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Após 50 dias de buscas, ministro classifica captura como “vitória”

Repro­dução: © Val­ter Campanato/Agência Brasil

Lewandowski diz que criminosos foram encontrados em “comboio do crime”


Publicado em 04/04/2024 — 18:05 Por Alex Rodrigues — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Após 50 dias de bus­cas, o min­istro da Justiça e Segu­rança Públi­ca, Ricar­do Lewandows­ki, clas­si­fi­cou a cap­tura de Rogério da Sil­va Men­donça e Deib­son Cabral Nasci­men­to, fugi­tivos da Pen­i­ten­ciária Fed­er­al de Mossoró, e a prisão de pes­soas que os aju­daram, como uma “vitória das forças de segu­rança”. A oper­ação fei­ta em con­jun­to entre a Polí­cia Fed­er­al e a Polí­cia Rodoviária Fed­er­al teve a par­tic­i­pação de mais de 500 agentes de segu­rança de difer­entes forças fed­erais e estad­u­ais.

“É pre­ciso lem­brar que esta­mos lutan­do con­tra o crime orga­ni­za­do”, frisou o min­istro, clas­si­f­i­can­do o perío­do de bus­cas como um pra­zo “razoáv­el”. “Diria que segue os par­a­dig­mas inter­na­cionais de fugi­tivos de pen­i­ten­ciárias. Isso em um país de dimen­sões con­ti­nen­tais. Além dis­so, o local onde eles se refu­gia­ram é de mata, de caatin­ga, e a bus­ca pela recap­tura foi prej­u­di­ca­da por inten­sas chu­vas. Isso em uma área imen­sa”, afir­mou Lewandows­ki, atribuin­do o que clas­si­fi­cou como um “êxi­to” do Esta­do brasileiro ao tra­bal­ho con­jun­to de inteligên­cia.

De acor­do com o min­istro, os tra­bal­hos de inves­ti­gação con­tin­u­am. “Ain­da esta­mos inves­ti­gan­do qual orga­ni­za­ção crim­i­nosa par­ticipou efe­ti­va­mente das fugas. Em um primeiro momen­to, soube­mos que, infe­liz­mente, alguns moradores foram coop­ta­dos pelos crim­i­nosos, facil­i­tan­do a fuga. Depois, hou­ve, real­mente, a vin­da de veícu­los que os trans­portaram, primeira­mente até Baraú­na [RN], a 34 quilômet­ros de dis­tân­cia, de onde eles ten­taram se evadir para o exte­ri­or, com o auxílio de vários out­ros car­ros”, comen­tou o min­istro.

Rogério da Sil­va Men­donça e Deib­son Cabral Nasci­men­to serão encam­in­hados para a própria Pen­i­ten­ciária Fed­er­al de Mossoró, que pas­sou por uma série de refor­mas e medi­das de reforço na segu­rança após a fuga. Eles ficarão em celas sep­a­radas e sob con­stante mon­i­tora­men­to.

“Os dois voltarão para o local de onde saíram, para a pen­i­ten­ciária total­mente refor­mu­la­da no que diz respeito aos equipa­men­tos de segu­rança. Eles ficarão sep­a­ra­dos e haverá vis­to­rias diárias. Enfim, a direção [da unidade] foi tro­ca­da. Os pro­to­co­los foram reafir­ma­dos e aper­feiçoa­d­os. De lá, cer­ta­mente, não se evadirão”, final­i­zou Lewandows­ki, asse­gu­ran­do que os inves­ti­gadores seguirão apu­ran­do o caso a fim de iden­ti­ficar out­ras pes­soas ou gru­pos que aju­daram os fugi­tivos.

Captura

A cap­tura dos fugi­tivos ocor­reu por vol­ta das 13h30, em um tre­cho da BR-222 próx­i­mo à cidade de Marabá (PA), a cer­ca de 1,6 mil quilômet­ros de dis­tân­cia da unidade de segu­rança máx­i­ma de onde Men­donça e Nasci­men­to escaparam na Quar­ta-Feira de Cin­zas, em 14 de fevereiro. A fuga foi a primeira reg­istra­da no sis­tema pen­i­ten­ciário fed­er­al des­de que ele foi cri­a­do, em 2006, para iso­lar lid­er­anças de orga­ni­za­ções crim­i­nosas e pre­sos de alta per­icu­losi­dade.

Segun­do o min­istro da Justiça, além de cap­turar Men­donça e Nasci­men­to, os agentes fed­erais pren­der­am out­ros qua­tro home­ns, sus­peitos de aju­dar os fugi­tivos. Três car­ros e um fuzil foram apren­di­dos durante a ação, que exigiu o fechamen­to de uma ponte, onde os crim­i­nosos foram encur­ral­a­dos.

“Na abor­dagem, con­sta­tou-se que os dois fugi­tivos estavam em um ver­dadeiro com­boio do crime. Três car­ros foram apreen­di­dos, com vários celu­lares e um fuzil”, detal­hou o min­istro, asse­gu­ran­do que um dos pre­sos chegou a apon­tar a arma con­tra os poli­ci­ais – ver­são cor­rob­o­ra­da pelo dire­tor-ger­al da PF, Andrei Rodrigues.

“Um crim­i­noso apon­tou o fuzil para os poli­ci­ais, mas frente a ação das nos­sas equipes, não hou­ve reação”, acres­cen­tou o dire­tor-ger­al da PF, rev­e­lando que as forças poli­ci­ais já vin­ham mon­i­toran­do a movi­men­tação do grupo e chegaram a plane­jar uma primeira ofen­si­va a ser deflagra­da esta man­hã, mas acabaram optan­do por aguardar um momen­to mel­hor a fim de garan­tir a segu­rança dos poli­ci­ais e da pop­u­lação.

“Esta man­hã, hou­ve o plane­ja­men­to de uma abor­dagem que não foi lev­a­da a efeito porque enten­deu-se que have­ria opor­tu­nidade mel­hor, como de fato hou­ve. E mes­mo com um dos alvos por­tan­do osten­si­va­mente um fuzil, não hou­ve nen­hum inci­dente e con­cluí­mos o tra­bal­ho com suces­so, sem nen­hum dano colat­er­al.”

Investigação

Na últi­ma terça-feira (2), após um mês e meio apu­ran­do as cir­cun­stân­cias da fuga, a cor­rege­do­ria-ger­al da Sec­re­taria Nacional de Políti­cas Penais, do Min­istério da Justiça e Segu­rança Públi­ca, infor­mou não ter encon­tra­do qual­quer indí­cio de cor­rupção.

Segun­do o min­istério, em seu relatório sobre a respon­s­abil­i­dade de servi­dores da pen­i­ten­ciária, a cor­rege­do­ra-ger­al, Mar­lene Rosa, apon­ta indí­cios de “fal­has” nos pro­ced­i­men­tos carcerários de segu­rança, mas nen­hu­ma evidên­cia de que servi­dores ten­ham, inten­cional­mente, facil­i­ta­do a fuga.

Ain­da de acor­do com o min­istério, três Proces­sos Admin­is­tra­tivos Dis­ci­pli­nares (PADs) foram instau­ra­dos para apro­fun­dar as inves­ti­gações sobre as fal­has iden­ti­fi­cadas. Dez servi­dores são alvos dess­es pro­ced­i­men­tos. Out­ros 17 servi­dores assi­narão Ter­mos de Ajus­ta­men­to de Con­du­ta (TAC), se com­pro­m­e­tendo com uma série de medi­das, como, por exem­p­lo, pas­sar por cur­sos de reci­clagem.

Edição: Aline Leal

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