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Área desmatada no Brasil em 2023 cai 11,6%, indica MapBiomas

Repro­dução: © Adri­ano Gambarini/WWF Brasil/Divulgação

Cerrado ultrapassou Amazônia; e 97% da supressão foi para agropecuária


Publicado em 28/05/2024 — 09:48 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil — São Paulo
Atualizado em 28/05/2024 — 10:26

Mais da metade de toda a área des­mata­da no Brasil em 2023 está local­iza­da no Cer­ra­do, apon­tou o Relatório Anu­al do Des­mata­men­to (RAD) do Map­Bio­mas, divul­ga­do nes­ta terça-feira (28). Pela primeira vez des­de o iní­cio da série históri­ca, em 2019, o Cer­ra­do ultra­pas­sou a Amazô­nia em ter­mos de área des­mata­da. Quase todo o des­mata­men­to do país (97%), nos últi­mos cin­co anos, teve a expan­são agropecuária como vetor, desta­cou o relatório.

O lev­an­ta­men­to mostrou que, nos últi­mos cin­co anos, o Brasil perdeu 8.558.237 hectares de veg­e­tação nati­va, o equiv­a­lente a duas vezes o esta­do do Rio de Janeiro. No entan­to, em 2023, hou­ve uma que­da de 11,6% na área des­mata­da: ao todo, 1.829.597 hectares de veg­e­tação nati­va foram suprim­i­dos em 2023. Em 2022, esse total foi de 2.069.695 hectares. Essa redução se deu ape­sar de um aumen­to de 8,7% no número de aler­tas, na mes­ma com­para­ção.

O Map­Bio­mas ressalta que os dados apon­tam a primeira que­da do des­mata­men­to no Brasil des­de 2019, quan­do se ini­ciou a pub­li­cação do RAD. Por out­ro lado, a avali­ação é de que a cara do des­mata­men­to está mudan­do, se con­cen­tran­do nos bio­mas onde pre­dom­i­nam for­mações savâni­cas e campestres e dimin­uin­do nas for­mações flo­restais.

» Clique aqui para aces­sar a ínte­gra do relatório

Cerrado

Dia Nacional do Cerrado. Arte 1

Em 2023, 61% da área des­mata­da em todo o país esta­va no Cer­ra­do e 25% na Amazô­nia. Foram 1.110.326 hectares des­mata­dos no Cer­ra­do, no ano pas­sa­do, um cresci­men­to de 68% em relação a 2022. Na Amazô­nia, a área de veg­e­tação suprim­i­da no ano pas­sa­do foi de 454,3 mil hectares – uma que­da de 62,2% em relação a 2022.

Com exceção do Piauí, São Paulo e Paraná, todos os out­ros esta­dos que con­cen­tram o Cer­ra­do reg­is­traram aumen­to do des­mata­men­to em 2023 na com­para­ção com 2022. No caso do Maran­hão, Tocan­tins, Goiás, Pará e Dis­tri­to Fed­er­al, a área des­mata­da mais do que dobrou.

Coor­de­nado­ra do Map­Bio­mas Cer­ra­do, Ane Alen­car lem­bra que o Cer­ra­do – que já perdeu mais da metade de sua veg­e­tação nati­va –, pas­sou a ser o pro­tag­o­nista do des­mata­men­to no país, o que des­per­ta pre­ocu­pação:

“O Cer­ra­do é um bio­ma estratégi­co no que diz respeito à questão hidrológ­i­ca e o des­mata­men­to do bio­ma tem um impacto grande na questão hídri­ca. Várias bacias que nascem no Cer­ra­do ban­ham out­ros bio­mas, então, nesse sen­ti­do, o des­mata­men­to e a per­da do Cer­ra­do rep­re­sen­ta um impacto para os out­ros bio­mas.”

Em 2023, a área média des­mata­da por dia no país foi de 5.013 hectares ou 228 hectares por hora. Mais da metade foi no Cer­ra­do, onde foram suprim­i­dos 3.042 hectares de veg­e­tação nati­va por dia. O resul­ta­do é mais que o dobro da área des­mata­da na Amazô­nia, 1.245 hectares por dia, que, ain­da assim, equiv­ale a cer­ca de 8 árvores por segun­do.

O dia com maior área des­mata­da em todo o país, no ano pas­sa­do, foi 15 de fevereiro, quan­do a esti­ma­ti­va é que uma área equiv­a­lente a quase seis mil cam­pos de fute­bol foi des­mata­da em ape­nas 24 horas.

