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Animações digitais da Pixar podem ser vistas no Rio e Belo Horizonte

Repro­dução: © Disney/Pix

Exposições começam nesta quarta no Centro Cultural Banco do Brasil


Pub­li­ca­do em 20/09/2023 — 07:45 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Emb­o­ra este­ja há quase 40 anos no mer­ca­do de ani­mação dig­i­tal, ain­da há mui­ta cri­ança e muito adul­to que não viu nen­hu­ma pro­dução do estú­dio Pixar no cin­e­ma mas só em DVD, blu-ray (dis­co ópti­co, alter­na­ti­va do DVD) ou no stream­ing (trans­mis­são de con­teú­do online). A mostra A Magia dos Pix­els – Espel­hos Ani­ma­dos da Real­i­dade é o momen­to de as cri­anças assi­s­tirem as pro­duções no cin­e­ma e os adul­tos reverem seus filmes predile­tos. “Porque é muito difí­cil os clás­si­cos da Pixar pas­sarem nova­mente na tela grande. Então, (a opor­tu­nidade) é espe­cial”, comen­tou, em entre­vista à Agên­cia Brasil, um dos curadores da exposição, Eduar­do Regi­na­to.

A mostra começa nes­ta quar­ta-feira (20) simul­tane­a­mente nos cen­tros cul­tur­ais Ban­co do Brasil no Rio de Janeiro (CCBB RJ) e em Belo Hor­i­zonte e vai até o dia 16 de out­ubro, seguin­do depois para São Paulo (de 4 a 30 de out­ubro). A exposição já esteve em Brasília nos meses de jul­ho e agos­to. Os ingres­sos para as sessões de cin­e­ma no CCBB RJ cus­tam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entra­da) e podem ser adquiri­dos na bil­hete­ria físi­ca ou no site do CCBB, a par­tir das 9h do dia da sessão. No dia 12 de out­ubro, aniver­sário do CCBB RJ e Dia das Cri­anças, a entra­da será gra­tui­ta. As demais ativi­dades são gra­tu­itas para todo o públi­co e os ingres­sos devem ser reti­ra­dos uma hora antes do iní­cio de cada ativi­dade na bil­hete­ria do CCBB RJ.

Programa

Serão apre­sen­ta­dos 22 lon­gas-metra­gens, seis cur­tas e o documentário A História da Pixar, pro­duzi­dos pelos estú­dios Pixar. Os filmes serão exibidos em cópias dubladas para aten­der prin­ci­pal­mente as cri­anças. Na estreia da mostra, haverá um debate com a atriz dublado­ra Miri­am Fich­er e o críti­co de cin­e­ma e pesquisador Luiz Baez, com medi­ação de Eduar­do Regi­na­to. A pro­gra­mação com­ple­ta pode ser aces­sa­da aqui.

18/09/2023, Cena do filme Procurando Nemo. Mostra A Magia dos Pixels, no CCBB RJ. Foto: Disney/Pixar
Repro­dução: Cena do filme Procu­ran­do Nemo, apre­sen­ta­do na mostra A Magia dos Pix­els, no CCBB RJ. Foto Disney/Pixar

Nos dias 23 de setem­bro e 14 de out­ubro, haverá a Ofic­i­na Lúdi­ca para Cri­anças, com o ani­mador de filmes Alexan­dre Juru­e­na, na qual os par­tic­i­pantes apren­derão a esculpir e mod­e­lar com diver­sos mate­ri­ais, como argi­la e mass­in­ha, bonecos inspi­ra­dos em per­son­agens do uni­ver­so Pixar. As cri­anças verão que o proces­so de ani­mação dig­i­tal uti­liza diver­sas téc­ni­cas que envolvem des­de desen­ho, pin­tu­ra, mod­e­lagem, até chegar ao soft­ware (pro­gra­ma de com­puta­dor). Haverá tam­bém sessões com recur­sos de aces­si­bil­i­dade nos dias 25 de setem­bro e 4 e 9 de out­ubro.

