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Ato em SP reúne apoiadores de Bolsonaro contra julgamento no STF

Manifestantes também pediam anistia a condenados do 8 de janeiro

Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 29/06/2025 — 18:01
São Paulo
São Paulo (SP), 29/06/2015 - Ato do ex-presidente da República Jair Bolsonaro na Avenida Paulista. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Com o mote de “Justiça Já”, uma man­i­fes­tação na Aveni­da Paulista, em São Paulo, reuniu apoiadores do ex-pres­i­dente da Repúbli­ca Jair Bol­sonaro. O ato protes­ta prin­ci­pal­mente con­tra o jul­ga­men­to de Bol­sonaro no Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF), no qual o ex-chefe do Exec­u­ti­vo é acu­sa­do de lid­er­ar uma ten­ta­ti­va de golpe de Esta­do em 2022. Há ape­nas dois dias, o min­istro do STF, Alexan­dre de Moraes, abriu pra­zo para as ale­gações finais do proces­so que inves­ti­ga a tra­ma golpista.

Durante o ato real­iza­do na tarde deste domin­go (29), os man­i­fes­tantes tam­bém exibi­ram faixas pedin­do anis­tia aos con­de­na­dos pelo STF pelos ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, além de ban­deiras de apoio a Israel e aos Esta­dos Unidos.

Eles tam­bém criticaram as mudanças do Impos­to sobre Oper­ações Finan­ceiras (IOF) pro­postas em decre­to do gov­er­no fed­er­al e as fraudes no Insti­tu­to Nacional de Seguri­dade Social (INSS) descober­tas pela Polí­cia Fed­er­al.

Além de Bol­sonaro, o ato con­tou com a pre­sença do pas­tor evangéli­co Silas Malafa­ia, prin­ci­pal orga­ni­zador do ato, e dos gov­er­nadores Tar­cí­sio de Fre­itas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais) e Jorgin­ho Mel­lo (San­ta Cata­ri­na). Todos eles subi­ram ao cam­in­hão de som que foi posi­ciona­do ao lado do Par­que Tri­anon, no cruza­men­to entre a Aveni­da Paulista e a Rua Peixo­to Gomide.

Vesti­dos de verde e amare­lo, os apoiadores do ex-pres­i­dente estiver­am con­cen­tra­dos na tarde deste domin­go em ape­nas um quar­teirão da Aveni­da Paulista, em frente ao Par­que Tri­anon, entre a Rua Peixo­to Gomide ─ onde esta­va o cam­in­hão com as autori­dades ─ e o Museu de Arte de São Paulo (Masp). Havia tam­bém uma con­cen­tração de apoiadores em frente à sede da Fed­er­ação das Indús­trias do Esta­do de São Paulo (Fiesp).

Con­forme o Mon­i­tor do Debate Políti­co do Cebrap e a ONG More in Com­mon, o ato con­tou com 12,4 mil pes­soas. O cál­cu­lo é feito por ima­gens cap­turadas por drones e soft­wares de inteligên­cia arti­fi­cial, que cal­cu­lam a quan­ti­dade de man­i­fes­tantes. O mes­mo méto­do foi uti­liza­do no ato ante­ri­or do ex-pres­i­dente, em 6 de abril, quan­do foi reg­istra­da a pre­sença de 44,9 mil pes­soas na aveni­da Paulista.

Discursos

Sauda­do com gri­tos de “mito”, o ex-pres­i­dente subiu ao pal­co para pedir aos seus apoiadores que aju­dem a eleger 50% da Câmara e do Sena­do nas eleições de 2026 para “mudar o Brasil”. Segun­do o ex-pres­i­dente, se a dire­i­ta quer que o “nos­so time seja campeão, temos que inve­stir e acred­i­tar” e enten­der que “as coisas não acon­te­cem de uma hora para out­ra”.

Em seu dis­cur­so, o ex-pres­i­dente tam­bém defend­eu a anis­tia aos man­i­fes­tantes con­de­na­dos pelos aten­ta­dos do 8 de janeiro. “Ape­lo aos três poderes da Repúbli­ca para paci­ficar o Brasil. Liber­dade para os inocentes do 8 de janeiro”, falou. Segun­do ele, a anis­tia “é um remé­dio pre­vis­to na Con­sti­tu­ição” e o cam­in­ho para a paci­fi­cação.

