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Bagaço de cana vira embalagem ecológica para equipamentos eletrônicos

Promessa é de segurança sem comprometer o meio ambiente

Flávia Albu­querque — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 13/04/2025 — 12:11
São Paulo
Brasília (DF), 09/04/2025 - Criogel, bagaço de cana vira embalagem que protege equipamentos eletrônicos sensíveis. Foto: CNPEM/Divulgação
Repro­dução: © CNPEM/Divulgação

Pesquisadores do Cen­tro Nacional de Pesquisa em Ener­gia e Mate­ri­ais (CNPEM) desen­volver­am uma nova embal­agem anti­estáti­ca e sus­ten­táv­el, fei­ta a par­tir do bagaço da cana-de-açú­car e de negro de fumo, mate­r­i­al pro­duzi­do pela com­bustão incom­ple­ta de matéria veg­e­tal, como carvão e alca­trão de carvão, ou pro­du­tos petrolífer­os.

O mate­r­i­al prom­ete aumen­tar a segu­rança e reduzir danos por descar­gas elet­rostáti­cas de dis­pos­i­tivos eletrôni­cos sen­síveis, como chips, semi­con­du­tores e out­ros com­po­nentes eletrôni­cos. Com alto val­or, estes itens estão pre­sentes em com­puta­dores, celu­lares, TVs e até automóveis.

Chama­do de crio­gel con­du­ti­vo, o pro­du­to, além de garan­tir segu­rança, não com­pro­m­ete o meio ambi­ente. A ideia é a que o crio­gel con­du­ti­vo sub­sti­tua o pro­du­to plás­ti­co, alta­mente polu­ente.

“Nos­so obje­ti­vo é ofer­e­cer uma alter­na­ti­va sus­ten­táv­el para a indús­tria de embal­a­gens de pro­du­tos eletrôni­cos sen­síveis, sub­sti­tuin­do mate­ri­ais plás­ti­cos por opções menos polu­entes e de alto desem­pen­ho”, expli­ca a coor­de­nado­ra do estu­do, Juliana Bernardes.

A pesquisa do CNPEM que resul­tou no pro­du­to, pub­li­ca­da na revista Advanced Sus­tain­able Sys­tems, foi finan­cia­da pela Fape­sp (Fun­dação de Amparo à Pesquisa do Esta­do de São Paulo). Além de Juliana, o estu­do é assi­na­do pelas pesquisado­ras Gabriele Polezi, Elisa Fer­reira, e pelo pesquisador Diego Nasci­men­to, todos do Lab­o­ratório Nacional de Nan­otec­nolo­gia do CNPEM.

O pro­du­to não tem sim­i­lares no mer­ca­do e já teve a patente deposi­ta­da. O CNPEM bus­cará, por meio de Asses­so­ria de Ino­vação, parce­rias com empre­sas dis­postas a inve­stir na pro­dução em escala indus­tri­al.

Segun­do a pesquisado­ra, o mate­r­i­al tem estru­tu­ra leve e porosa, com alta resistên­cia mecâni­ca e pro­priedades que difi­cul­tam a propa­gação de chamas.

“Sua capaci­dade de con­duzir elet­ri­ci­dade pode ser ajus­ta­da con­forme a neces­si­dade: em baixas con­cen­trações de negro de fumo (1% a 5%), dis­si­pa car­gas elet­rostáti­cas lenta­mente; em con­cen­trações mais altas (aci­ma de 10%), tor­na-se um con­du­tor efi­ciente e pode ser usa­do em apli­cações mais avançadas para pro­te­ger equipa­men­tos eletrôni­cos alta­mente sen­síveis”.

De acor­do com os pesquisadores, os cus­tos de pro­dução ain­da não foram pre­ci­fi­ca­dos, mas o crio­gel con­du­ti­vo traz uma série de van­ta­gens ambi­en­tais e com­pet­i­ti­vas, como a maior resistên­cia ao fogo, ver­sa­til­i­dade e o uso de matérias-pri­mas abun­dantes.

“A celu­lose, por exem­p­lo, pode ser obti­da do bagaço de cana e out­ros resí­du­os agroin­dus­tri­ais, como pal­ha de mil­ho e cava­cos de eucalip­tos. O negro de fumo é usa­do na pro­dução de pneus e na indús­tria — chi­ne­ses e egíp­cios anti­gos já usavam o pó pre­to para pin­turas de murais e impressão”.

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