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Atletismo: pesquisador avalia como “raras” as chances dos brasileiros

LIMA, PERU - May 25: Alison Santos of Brazil competed 400 Metres Hurdles during the South American Championship at the South American Athletics Championships on May 24, 2019 in Lima, Peru (Photo Wagner Carmo / CBAt)
Repro­dução:  © Wag­n­er Carmo/CBAt

Professor Fernando Franco avaliou a biografia dos participantes


Pub­li­ca­do em 29/07/2021 — 09:36 Por Luiz Clau­dio Fer­reira — Brasília

Os olhos para as pis­tas de atletismo pas­sam a faz­er parte das roti­nas da Olimpía­da de Tóquio a par­tir des­ta quin­ta (29), às 21h (horário de Brasília) com provas de qual­i­fi­cação e elim­i­natórias. As primeiras medal­has saem na sex­ta (30). No entan­to, a pre­sença de atle­tas brasileiros entre vence­dores é improváv­el. 

Na avali­ação do pesquisador car­i­o­ca Fer­nan­do Fran­co, de 78 anos de idade, que é pro­fes­sor de edu­cação físi­ca rad­i­ca­do em Brasília e que anal­isa desem­pen­hos das par­tic­i­pações dos com­peti­dores des­de os jogos de 1992 (Barcelona), até mes­mo o pódio deve ser “muito difí­cil”.

“As chances são raras. Não cos­tu­mam haver grandes sur­pre­sas. De um dia para o out­ro, um atle­ta não altera pro­fun­da­mente as suas mar­cas. A não ser que ocor­ra algo ines­per­a­do”, avalia o pro­fes­sor. A exceção, no enten­der dele, é Ali­son dos San­tos, nos 400 met­ros com bar­reira, que é o ter­ceiro no rank­ing mundi­al.

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Para chegar a essa con­clusão “pes­simista”, ele traçou a biografia com o rendi­men­to de 44 atle­tas nos últi­mos anos. Ao todo, foram con­vo­ca­dos 53. Os out­ros nove com­peti­dores que não estão na lista de análise fazem parte de modal­i­dades de gru­pos, como são as cor­ri­das de reveza­men­to. “Aque­les que mel­ho­raram suas mar­cas nos últi­mos anos não fiz­er­am o sufi­ciente para fig­u­rar entre os favoritos. Alguns deles, infe­liz­mente, pio­raram mais recen­te­mente. Bas­ta olhar a evolução no rank­ing. Em ger­al, hou­ve que­da”, indi­ca.

Entre os exem­p­los, ele cita que Paulo André de Oliveira (nos 100 m rasos) era, em 2019, o 28º do rank­ing, com a mar­ca de 10.02 segun­dos, atingi­da em pro­va na Cal­ifór­nia (Esta­dos Unidos). Pas­sa­dos dois anos, o atle­ta foi para 43ª colo­cação, ten­do feito 10.07 segun­dos, tam­bém nos EUA. Out­ro caso, para ilus­trar, é o do Alto­beli San­tos da Sil­va que, em 2017, fez 8´23“67 (min­u­tos) na pro­va de três mil met­ros com obstácu­los, em torneio real­iza­do no Mar­ro­cos. Em São Paulo, neste ano de 2021, o atle­ta fez 8´26“04 (min­u­tos).

Chance de pódio

O pro­fes­sor avalia, no entan­to, que a par­tir dess­es dados, seria pos­sív­el guardar algu­ma esper­ança para Ali­son dos San­tos, que com­pete nos 400 met­ros com bar­reiras. Con­forme o pro­fes­sor bus­cou, o atle­ta tem dimin­uí­do o seu tem­po na pro­va, ano após ano, o que o deixou em ter­ceiro lugar no rank­ing mundi­al. Em 2016, ele fazia a pro­va em 55.32 segun­dos. Baixou para 53.82 (2017), 49.78 (2018), 48.28 (2019) e 47.34 (2021). “Na min­ha avali­ação é o atle­ta com algu­ma chance de pódio”.

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Repro­dução: Ali­son dos San­tos é o ter­ceiro no rank­ing dos 400 met­ros com bar­reiras — Wag­n­er Carmo/CBAt

Dar­lan Romani, no arremes­so de peso, que tem sido apon­ta­do como esper­ança de medal­ha, caiu do quar­to lugar no rank­ing (2019) para 12º. Caio Bon­fim, na mar­cha atléti­ca, que chegou a faz­er a pro­va de 20 km em 1 hora, 18 min­u­tos e 47 segun­dos, e era 12º no rank­ing, nos últi­mos dois anos, caiu para 28º com tem­po na mar­ca de uma hora e 20 min­u­tos. No salto trip­lo, Almir dos San­tos, que atingiu a mar­ca de 17.23 met­ros em 2019, não foi além de 17.14 met­ros nos últi­mos dois anos. É o 14º lugar no rank­ing. No salto com vara, Thi­a­go Braz, que já foi o quin­to, com a mar­ca de 5,92 met­ros, hoje é o oita­vo. O cole­ga Augus­to Dutra, na mes­ma modal­i­dade, pas­sou de 12º em 2019 para 24º.

Entre as mul­heres, estão mais bem ran­queadas Núbia Soares (6ª colo­cação) no salto trip­lo e Fer­nan­da Mar­tins, a 16ª no rank­ing do lança­men­to de dis­co. Éri­ca Rocha de Sena, que era a oita­va (em 2019) na mar­cha atléti­ca, pas­sou para 21ª colo­cação, mes­mo com o tem­po dela de pro­va não ten­do vari­a­do mais do que dois segun­dos.

Fer­nan­do Fran­co acred­i­ta que os brasileiros têm chances rel­e­vantes de seguir para a final em provas de reveza­men­to, no mas­culi­no, no fem­i­ni­no e no mis­to. “Mas medal­ha, acho muito com­pli­ca­do”.

“Não tive­mos uma mel­ho­ra a pon­to de nos cre­den­cia­r­mos como favoritos ao pódio. A for­mação de um medal­hista cos­tu­ma demor­ar muito tem­po”. Para ele, a pan­demia pode ter influ­en­ci­a­do a situ­ação, mas o fato é que fal­tou aos atle­tas nacionais mel­ho­rarem expres­si­va­mente as suas mar­cas. “Temos insta­lações e pre­cisamos estim­u­lar que mais atle­tas sur­jam das esco­las, por exem­p­lo”.

 

Edição: Alessan­dra Esteves

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