Matopiba

Os dois maiores bio­mas do Brasil – Amazô­nia e Cer­ra­do – somaram mais de 85% da área total des­mata­da no país. Ape­nas qua­tro esta­dos com Cer­ra­do, que for­mam a região con­heci­da como Matopi­ba (Maran­hão, Tocan­tins, Piauí e Bahia), ultra­pas­saram a área des­mata­da nos esta­dos da Amazô­nia e respon­der­am por quase metade (47%) de toda a per­da de veg­e­tação nati­va no país no ano pas­sa­do. Dos qua­tro esta­dos do Matopi­ba, ape­nas no Piauí teve redução da área des­mata­da, enquan­to nos demais hou­ve cresci­men­to.

Em 2023, o Matopi­ba perdeu 858.952 hectares de veg­e­tação nati­va, o que sig­nifi­ca um aumen­to de 59% em relação ao ano de 2022, o qual já havia reg­istra­do aumen­to (36%) em relação a 2021. Segun­do o relatório, três em cada qua­tro hectares des­mata­dos no Cer­ra­do em 2023 (74%) foram no Matopi­ba.

Dois terços (33) dos 50 municí­pios que mais des­mataram no Brasil em 2023 ficam no Cer­ra­do, sendo que os 10 municí­pios com maior área des­mata­da no Cer­ra­do em 2023 estão todos local­iza­dos no Matopi­ba, apon­tou o lev­an­ta­men­to.

“O com­bate ao des­mata­men­to no Cer­ra­do exige uma abor­dagem mul­ti­fac­eta­da. Primeiro, é essen­cial dis­tin­guir clara­mente o que é legal e ile­gal, para que as ações de fis­cal­iza­ção pos­sam efe­ti­va­mente inibir o des­mata­men­to ile­gal. Ao mes­mo tem­po, deve­mos ofer­e­cer incen­tivos para o mel­hor aproveita­men­to das áreas já des­matadas, reduzin­do assim a pressão sobre novas áreas e reduzin­do por­tan­to o des­mata­men­to legal.”

Ela avalia que o aumen­to do des­mata­men­to no Cer­ra­do parece ser o resul­ta­do de uma per­cepção de que tudo pode ser legal­izáv­el no bio­ma. “Temos que enten­der que não é porque a reser­va legal é menor no Cer­ra­do que todo o des­mata­men­to vai ser legal. Na real­i­dade, pre­cisamos sim ter clara­mente o número da ile­gal­i­dade para que as ações de coman­do e con­t­role pos­sam ser efe­ti­vas, assim como as ações de deses­tí­mu­lo à aber­tu­ra de novas áreas tam­bém”.

Ranking dos estados

Pela primeira vez, o esta­do do Maran­hão saiu da quin­ta para a primeira posição em área total suprim­i­da, com 331.225 hectares des­mata­dos – aumen­to de 95,1% em relação ao ano pas­sa­do. A Bahia ficou em segun­do lugar, com 290.606 hectares suprim­i­dos e cresci­men­to de 27,5%. O ter­ceiro esta­do no rank­ing foi o Tocan­tins, com 230.253 hectares des­mata­dos e aumen­to per­centu­al de 177,9%, em relação a 2022.

O rank­ing dos cin­co esta­dos com maior área des­mata­da no Brasil inclui ain­da dois líderes históri­cos: Pará e Mato Grosso. No entan­to, ambos reg­is­traram que­da em 2023 – de 60,3% e de 32,1%, respec­ti­va­mente. A supressão de veg­e­tação nati­va em ter­ritório paraense foi de 184.763 hectares; no Mato Grosso, 161.381 hectares.

“Essa mudança se refletiu tam­bém no tipo de veg­e­tação suprim­i­da. Em 2023, pela primeira vez, hou­ve o pre­domínio de des­mata­men­to em for­mações savâni­cas (54,8%) segui­do de for­mações flo­restais (38,5%) que pre­dom­i­naram nos qua­tro primeiros anos do lev­an­ta­men­to”, desta­cou a enti­dade.

O Map­Bio­mas ressalta que a lid­er­ança do Cer­ra­do em área de des­mata­men­to no ano pas­sa­do se reflete em out­ros indi­cadores. O maior aler­ta de des­mata­men­to do Brasil acon­te­ceu no Cer­ra­do, com área de 6.691 hectares, no municí­pio do Alto Par­naí­ba (MA). No bio­ma, foi detec­ta­do ain­da o aler­ta de maior veloci­dade média diária de des­mata­men­to, sendo 944 hectares em 8 dias, no municí­pio de Baixa Grande do Ribeiro (PI).

