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Após morte por coqueluche, ministra reforça pedido para vacinação

Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Óbito de bebê de 6 meses é o primeiro no país em três anos


Publicado em 29/07/2024 — 16:57 Por Bruno de Freitas Moura — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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A min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou nes­ta segun­da-feira (29) a ori­en­tação para que grávi­das e cri­anças sejam vaci­nadas con­tra a coqueluche. A ori­en­tação foi dada após a con­fir­mação da morte de um bebê de 6 meses, em Lon­d­ri­na, no Paraná, na últi­ma quin­ta-feira (25). É o primeiro óbito cau­sa­do pela coqueluche no país em três anos.

Segun­do a min­is­tra, o caso “não liga um aler­ta”, mas reforça “uma vig­ilân­cia per­ma­nente em relação a qual­quer agra­vo de saúde”. Nísia Trindade lamen­tou a morte do bebê no Paraná.

“É uma doença pre­venív­el por vaci­na, então recomen­damos forte­mente a vaci­nação”, ori­en­tou. “Estare­mos acom­pan­han­do e tra­bal­han­do para evi­tar novos casos”, com­ple­tou a min­is­tra, que par­ticipou, no Rio de Janeiro, de um encon­tro sobre o enfrenta­men­to glob­al de novas pan­demias.

O Paraná tam­bém inves­ti­ga se a morte de um bebê de 3 meses, em Irati, no sud­este do esta­do, pode ser atribuí­da à coqueluche.

Até a primeira quinzena de jun­ho, o esta­do tin­ha reg­istra­do 24 casos de coqueluche. Em todo o ano pas­sa­do, foram 17. No Brasil, o últi­mo pico epidêmi­co acon­te­ceu em 2014, quan­do foram con­fir­ma­dos 8.614 casos. O país e o mun­do enfrentam aumen­to de casos.

Crianças pequenas

Tam­bém con­heci­da como “tosse com­pri­da”, a coqueluche é uma doença infec­ciosa agu­da res­pi­ratória alta­mente con­ta­giosa. A trans­mis­são ocorre, prin­ci­pal­mente, pelo con­ta­to dire­to do doente com uma pes­soa não vaci­na­da por meio de gotícu­las elim­i­nadas por tosse, espir­ro ou até mes­mo ao falar. Os prin­ci­pais sin­tomas são febre, mal-estar, coriza e tosse seca, às vezes, inten­sa.

“Na cri­ança peque­na é muito car­ac­terís­ti­ca com aque­la res­pi­ração que é um guin­cho, uma fal­ta de ar, um ruí­do res­pi­ratório”, expli­ca o vice-pres­i­dente da Sociedade Brasileira de Imu­niza­ções (SBIm), Rena­to Kfouri.

O espe­cial­ista con­ta que a doença atinge a todos, mas pre­ocu­pa quan­do acomete cri­anças peque­nas. “A coqueluche tem a sua gravi­dade foca­da quase que exclu­si­va­mente na cri­ança peque­na, no bebê no primeiro ano de vida. Jus­ta­mente a idade em que ele ain­da não com­ple­tou o seu esque­ma vaci­nal.”

Segun­do Kfouri, no Brasil e no mun­do, a doença cos­tu­ma ter ondas de picos de prevalên­cia, que acon­te­cem, geral­mente, den­tro de cin­co a sete anos.

Dessa vez, o perío­do ficou mais espaça­do por causa da pan­demia de covid-19, quan­do o dis­tan­ci­a­men­to social e medi­das de pro­teção, como o uso de más­caras, con­tribuíram para que hou­vesse menos infecções.

Ele detal­ha que o surg­i­men­to de ondas acon­tece porque a infecção e a vaci­nação não causam uma imu­nidade duradoura, fazen­do com que, de tem­pos em tem­pos, haja mais pes­soas suscetíveis à infecção.

O infec­tol­o­gista acres­cen­ta como motivos do aumen­to recente no número de casos a cober­tu­ra vaci­nal infan­til não ide­al e mutações na cepa da bac­téria Bor­de­tel­la per­tus­sis, cau­sado­ra da doença.

Esquema vacinal

As vaci­nas con­tra coqueluche inte­gram o Pro­gra­ma Nacional de Imu­niza­ções (PNI) do Min­istério da Saúde. Além de bebês, ges­tantes e puér­peras (mul­her no perío­do de seis a oito sem­anas após o par­to) podem rece­ber a vaci­na.

O esque­ma vaci­nal primário nos bebês é com­pos­to por três dos­es, aos 2, 4 e 6 meses, com a vaci­na pen­tava­lente, que pro­tege con­tra dif­te­ria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influen­zae tipo b.

As dos­es de reforço com a vaci­na DTP (con­tra dif­te­ria, tétano e coqueluche), con­heci­da como trí­plice bac­te­ri­ana, são apli­cadas com 15 meses e 4 anos.

Rena­to Kfouri desta­ca que a vaci­nação da ges­tante e do bebê é a mel­hor for­ma de pro­teção.

“Duas estraté­gias têm sido desen­volvi­das para con­tro­lar coqueluche na cri­ança peque­na. Vaci­nar a ges­tante, porque ela trans­fere os anti­cor­pos para o bebê e o pro­tege, espe­cial­mente, no primeiro semes­tre de vida. E vaci­nar a cri­ança aos 2, 4 e 6 meses, sem atra­so. A par­tir de 6 meses de vida, o bebê fica pro­te­gi­do com a sua própria vaci­nação”, expli­ca.

Edição: Juliana Andrade

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