Antes de Bol­sonaro, tam­bém dis­cur­saram o pas­tor Silas Malafa­ia e o gov­er­nador de São Paulo, Tar­cí­sio de Fre­itas, o mais aplau­di­do pelo públi­co durante o ato.

Em seu dis­cur­so, Malafa­ia criti­cou as prisões deter­mi­nadas pelo min­istro Alexan­dre de Moraes durante o proces­so que inves­ti­ga a ten­ta­ti­va de golpe no dia 8 de janeiro e chamou o min­istro de dita­dor. Ele tam­bém criti­cou o fato de a inves­ti­gação sobre Bol­sonaro estar basea­da em delações do ex-aju­dante de Bol­sonaro, o coro­nel Mau­ro Cid.

“Ele [Moraes] pen­sou rápi­do: se eu pren­der o coro­nel [Mau­ro] Cid, a delação dele cai, e se a delação dele cai, toda a sus­ten­tação da denún­cia do PGR [Procu­rador-Ger­al da Repúbli­ca] Paulo Gonet, que está jogan­do a rep­utação dele na lata do lixo, está sus­ten­ta­da na delação faju­ta do coro­nel Cid”, disse Malafa­ia.

Já o gov­er­nador de São Paulo defend­eu a anis­tia aos con­de­na­dos pelos ataques con­tra as sedes do Leg­isla­ti­vo, Exec­u­ti­vo e Judi­ciário, no 8 de janeiro, e cen­trou críti­cas no gov­er­no do atu­al pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va. “Esta­mos aqui para pedir justiça, anis­tia, paci­fi­cação e para orar pela esper­ança e pelo futuro”, disse ele. “Em dois anos e sete meses, [o atu­al gov­er­no] destru­iu tudo. O Brasil não aguen­ta mais. O Brasil não aguen­ta mais o gas­to desen­f­rea­do, a cor­rupção, o gov­er­no gas­ta­dor e o juro alto. O Brasil não aguen­ta mais o PT”, falou o gov­er­nador.

Para o gov­er­nador, a mis­são de Bol­sonaro “não acabou” e ele ain­da vai faz­er difer­ença no país. “Vol­ta, Bol­sonaro”, disse Tar­cí­sio. Bol­sonaro, no entan­to, foi con­de­na­do pelo Tri­bunal Supe­ri­or Eleitoral e declar­a­do inelegív­el até 2030 por abu­so de poder.

Alegações finais

O jul­ga­men­to de Bol­sonaro e dos out­ros inte­grantes no núcleo 1 do proces­so entrou no perío­do de ale­gações finais a par­tir de despa­cho do Min­istro Alexan­dre de Moraes, pub­li­ca­do na últi­ma sex­ta-feira.

Pelo despa­cho, a par­tir da inti­mação, a Procu­rado­ria-Ger­al da Repúbli­ca (PGR) terá o pra­zo de 15 dias para apre­sen­tar sua ver­são final dos fatos inves­ti­ga­dos. Após esse tem­po, o dela­tor do com­plô golpista, o tenente-coro­nel Mau­ro Cid, ex-aju­dante de ordens de Bol­sonaro, terá o mes­mo tem­po para apre­sen­tar suas próprias ale­gações finais.

Por últi­mo, as defe­sas dos out­ros sete réus da Ação Penal 2.668 terão tam­bém 15 dias para apre­sen­tar ao Supre­mo sua últi­ma man­i­fes­tação antes do jul­ga­men­to do caso pela Primeira Tur­ma, com­pos­ta por cin­co min­istros: além de Moraes, Cris­tiano Zanin, Luiz Fux, Cár­men Lúcia e Flávio Dino.

Todos os oito réus, incluin­do o próprio Bol­sonaro, foram denun­ci­a­dos pelo procu­rador-ger­al da Repúbli­ca, Paulo Gonet, pelos mes­mos cin­co crimes: orga­ni­za­ção crim­i­nosa arma­da, ten­ta­ti­va de abolir vio­len­ta­mente o Esta­do Democráti­co de Dire­ito, golpe de Esta­do, dano qual­i­fi­ca­do por vio­lên­cia e grave ameaça e dete­ri­o­ração de patrimônio tomba­do. Somadas, as penas podem ultra­pas­sar os 40 anos de prisão.

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