São Desidério (BA), cujo prin­ci­pal bio­ma tam­bém é o Cer­ra­do, lid­era o rank­ing dos municí­pios que mais des­mataram no país em 2023, com 40.052 hectares. No ano pas­sa­do, 70% dos municí­pios do Cer­ra­do reg­is­traram pelo menos um even­to de des­mata­men­to.

Colheita de soja, agricultura
Repro­dução: Quase toda a supressão de veg­e­tação (97%) no país, em 2023, foi para expan­são agropecuária — CNA/Wenderson Araujo/Trilux

Áreas Protegidas

“É no Cer­ra­do que fica a ter­ra indí­ge­na (TI) com maior área des­mata­da no país no ano pas­sa­do: Porquin­hos dos Canela-Apãn­jekra, com cer­ca de 2.750 hectares [suprim­i­dos]. Ao todo, foram per­di­dos 7.048 hectares de veg­e­tação nati­va em TIs no Cer­ra­do, um aumen­to de 188% em relação a 2022. Em todo o Brasil, ao con­trário, hou­ve que­da no des­mata­men­to em TIs”, divul­gou a enti­dade.

Em 2023, 20.822 hectares de veg­e­tação nati­va den­tro de ter­ras indí­ge­nas foram des­mata­dos, o que rep­re­sen­ta 1,1% de todo o des­mata­men­to no ano. Hou­ve uma redução de mais de 27% no des­mata­men­to em TIs, na com­para­ção com 2022.

Den­tro de unidades de con­ser­vação (UCs), foram 96.761 hectares de veg­e­tação nati­va suprim­i­dos em 2023, uma redução de 53,5% em relação a 2022. Em UCs de Pro­teção Inte­gral, a redução foi de 72,3%. A maior per­da de veg­e­tação nati­va em UCs ocor­reu em Área de Pro­teção Ambi­en­tal (APA) Estad­u­ais no Cer­ra­do, total­izan­do 41.934 hectares des­mata­dos. A APA mais des­mata­da no país em 2023 tam­bém fica no Cer­ra­do: APA do Rio Pre­to, com 13.596 hectares des­mata­dos.

Irregularidade

Ain­da de acor­do com o Map­Bio­mas, ape­sar de ape­nas 0,96% dos imóveis cadastra­dos no Cadas­tro Ambi­en­tal Rur­al (CAR) terem reg­istro de des­mata­men­to em 2023, eles respon­der­am por 89% das áreas des­matadas do país. Do total de 71.689 imóveis cadastra­dos no CAR com des­mata­men­to val­i­da­do em 2023, 43,1% foram rein­ci­dentes, ou seja, já tiver­am reg­istro de des­mata­men­to em anos ante­ri­ores.

Para esti­mar o quan­to do des­mata­men­to no Brasil não tem indí­cios de irreg­u­lar­i­dade ou de ile­gal­i­dade, a enti­dade expli­ca que cada aler­ta é avali­a­do con­sideran­do alguns critérios como se há autor­iza­ção cadastra­da nas bases de dados ofi­ci­ais, ou se há sobreposição com áreas pro­te­gi­das, como Unidade de Con­ser­vação de Pro­teção Inte­gral, Reser­va Legal ou Área de Preser­vação Per­ma­nente.

O relatório anu­al de des­mata­men­to iden­ti­fi­cou que 4,04% de toda a veg­e­tação suprim­i­da nos últi­mos cin­co anos não tem indí­cios de ile­gal­i­dade ou irreg­u­lar­i­dade, con­sideran­do autor­iza­ções dos esta­dos que disponi­bi­lizaram dados pub­li­ca­mente. Para o ano de 2023, mais de 93% da área des­mata­da no Brasil teve pelo menos um indí­cio de irreg­u­lar­i­dade.

Amazônia

A redução (62,2%) no des­mata­men­to no bio­ma Amazô­nia acon­te­ceu em todos os esta­dos, exce­to no Amapá, onde hou­ve cresci­men­to de 27%. Na região de Amacro, que reúne os esta­dos do Ama­zonas, Acre e Rondô­nia, e que já foi con­sid­er­a­da a prin­ci­pal frente de des­mata­men­to do Brasil, hou­ve que­da de 74% na área des­mata­da, que ficou em 102.956 hectares em 2023.