Cos­play­ers car­ac­ter­i­za­dos de per­son­agens dos filmes da Pixar estarão passe­an­do pelo CCBB RJ nos dias 30 de setem­bro, 7 e 12 de out­ubro e tiran­do fotos com o públi­co. São eles respec­ti­va­mente, Meri­da, do lon­ga Valente; Vio­le­ta, Edna e Flash, do filme Os Incríveis; e Jessie e Wood, de Toy Store. Cos­play­ers são pes­soas que usam fan­tasias e acessórios para rep­re­sen­tar um per­son­agem especí­fi­co. Haverá ain­da uma sessão comen­ta­da de Diver­ti­da Mente pelo curador Fab­rí­cio Duque, no dia 27 de setem­bro.

O começo

A Pixar Ani­ma­tion Stu­dios é um estú­dio amer­i­cano de ani­mação por com­puta­dor com sede em Emeryville, na Cal­ifór­nia. Sua história começou em 1976 como parte da divisão de com­puta­dores Lucas­film, do dire­tor e pro­du­tor cin­e­matográ­fi­co George Lucas, cri­ador das fran­quias Star Wars e Indi­ana Jones. “O suces­so de Star Wars foi tão grande que ele começou a desen­volver a ideia de aliar efeitos espe­ci­ais com ani­mação dig­i­tal. Depois de um tem­po, mon­tou uma equipe para tra­bal­har com ani­mação dig­i­tal”, rela­tou Eduar­do Regi­na­to. O primeiro cur­ta-metragem pro­duzi­do pelo grupo foi As Aven­turas de André e Wal­ly B., dirigi­do por Alvy Ray Smith.

18/09/2023, Cena do filme Valente. Mostra A Magia dos Pixels, no CCBB RJ. Foto: Disney/Pixar
Repro­dução: Cena do filme Valente, apre­sen­ta­do na mostra A Magia dos Pix­els, no CCBB RJ. Foto Disney/Pixar

Lucas bus­cou então um investi­dor e acabou venden­do o setor de ani­mação para Steve Jobs, cofun­dador da Apple, que se tornou acionista majoritário. O primeiro cur­ta ten­do Jobs como investi­dor foi Luxo Jr. (1986), dirigi­do por John Las­seter, no qual um pequeno aba­jur ten­ta se diver­tir com um novo brin­que­do, mas não con­segue enten­der dire­ito como ele fun­ciona. Enquan­to isso, o aba­jur maior se diverte obser­van­do. “A luminária aca­ba viran­do, depois, a mar­ca reg­istra­da da Pixar”, comen­tou o curador. Atual­mente, a Pixar per­tence aos estú­dios Dis­ney, que a com­prou em 2006.

Regi­na­to infor­mou que o primeiro cur­ta de ani­mação dig­i­tal a gan­har o Oscar foi Tin Toy (1988), dirigi­do tam­bém por John Las­seter, que nar­ra a roti­na diária de um brin­que­do de lata, que é inter­romp­i­da por um bebê intrometi­do que o persegue. Esse cur­ta deu origem ao lon­ga Toy Store, em 1995, que con­ta as aven­turas do caubói Woody e do astro­nau­ta Buzz Lightyear, que com­petem pela atenção de Andy, o dono dos brin­que­dos. “Esse foi o primeiro lon­ga de ani­mação dig­i­tal da história do cin­e­ma. O títu­lo não foi do brasileiro Cas­siopeia, de 1996, por uma difer­ença de seis a sete meses”, desta­cou Regi­na­to.

O curador lem­brou que a mostra é inde­pen­dente e não está rela­ciona­da às comem­o­rações do cen­tenário dos estú­dios Dis­ney.

