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Anvisa alerta sobre produtos não regularizados para fins cosméticos

Repro­dução: © Pix­a­bal

Consumidor pode ter reação alérgica causada por cola para fixar cílios


Pub­li­ca­do em 09/02/2024 — 15:39 Por Daniel­la Almei­da — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Cílios postiços e unhas arti­fi­ci­ais mar­cam pre­sença nos looks da moda, sobre­tu­do, em tem­po­ra­da de pré-car­naval e car­naval. Porém, o uso incor­re­to de cola para fixar ess­es itens pode colo­car em risco a saúde de olhos e peles dos usuários.

A Agên­cia Nacional de Vig­ilân­cia San­itária (Anvisa) emi­tiu aler­ta de segu­rança (GGMON 01/2024) desta­can­do peri­gos rela­ciona­dos ao uso inde­v­i­do de colas do tipo instan­tâneas — não reg­u­lar­izadas — como cos­méti­cos, em pro­ced­i­men­tos de beleza e apli­cação de  cílios postiços.

O aler­ta foi moti­va­do por relatos feitos pela Vig­ilân­cias San­itárias locais à Anvisa sobre reações alér­gi­cas e irri­tação ocu­lar asso­ci­adas ao uso inde­v­i­do de colas instan­tâneas para fixar cílios e unhas postiças.

Este é o primeiro aler­ta deste tipo emi­ti­do pelo órgão de reg­u­lação. “Atenção! O uso dess­es pro­du­tos pode causar danos graves à saúde, incluin­do cegueira, uma vez que não são tes­ta­dos para con­ta­to com pele, unhas ou olhos”, infor­ma o tex­to da Anvisa.

A ori­en­tação da agên­cia serve tan­to para con­sum­i­dores, como para profis­sion­ais do seg­men­to de beleza. “É de extrema importân­cia que con­sum­i­dores de pro­du­tos cos­méti­cos e profis­sion­ais de salões de beleza e de clíni­cas de estéti­ca não façam uso desse tipo de cola instan­tânea para fins de embeleza­men­to, visan­do pre­venir riscos graves à saúde, incluin­do danos per­ma­nentes à visão”, comu­ni­ca o aler­ta da Anvisa.

Segun­do a Anvisa, os pro­du­tos mais cita­dos nas noti­fi­cações que, orig­i­nal­mente, são des­ti­na­dos a apli­cações não cos­méti­cas, são: Cola Instan­tânea Super Bon­der, Ade­si­vo Instan­tâ­neo 793-Tek­Bond e Ade­si­vo Instan­tâ­neo em Gel Three Bonde Super Gel.

A insti­tu­ição afir­ma que os pro­du­tos men­ciona­dos e sim­i­lares de alta fix­ação são des­ti­na­dos a apli­cações especí­fi­cas e não devem ser uti­liza­dos para fins estéti­cos ou de embeleza­men­to. “Não arrisque sua saúde usan­do colas instan­tâneas não reg­u­lar­izadas como cos­méti­cos”, infor­ma a Anvisa.

Recomendações

A agên­cia recomen­da a ime­di­a­ta sus­pen­são do uso dess­es pro­du­tos e incen­ti­va que profis­sion­ais e con­sum­i­dores apliquem ape­nas pro­du­tos cos­méti­cos reg­u­la­men­ta­dos pela Anvisa.

Em caso de com­pli­cações inde­se­jadas decor­rentes do uso dessas colas instan­tâneas extra fortes, os con­sum­i­dores devem procu­rar assistên­cia de um profis­sion­al de saúde.

Os prob­le­mas devem ser comu­ni­ca­dos à Vig­ilân­cia San­itária local, do municí­pio ou do esta­do, para a dev­i­da inves­ti­gação. A Anvisa tam­bém deve ser noti­fi­ca­da. “A colab­o­ração ati­va de todos é fun­da­men­tal para diminuir os riscos e garan­tir a segu­rança da pop­u­lação”, avalia a agên­cia.

Notificações

Qual­quer cidadão com Cadas­tro de Pes­soas Físi­cas (CPF) pode faz­er uma recla­mação, seja em seu próprio nome ou em nome de ter­ceiros, à Anvisa. Mas, é pre­ciso ter con­ta de aces­so no por­tal Gov.br do gov­er­no fed­er­al.

O cidadão deve reg­is­trar a noti­fi­cação no sis­tema e‑Notivisa e respon­der o for­mulário online. O inter­nau­ta pre­cisa descr­ev­er as razões para a recla­mação. O sis­tema encam­in­hará um e‑mail ao fab­ri­cante ou dis­tribuidor respon­sáv­el pela com­er­cial­iza­ção do pro­du­to para que pos­sa anal­is­ar o prob­le­ma.

A Anvisa esclarece,  ain­da, que os dados pes­soais do recla­mante não são com­par­til­ha­dos com empre­sas. No caso de empre­sas e profis­sion­ais da saúde, a comu­ni­cação de agravos é real­iza­da em out­ro sis­tema, o Notivisa, após real­iza­ção de cadas­tro necessário.

As infor­mações aju­darão a Anvisa a tomar medi­das de pro­teção à saúde cole­ti­va.

Regina Casé

Na nota públi­ca sobre a emis­são do aler­ta, a Anvisa relem­brou inci­dente envol­ven­do a atriz Regi­na Casé, que sofreu uma lesão quími­ca na córnea, em dezem­bro de 2023, dev­i­do ao uso de uma cola de cílios postiços.

De acor­do com rela­to da artista na própria rede social, um pedaço da cola apli­ca­da ficou pre­sa na córnea e resul­tou no resse­ca­men­to do olho, que parou de lubri­ficar. O médi­co que a aten­deu clas­si­fi­cou o caso como grave. “Tive um troço muito brabo no olho […] Dois dias eu fiquei sem enx­er­gar, tudo embaça­do. Lava­va o olho, fazia tudo e não enx­er­ga­va. Fiquei deses­per­a­da, foi um pesade­lo”, rela­tou a atriz.

Brasília (DF) 09/02/2024 - Unhas portiças Foto: Pixabay
Repro­dução: Pro­du­tos de beleza podem ofer­e­cer riscos à saúde da mul­her — foto — Pix­abay

Consulta

Em caso de dúvi­das se uma cola pode ou não ser usa­da, a Anvisa disponi­bi­liza um site para con­sul­ta de todos os cos­méti­cos reg­u­lar­iza­dos na agên­cia. Para bus­ca, o inter­es­sa­do deve procu­rar no rótu­lo do pro­du­to o número do proces­so Anvisa, que fun­ciona como uma espé­cie de iden­ti­dade.

O número sem­pre começa com os números 25351 e segue o mod­e­lo “25351.XXXXXX/20XX-YY”. Se não encon­trar o reg­istro ali, o uso do pro­du­to é desacon­sel­ha­do e deve ser sus­pen­so.

Para mais esclarec­i­men­tos, a Anvisa tem out­ros canais de atendi­men­to pelo site e pelo tele­fone 0800 642 9782. A lig­ação é gra­tui­ta para todo o Brasil, disponív­el das 7h30 às 19h30, de segun­da a sex­ta-feira, exce­to feri­ados.

Edição: Kle­ber Sam­paio

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