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Após mais uma noite violenta, ônibus voltam a circular em Porto Velho

Veículos devem ser recolhidos no início da noite

Alex Rodrigues — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 16/01/2025 — 13:27
Brasília
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Porto Velho (RO), 16/01/2025 - Circulação de ônibus na cidade. Foto: Leandro Morais/SEMTRAN
© Lean­dro Morais/SEMTRAN

O sis­tema de trans­porte cole­ti­vo de Por­to Vel­ho voltou a oper­ar par­cial­mente nes­ta quin­ta-feira (16). Segun­do a prefeitu­ra da cap­i­tal de Rondô­nia, a oper­ação está sendo retoma­da grad­ual­mente, com pre­visão ini­cial de que, ao menos hoje, os ônibus sejam recol­hi­dos no iní­cio da noite.

A pre­caução deve-se ao fato de que, mes­mo após o gov­er­no estad­ual anun­ciar o reforço do poli­ci­a­men­to nas ruas, e agentes da Força Nacional de Segu­rança Públi­ca desem­bar­carem na cidade para aux­il­iar os órgãos de segu­rança públi­ca estad­u­ais a con­ter uma série de ações crim­i­nosas orquestradas, novas ocor­rên­cias foram reg­istradas durante a últi­ma noite.

Segun­do a Polí­cia Mil­i­tar (PM), na noite des­ta quar­ta-feira (15), ao menos dois home­ns que ati­raram con­tra poli­ci­ais que ordenaram que eles parassem foram mor­tos na BR-364, próx­i­mo ao dis­tri­to de Jaci-Paraná. A Polí­cia Civ­il tam­bém apu­ra se out­ros crimes têm relação dire­ta com a recente onda de crimes na região. Em um deles, home­ns arma­dos pas­saram, de moto, em frente a um bar da zona leste de Por­to Vel­ho e dis­pararam con­tra os clientes, atingin­do duas pes­soas, sendo que ao menos uma dessas fale­ceu. Depen­den­do do resul­ta­do da inves­ti­gação poli­cial, o número de mor­tos vio­len­ta­mente na últi­ma noite pode chegar a oito pes­soas.

Em nota divul­ga­da esta man­hã, a prefeitu­ra de Por­to Vel­ho expli­cou que os ônibus voltarão a cir­cu­lar de for­ma escalon­a­da, con­forme os órgãos de segu­rança públi­ca tiverem condições de garan­tir a inte­gri­dade dos tra­bal­hadores e usuários do trans­porte cole­ti­vo munic­i­pal.

Os ônibus deixaram de cir­cu­lar nes­ta segun­da e terça-feira a pedi­do do Sindi­ca­to dos Tra­bal­hadores nas Empre­sas de Trans­porte Urbano de Pas­sageiros do Esta­do de Rondô­nia (Site­tu­per). Ontem, em entre­vista à Agên­cia Brasil, o pres­i­dente da enti­dade expli­cou que a cat­e­go­ria con­cluiu não haver condições de tra­bal­har em segu­rança depois que ban­di­dos queimaram em torno de 12 ônibus e veícu­los par­tic­u­lares em Por­to Vel­ho e out­ras cidades ron­doniens­es.

De acor­do com autori­dades locais, os ataques e as ameaças a tra­bal­hadores são uma reação à Oper­ação Aliança Pela Vida, Mora­dia Segu­ra, cuja primeira fase a PM defla­grou no fim de 2024. Con­cen­tra­da “nos dois maiores con­jun­tos habita­cionais do esta­do” – con­struí­dos pelo gov­er­no estad­ual com recur­sos fed­erais e que, segun­do a PM, foram dom­i­na­dos por orga­ni­za­ções crim­i­nosas –, a oper­ação já resul­tou na retoma­da de cer­ca de 70 aparta­men­tos inva­di­dos por ban­di­dos que expul­saram os moradores, bem como na apreen­são de dro­gas e armas.

“A facção [crim­i­nosa] obtém lucro não ape­nas com a ven­da de dro­gas, mas tam­bém com rou­bos e com ven­da e aluguéis dess­es imóveis”, afir­ma o coman­dante do 9º Batal­hão, tenente-coro­nel Ewer­son Pontes, em nota divul­ga­da pela PM.

Na noite do últi­mo domin­go (12), poucos dias após a PM defla­grar a primeira fase da oper­ação, crim­i­nosos mataram a tiros o cabo Fábio Mar­tins, do Batal­hão de Polí­cia Ambi­en­tal. Já no dia seguinte, a cor­po­ração defla­grou a segun­da fase da Oper­ação Aliança Pela Vida, Mora­dia Segu­ra, des­ta vez no con­jun­to habita­cional Orgul­ho do Madeira.

Em nota, a própria PM recon­heceu que mobi­li­zou mais de 200 poli­ci­ais em uma “respos­ta enér­gi­ca do Esta­do ao crime que viti­mou o cabo Fábio Mar­tins”. Segun­do a asses­so­ria da cor­po­ração, cer­ca de 20 pes­soas já foram pre­sas nes­ta segun­da fase da oper­ação, e ao menos dois sus­peitos de inte­grarem facções crim­i­nosas foram mor­tos ao rea­gir à ação poli­cial.

Nas redes soci­ais, a PM afir­ma que os ataques orquestra­dos a ônibus e a veícu­los par­tic­u­lares bus­cam “afas­tar as guarnições [poli­ci­ais] dos res­i­den­ci­ais, já que o pre­juí­zo ao crime tem sido de grandes pro­porções”, com a apreen­são de dro­gas, armas, retomadas de imóveis e detenção e iden­ti­fi­cação de sus­peitos.

Na terça-feira (14), o Min­istério da Justiça e Segu­rança Públi­ca autor­i­zou o envio à Rondô­nia de um efe­ti­vo da Força Nacional de Segu­rança Públi­ca. Os agentes da tropa fed­er­a­ti­va per­manecerão no esta­do por ao menos 90 dias, atuan­do nas ativi­dades e nos serviços impre­scindíveis à preser­vação da ordem públi­ca e garan­tia da segu­rança das pes­soas e pat­ri­mo­ni­al.

A pre­sença dos agentes foi solic­i­ta­da pelo gov­er­no estad­ual. Em nota divul­ga­da ontem, a Sec­re­taria Estad­ual da Segu­rança, Defe­sa e Cidada­nia (Ses­dec) asse­gurou que os agentes da Força Nacional reforçarão as ações de com­bate a crim­i­nal­i­dade deflagradas nas últi­mas sem­anas, resul­tan­do em mais de 350 abor­da­gens, prisões e apreen­sões.

Nos últi­mos dias, além da tropa fed­er­a­ti­va, Rondô­nia rece­beu reforços de out­ros esta­dos, como Acre, Ama­zonas e Mato Grosso, que enviaram tropas e um helicóptero (mato-grossense) para for­t­ale­cer as oper­ações locais.

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