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Após anos de espera, conjuntos habitacionais são entregues na Bahia

Repro­dução: © Joéd­son Alves/Agência Brasil

Imóveis vão ben­e­fi­ciar 684 famílias em San­to Amaro da Purifi­cação


Pub­li­ca­do em 14/02/2023 — 06:55 Por Daniel Mel­lo — Envi­a­do espe­cial — San­to Amaro da Purifi­cação (BA)

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Após anos de espera, 684 famílias vão rece­ber aparta­men­tos con­struí­dos pelo pro­gra­ma Min­ha Casa, Min­ha Vida em San­to Amaro da Purifi­cação, no Recôn­ca­vo Baiano. As obras dos dois con­jun­tos habita­cionais foram con­tratadas em 2013. A maior parte dos desem­bol­sos, segun­do dados disponi­bi­liza­dos pelo gov­er­no fed­er­al, foi fei­ta em 2015 e 2016.

No entan­to, os pré­dios prati­ca­mente acaba­dos não foram ocu­pa­dos e, com isso, se dete­ri­o­raram e sofr­eram até com fur­tos de insta­lações elétri­c­as e peças de acaba­men­to. Foram necessárias refor­mas para que eles pos­sam ser entregues hoje (14). O Res­i­den­cial Vida Nova Sacra­men­to tem 244 unidades habita­cionais, com um inves­ti­men­to de R$ 14,6 mil­hões, e o Res­i­den­cial Vida Nova San­to Amaro I é com­pos­to por 440 aparta­men­tos, com inves­ti­men­to de R$ 26,4 mil­hões.

Mobília nova

“Me inscrevi em 2009”, con­ta Rosân­gela Pires, de 54 anos, uma das con­tem­pladas com um dos aparta­men­tos novos. Moran­do de favor na casa empresta­da por um par­ente, ela ago­ra pen­sa como vai mobil­iar o novo lar. “Eu pre­tendo colo­car móveis novos bem deva­garz­in­ho. Com­prar com parce­las suaves”, diz.

A nova casa tam­bém deve ser uma opor­tu­nidade de aprox­i­mar a família.  “De iní­cio, vou morar só. Mas já estou pro­gra­man­do para min­ha fil­ha e dois netos virem morar comi­go. Porque antes não tin­ha pos­si­bil­i­dade. Mas, ago­ra, a casa é ampla: tem dois quar­tos, sala, ban­heiro, coz­in­ha. Então, já dá para traz­er os netos para per­to de mim”, rev­ela sobre os planos para o futuro próx­i­mo.

Com o com­pan­heiro Emí­dio Bar­bosa, a dona de casa San­dra Cristi­na dos San­tos, de 48 anos, tam­bém vis­i­tou o aparta­men­to enquan­to o con­domínio pas­sa­va pela últi­ma vis­to­ria e limpeza antes de ser entregue aos novos moradores. “Mais de dez anos que estou esperan­do. Agradeço a Deus por ter saí­do”, afir­ma.

San­dra diz que está endi­vi­da­da pelo emprés­ti­mo consigna­do ofer­e­ci­do a par­tir do Auxílio Brasil, no ano pas­sa­do, e que vai se mudar com a mobília anti­ga mes­mo. “Eu não ten­ho muitos móveis, mas ten­ho umas bester­in­has. Os meus bag­ul­hos vou traz­er”. O fil­ho Emanuel, de 13 anos, está empol­ga­do com a infraestru­tu­ra de laz­er ofer­e­ci­da no local. “Meu fil­ho ficou ale­gre por causa das quadras, ele gos­ta bas­tante de fute­bol. O son­ho dele é ser jogador”, con­ta.

O Min­istério das Cidades infor­mou que fez uma série de esforços nos últi­mos 30 dias para garan­tir que as obras par­al­isadas do Min­ha Casa, Min­ha Vida fos­sem entregues. A pil­ha de proces­sos que chegou no últi­mo mês à mesa da coor­de­nado­ra de Habitação da Sec­re­taria Munic­i­pal de Desen­volvi­men­to Social de San­to Amaro, Maria da Purifi­cação Ribeiro, con­fir­ma isso. Ela con­ta que esper­ou, durante todo o ano pas­sa­do, que os proces­sos fos­sem envi­a­dos pela Caixa Econômi­ca Fed­er­al e ago­ra tem que se des­do­brar para dar con­ta da deman­da.

Sem banheiro

Os imóveis des­ti­na­dos à Faixa 1, com ren­da de até R$ 2,6 mil, aten­dem, de acor­do com ela, a muitas famílias em grande vul­ner­a­bil­i­dade. Ribeiro expli­ca que nas áreas rurais do municí­pio muitas pes­soas vivem em casas de taipa, sem aces­so a sanea­men­to ou em áreas de risco. A pas­ta não con­ta com dados pre­cisos sobre as neces­si­dades de mora­dia no municí­pio. Porém, só na enchente de 2015, chegaram a ficar desa­lo­jadas 757 famílias, o que dá uma dimen­são de quan­tas pes­soas vivem em situ­ação precária.

Como parte das exigên­cias do Min­ha Casa, Min­ha Vida, a sec­re­taria vai apoiar os novos moradores na orga­ni­za­ção cole­ti­va necessária para gerir os espaços de uso comum. “Nós vamos ori­en­tá-los a se orga­ni­zar como con­domínio. Exis­tem praças, par­ques e quiosques que são de uso comum. Então, a gente vai ori­en­tar como vão usar para preser­var aque­le lugar”, diz.

Além dis­so, como as exper­iên­cias das famílias são muito difer­entes, Ribeiro desta­ca que é pre­ciso traz­er tam­bém ori­en­tações de como lidar com o novo patrimônio. “Faz­er com que as pes­soas desen­volvam o sen­ti­men­to de per­tenci­men­to, que aque­la casa é sua. Porque muitas famílias nun­ca tiver­am um lugar. Saíam de um lugar para o out­ro. Nun­ca sou­ber­am o que é um ban­heiro, cole­ta de lixo”, acres­cen­ta.

Edição: Graça Adju­to

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