Dos 559 municí­pios do bio­ma, 436 tiver­am algum des­mata­men­to detec­ta­do em 2023, ou seja, 78% do total. Nos 10 municí­pios que mais des­mataram na Amazô­nia hou­ve que­da. Dos 50 municí­pios que mais perder­am veg­e­tação nati­va em 2023, 13 estão pre­sentes na lista de municí­pios do bio­ma Amazô­nia con­sid­er­a­dos pri­or­itários (Por­taria GM/MMA 834 de 2023) e todos eles apre­sen­taram que­da na área des­mata­da em relação a 2022.

“Hou­ve redução no taman­ho médio dos aler­tas e na área des­mata­da na maio­r­ia dos esta­dos, incluin­do a críti­ca região do Amacro. Por out­ro lado, obser­va-se um pos­sív­el deslo­ca­men­to deste des­mata­men­to, que está crescen­do em out­ros bio­mas, par­tic­u­lar­mente no Cer­ra­do, que apre­sen­tou a maior área des­mata­da no Brasil em 2023”, apon­tou Laris­sa Amor­im, da equipe de Amazô­nia do Map­Bio­mas, em nota.

DESMATAMENTO AMAZÔNIA - Lábrea, Amazonas Foto: Victor Moriyama/Greenpeace
Repro­dução: Supressão de veg­e­tação nati­va na Amazô­nia — Vic­tor Moriyama/Greenpeace

Pantanal

Em 2023 o Pan­tanal reg­istrou a maior área média dos even­tos de des­mata­men­to entre os bio­mas (158,2 hectares) e um aumen­to de 59,2% no des­mata­men­to em relação a 2022. Ao todo, 49.673 hectares de veg­e­tação nati­va foram suprim­i­dos no ano pas­sa­do. Pelo ter­ceiro ano con­sec­u­ti­vo, o bio­ma apre­sen­tou a maior veloci­dade média de des­mata­men­to, sendo 2,1 hectares/dia por even­to de des­mata­men­to.

For­mações flo­restais e savâni­cas respon­dem por 73% do des­mata­men­to no bio­ma. Quase todo (99%) o des­mata­men­to no bio­ma está em áreas pri­vadas reg­istradas no Cadas­tro Ambi­en­tal Rur­al (CAR).

“O municí­pio de Corum­bá (MS) responde por 60% do ter­ritório do Pan­tanal e por metade do des­mata­men­to reg­istra­do no bio­ma no ano pas­sa­do. É tam­bém o quin­to municí­pio que mais des­ma­tou no Brasil em 2023. Mais da metade (52%) do des­mata­men­to do Mato Grosso do Sul está no Pan­tanal, bio­ma que rep­re­sen­ta menos de um terço do ter­ritório do esta­do”, desta­cou o Map­Bio­mas.

Além de even­tos extremos de seca no bio­ma, a enti­dade avalia que o des­mata­men­to tem sido uma grande ameaça ao Pan­tanal. “O des­mata­men­to de flo­restas e savanas para a for­mação de pastagem exóti­ca acon­tece em grande escala. A preser­vação dessas áreas flo­restadas e o mane­jo das pasta­gens são fun­da­men­tais para a manutenção da bio­di­ver­si­dade de fau­na e flo­ra, em con­jun­to com os sis­temas tradi­cionais de pecuária do Pan­tanal”, pon­tu­ou Eduar­do Rosa, coor­de­nador da equipe do Pan­tanal do Map­Bio­mas, em nota.

Caatinga

Mais de um quin­to (22%) dos aler­tas val­i­da­dos em todo o Brasil no ano pas­sa­do vier­am da Caatin­ga, que respon­deu por 11% da área des­mata­da no país. Foram 201.687 hectares, um aumen­to de 43,3% em relação a 2022. Hou­ve reg­istro de pelo menos um even­to de des­mata­men­to em 1.047 dos 1.209 municí­pios (87%) que com­põem o bio­ma, em 2023.

A Bahia lid­era o des­mata­men­to, com 93.437 hectares, o que rep­re­sen­ta aumen­to de 34% em relação a 2022. Em segui­da, vem o Ceará, com 32.486 hectares – cresci­men­to de 28%. O maior aumen­to per­centu­al foi reg­istra­do no Rio Grande do Norte: 62% (total de 9.133 hectares). Em ape­nas um esta­do hou­ve redução na supressão de veg­e­tação nati­va: Per­nam­bu­co, com 15.996 hectares, ou seja, que­da de 35% em relação a 2022.

