do de coop­er­ação téc­ni­ca para medi­das emer­gen­ci­ais de mit­i­gações graves, questões socioam­bi­en­tais enfrentadas pela pop­u­lação do arquipéla­go de Mara­jó, além de parce­ria com a Sec­re­taria de Igual­dade Racial e Dire­itos Humanos do Pará para cri­ação de políti­cas públi­cas na temáti­ca.

Dados do Cen­so 2022, divul­ga­dos recen­te­mente pelo Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca (IBGE), mostram que 32,1% dos res­i­dentes da Amazô­nia Legal são quilom­bo­las, descen­dentes de africanos.

“São vidas impactadas pelas mudanças climáti­cas, que provo­cam desas­tres de alto risco para quem habi­ta mora­dias precárias em áreas de alto risco, sem aces­so ao sanea­men­to bási­co, con­viven­do com a poluição de rios e mares, com a pobreza e a incerteza sobre a vida do aman­hã”, ressaltou, lem­bran­do o papel dos povos da região como agentes defen­sores da socio­bio­di­ver­si­dade.

A min­is­tra defend­eu ain­da a demar­cação de ter­ras indí­ge­nas e a tit­u­lação de ter­ritórios quilom­bo­las. “É preser­var a Amazô­nia. Isso é sal­var o mun­do. A gente não tem mais tem­po a perder. A gente quer cel­e­brar as mul­heres e jovens negros em vida, quer sal­var os nos­sos ter­ritórios, quer defend­er o nos­so sagra­do em vida”.

Anielle Fran­co desta­cou que o even­to Diál­o­gos Amazôni­cos é momen­to de con­strução de políti­cas públi­cas para a pop­u­lação mais vul­ner­a­bi­liza­da e apa­ga­da dos proces­sos de decisão. “É ain­da um momen­to de denún­cia e de aler­ta para que a Amazô­nia não seja vista somente como pul­mão do mun­do, mas como a mora­da de pes­soas indí­ge­nas, negras, quilom­bo­las, dos povos de ter­reiro e comu­nidades tradi­cionais que viven­ci­am desigual­dades e vio­lên­cias cotid­i­anas”, disse, ao defend­er que o com­bate ao racis­mo ambi­en­tal ten­ha pri­or­i­dade nos debates da Cúpu­la da Amazô­nia, que irá reunir chefes de Esta­do dos país­es amazôni­cos nos próx­i­mos dias 8 e 9.

Jovens

Aos jovens estu­dantes pre­sentes na plenária, a min­is­tra da Igual­dade Racial salien­tou que sem­pre ouviu de sua mãe que con­hec­i­men­to ninguém tira de uma pes­soa. “Eu espero que vocês saibam o taman­ho da respon­s­abil­i­dade que nós temos na mão e que nun­ca devem desi­s­tir de lutar pelo que acred­i­tam”.

Anielle comen­tou que a pre­sença dos jovens no even­to já rep­re­sen­ta­va um gesto políti­co, porque “as estatís­ti­cas com­pro­vam que os nos­sos jovens e as nos­sas jovens negros tombam a cada min­u­to”. Para ela, o fato de ess­es jovens estarem vivos já era um gesto políti­co. “Não deix­em que ninguém dimin­ua ou dilua o son­ho de vocês. Jamais. Que vocês estu­dem cada vez mais. Porque o con­hec­i­men­to abre por­tas e, por mais que nos neguem ess­es espaços, que vocês enten­dam cada vez mais que é necessário aden­trar em espaços como ess­es”.

Para que isso pos­sa acon­te­cer, entre­tan­to, a min­is­tra insis­tiu que o con­hec­i­men­to será essen­cial. “Se cui­dem. Cui­dem uns dos out­ros, sem­pre, porque a nos­sa luta só faz sen­ti­do porque ela é cole­ti­va”, con­cluiu.

Edição: Car­oli­na Pimentel

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