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Aos 88 anos, Alaíde Costa é uma das homenageadas do Latinidades

Repro­dução: © Daryan Dornelles/Divulgação

Cantora e compositora tem parcerias com grandes nomes da MPB


Publicado em 27/07/2024 — 09:21 Por Gilberto Costa – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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A can­to­ra e com­pos­i­to­ra Alaíde Cos­ta, de 88 anos, é uma das atrações no show de encer­ra­men­to da 17ª edição do Fes­ti­val Latinidades na noite deste sába­do (27). O fes­ti­val é real­iza­do em Brasília des­de 2008 para reforçar a con­tribuição das mul­heres negras à sociedade em difer­entes áreas, com destaque para arte e cul­tura, na pro­moção da equidade de gênero e raça.

“Eu vou faz­er uma apre­sen­tação com o vio­lonista Gabriel Deoda­to, can­tan­do um repertório vari­a­do, de várias gravações min­has”, infor­mou Alaíde Cos­ta em entre­vista por escrito à Agên­cia Brasil.

Alaíde Cos­ta tem mais de 20 dis­cos lança­dos. Começou a can­tar em um con­cur­so de calouros de cir­co e nas emis­so­ras de rádio, no final da era de ouro do veícu­lo. Aos 16 anos, par­ticipou do pro­gra­ma de calouros do apre­sen­ta­dor e com­pos­i­tor Ary Bar­roso e rece­beu nota máx­i­ma. Qua­tro anos depois, lançou o primeiro dis­co, ain­da em 78 rotações por min­u­to (RPM). O primeiro long play (LP), Afi­nal Alaíde Cos­ta… saiu em 1963.

Nos anos seguintes, ela assi­nou com­posições com grandes nomes da músi­ca pop­u­lar brasileira (MPB) ‚como Tom Jobim e Vini­cius de Moraes, e gravou com músi­cos impor­tantes como João Dona­to e Baden Pow­ell. Em 1972, par­ticipou como úni­ca voz fem­i­ni­na do históri­co dis­co Clube da Esquina, em due­to irre­tocáv­el com Míl­ton Nasci­men­to, com a canção Me Deixa em Paz, de Mon­sue­to e Air­ton Amor­im.

A par­tic­i­pação de Alaíde no Latinidades, tan­to tem­po depois do iní­cio da car­reira, ocorre em um momen­to espe­cial de sua tra­jetória, quan­do vive em sua opinião “o auge” após mais de 70 anos de micro­fone. “Ago­ra que veio o recon­hec­i­men­to. O que veio antes era uma coisa mor­na, ago­ra está quente”, avalia. “É bem legal a gente ser val­oriza­da”, acres­cen­ta sobre o con­vite para par­tic­i­par do fes­ti­val.

Reconhecimento quente

Na opinião da can­to­ra, o tem­po social hoje é difer­ente: quan­do se fala aber­ta­mente de racis­mo no Brasil, que dis­crim­i­nou pes­soas, como ela e o ami­go e com­pos­i­tor John­ny Alf, pre­cur­sor da bossa nova; e quan­do o mer­ca­do fono­grá­fi­co, por meio de novas platafor­mas como o stream­ing, “está dan­do mais aber­tu­ra, está um pouco mel­hor.”

O nome de Alaíde Cos­ta foi “um dos primeiros” que sur­gi­ram na curado­ria do Fes­ti­val Latinidades, afir­ma Mar­cel­la Mar­tins, pro­du­to­ra do even­to. Segun­do Mar­cel­la, o con­vite se deu “por enten­der a importân­cia da artista e como Alaíde foi uma mul­her negra que fez coisas grandiosas em anos em que não se tin­ha essa vis­i­bil­i­dade.”

Para a pro­du­to­ra, o show de Alaíde Cos­ta, que começa às 19h na área exter­na do Museu Nacional, é imperdív­el, e o espaço “é muito acol­he­dor”. “Preparamos um ambi­ente difer­en­ci­a­do para todos poderem assi­s­tir aos shows e se sen­tir à von­tade.”

Após a apre­sen­tação de Alaíde Cos­ta, o Fes­ti­val Latinidades rece­berá a can­to­ra e mul­ti-ins­tu­men­tista Bia Fer­reira, além das artis­tas La Dame Blanche, de Cuba; Sis­ter Nan­cy, da Jamaica; Pon­go, de Ango­la; e as brasileiras Gaby Ama­ran­tos, Ebony e Irmãs de Pau. A pro­gra­mação vai até de madru­ga­da e nos inter­va­l­os das apre­sen­tações, o Dj Kethlen e o Dj Savana farão a dis­cote­ca.

Serviço

Fes­ti­val Latinidades – Museu da Repúbli­ca, per­to da Rodoviária do Plano Pilo­to

Sába­do (270 — Show de Alaíde Cos­ta às 19h

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Demais atrações – veja aqui

Edição: Nádia Fran­co

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