Afetividade

“A ideia da mostra é expor os espel­hos ani­ma­dos da real­i­dade. Porque o que faz a aprox­i­mação do públi­co infan­til e adul­to com a Pixar é o fato de eles con­seguirem pegar vários ele­men­tos da real­i­dade das cri­anças e dos adul­tos, às vezes com­plex­os, des­de o luto, a morte, a inve­ja, a intol­erân­cia, o pre­con­ceito, o etaris­mo, e tra­bal­har todos ess­es ele­men­tos de for­ma lúdi­ca para colo­car, para todos, pon­tos de reflexão. Você tem con­ta­to com cer­tos temas tabus, difí­ceis, e tem ali uma reflexão humanís­ti­ca e afe­ti­va. É uma for­ma de ver o mun­do, de ter esper­ança sobre esse mun­do, de maneira mág­i­ca, inten­sa”, afir­mou o curador.

Um exem­p­lo é UP Hal­ter, que é uma ode à boa idade e con­tra o pre­con­ceito em relação aos mais vel­hos. Out­ro é Wall‑e, que traz men­sagem pela união das pes­soas con­tra a dev­as­tação do meio ambi­ente. O próprio Toy Store fala sobre difer­enças, per­das, luto, da mes­ma for­ma que Procu­ran­do Nemo. No lon­ga Valente, a Pixar abor­da o pro­tag­o­nis­mo fem­i­ni­no e a luta con­tra os padrões patri­ar­cais.

“Essa é a magia da Pixar. A real­i­dade é difí­cil, mas para tudo há uma solução afe­ti­va, passív­el, des­de que se ten­ha amor, união, com­preen­são”. Eduar­do Regi­na­to disse que uma coisa que está pre­sente em todos os filmes da Pixar e que o mun­do não tem é “você olhar para o out­ro; ver o out­ro não como um inimi­go ou alguém difer­ente, mas como um igual e que, a par­tir da união, o mun­do se mod­i­fi­ca para mel­hor”.

18/09/2023, Cena do filme Monstros SA.. Mostra A Magia dos Pixels, no CCBB RJ. Foto: Disney/Pixar
Repro­dução: Cena do filme Mon­stros SA., apre­sen­ta­do na mostra A Magia dos Pix­els, no CCBB RJ. Foto Disney/Pixar

Ele ressaltou que a ani­mação dig­i­tal une arte e tec­nolo­gia de for­ma muito inten­sa e inter­es­sante. Cada ele­men­to da arte e da tec­nolo­gia é feito de modo pre­ciso. O homem que admin­is­tra a Pixar até hoje, John Las­seter, asse­gu­ra que o mais impor­tante é a história. “Se você dá atenção à história, cria mais uma ani­mação sen­sa­cional”. Segun­do Las­seter, a história tem que tratar o públi­co com respeito e, ao mes­mo tem­po, respeitar a inteligên­cia desse públi­co, seja ele infan­til ou adul­to.

Catálogo

A mostra Magia dos Pix­els: Espel­hos Ani­ma­dos da Real­i­dade ofer­ece gra­tuita­mente um catál­o­go em PDF, que já pode ser baix­a­do no site da exposição. Haverá tam­bém o catál­o­go impres­so, em número lim­i­ta­do, que poderá ser tro­ca­do por dez ingres­sos de filmes difer­entes. A pub­li­cação con­ta toda a história da Pixar e dos filmes que estarão na mostra.

Os cur­tas-metra­gens que serão exibidos são As Aven­turas de André e Wal­ly B. (1984); Luxo Jr. (1986); O Son­ho de Red (1987); Tin Toy (1988); Knick Knack (1989); O Jogo de Geri (1997). Entre os lon­gas-metra­gens estão incluí­dos Toy Sto­ry (1995); Vida de Inse­to (1998); Toy Sto­ry 2 (1999); Mon­stros S.A. (2001); Procu­ran­do Nemo (2003); Os Incríveis (2004); Car­ros (2006); e Rata­touille (2007).

Edição: Graça Adju­to

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