Brasília (DF) 21/05/2024 - Fotos feitas durante sobrevoo no norte da Bahia e parte do Piauí no início do mêsÁreas de encraves de Mata Atlântica no cerrado. Foto: Thomas Bauer/ SOS Mata Atlântica
Repro­dução: Sobrevoo no norte da Bahia, próx­i­mo ao Piauí — Thomas Bauer/ SOS Mata Atlân­ti­ca

“O maior des­mata­men­to ver­i­fi­ca­do na Caatin­ga foi impul­sion­a­do pela expan­são de ativi­dades agropecuárias, prin­ci­pal­mente na fron­teira agrí­co­la do Matopi­ba. Um exem­p­lo é o municí­pio de Bar­ra, na Bahia, onde há reg­istro do maior des­mata­men­to e aler­ta no bio­ma. Um fenô­meno que cap­turamos é o des­mata­men­to para fins de implan­tação de par­ques solares e eóli­cos crescen­do pelo bio­ma”, expli­cou Wash­ing­ton Rocha, coor­de­nador da equipe da Caatin­ga do Map­Bio­mas, em nota. Mais de 4.302 hectares foram des­mata­dos por empreendi­men­tos de ener­gia ren­ováveis (eóli­ca e solar).

Mata Atlântica

No ano pas­sa­do, 12.094 hectares de Mata Atlân­ti­ca foram des­mata­dos, uma que­da de 59% em relação a 2022. A redução ocor­reu em todos os esta­dos do bio­ma, tan­to em área des­mata­da quan­to em número de aler­tas. No bio­ma, Minas Gerais reduz­iu a área des­mata­da em 60%, ou seja, mais de 7 mil hectares; na Bahia, a que­da foi de 53%; no Paraná, foi de 71%. Ape­sar dis­so, dos 10 municí­pios que mais des­mataram, os dois primeiros ficam na Bahia e os oito restantes em Minas Gerais.

A média de área des­mata­da por dia e a média de even­tos de des­mata­men­to caíram mais de 50% em relação a 2022. As maiores reduções pro­por­cionais foram obser­vadas nos aler­tas de mais de 100 hectares, com 88% menos área des­mata­da se com­para­do a 2022 e 90% menos even­tos de des­mata­men­to.

“A agropecuária ain­da é o prin­ci­pal vetor de des­mata­men­to na Mata Atlân­ti­ca, além da expan­são das cidades. Em 2023, obser­va­mos áreas dev­as­tadas por desas­tres nat­u­rais cau­sa­dos pelas chu­vas em São Paulo e por min­er­ação em Minas Gerais”, obser­vou Natalia Crus­co, coor­de­nado­ra téc­ni­ca da equipe da Mata Atlân­ti­ca do Map­Bio­mas, em nota.

Pampa

Pampa Sul-Americano perdeu 20% de vegetação campestre, diz MapBiomas. Foto: MapBiomas.Org
Repro­dução: Lev­an­ta­men­to iden­ti­fi­cou pouco menos de um terço (21,9%) de supressão de veg­e­tação campestre — MapBiomas.Org

O Pam­pa reg­istrou que­da de 50% na área de veg­e­tação suprim­i­da em 2023, com 1.547 hectares. Dos 231 municí­pios do bio­ma, 97 tiver­am algum des­mata­men­to detec­ta­do no ano, ou seja, 42% do total. Em ape­nas cin­co deles acon­te­ceu mais da metade (51%) do total des­mata­do no bio­ma: Encruzil­ha­da do Sul (334 hectares), Pira­ti­ni (208 hectares), Her­val (130 hectares), Can­guçu (77 hectares) e Bagé (49 hectares).

Lev­an­ta­men­to do Map­Bio­mas iden­ti­fi­cou que mais de três quar­tos (77,7%) da área des­mata­da é de for­mações flo­restais; e um pouco menos de um terço (21,9%), de for­mação campestre. A enti­dade pon­dera, no entan­to, que os atu­ais sis­temas de detecção do des­mata­men­to no Pam­pa estão cal­i­bra­dos para a supressão das flo­restas e, por con­ta dis­so, ain­da não mon­i­toram a supressão da veg­e­tação campestre de modo efi­ciente, que é a veg­e­tação nati­va típi­ca e pre­dom­i­nante nesse bio­ma.

Matéria ampli­a­da às 10h26

Edição: Denise Griesinger

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