...
sábado ,18 janeiro 2025
Home / Noticias / Bairros e pontes vão precisar de outro padrão de construção no RS

Bairros e pontes vão precisar de outro padrão de construção no RS

Repro­dução: © Marce­lo Camar­go / Agên­cia Brasil

Análise é da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva


Publicado em 10/05/2024 — 21:41 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agência Brasil — Brasília

A recon­strução da infraestru­tu­ra de cidades e obras públi­cas no Rio Grande do Sul dev­as­tadas pelas enchentes dev­erá levar em con­ta o “novo nor­mal” do cli­ma no plan­e­ta, inclu­sive recal­cu­lan­do a capaci­dade de suporte a even­tos extremos. A avali­ação é da min­is­tra do Meio Ambi­ente e Mudança do Cli­ma, Mari­na Sil­va, em entre­vista exclu­si­va con­ce­di­da ao tele­jor­nal Repórter Brasil, da TV Brasil, na noite des­ta sex­ta-feira (10).

“Com certeza, ter­e­mos que nos adap­tar. Algu­mas coisas poderão ser recon­struí­das [como eram], mas out­ras podem não ser pos­sív­el mais essa recon­strução, pelo menos naque­le mes­mo lugar ou da mes­ma maneira”, afir­mou a min­is­tra. Segun­do ela, equipa­men­tos públi­cos, como pontes, e mes­mo locais de mora­dia dev­erão ter suas obras reavali­adas.

“As pontes lev­adas pelas cor­rentezas não poderão ser recon­struí­das no mes­mo lugar e não terão a mes­ma altura, e talvez não terão a mes­ma espes­sura, aí vai depen­der de uma avali­ação téc­ni­ca. Alguns bair­ros e comu­nidades talvez ten­ham que ser removi­dos para out­ras áreas, e tudo isso é muito doloroso”, disse Mari­na Sil­va.

“Não podemos ficar repetindo os mes­mos prob­le­mas”, prosseguiu Mari­na, lem­bran­do que o Rio Grande do Sul já havia vivi­do uma tragé­dia no ano pas­sa­do, com as enchentes que destruíram local­i­dades inteiras no Vale do Taquari, algo que voltou a se repe­tir na tragé­dia de ago­ra. “O cli­ma mudou, a real­i­dade mudou, vamos con­viv­er cada vez mais com ess­es extremos”, aler­tou a min­is­tra.

O que fazer

Mari­na Sil­va lem­brou do número de mor­tos e desa­pare­ci­dos no desas­tre, como pre­juí­zo irreparáv­el, mas ressaltou que out­ros pre­juí­zos mate­ri­ais poderão ser mit­i­ga­dos no futuro com ações de adap­tação, que incluem neces­si­dade de reduzir des­mata­men­to e a emis­são de car­bono (CO2) na atmos­fera — que con­tribui para o aque­c­i­men­to do plan­e­ta. É pre­ciso, diz a min­is­tra, sair da lóg­i­ca de geren­ciar ape­nas o desas­tre para geren­ciar a urgên­cia climáti­ca.

O vol­ume de chu­va da últi­ma sem­ana no Rio Grande do Sul, que super­ou os 500 milímet­ros (mm), foi de uma mag­ni­tude tão grande que não havia capaci­dade de resil­iên­cia nas cidades.

“Não ter rios assore­a­d­os, respeitar a mata cil­iar, não ter edi­fi­cações às mar­gens de rios e cór­re­gos, isso aju­da muito. Ter sis­temas de drenagem, sis­temas de encostas, des­ob­strução de rios e gale­rias. Todas essas inter­venções, com­bi­nadas, são muito impor­tantes. O prob­le­ma é que o vol­ume de chu­va ultra­pas­sou os lim­ites de suporte das cotas de cheias con­heci­das”, anal­isou.

Plano Clima

Essa super­ação de qual­quer par­a­dig­ma ante­ri­or sobre even­tos nat­u­rais, argu­men­tou Mari­na Sil­va, é jus­ta­mente o exem­p­lo de como a mudança do cli­ma deman­da ações urgentes e estru­tu­rais de cur­to, médio e lon­go pra­zos. Um dos focos do gov­er­no fed­er­al, no momen­to, é apre­sen­tar o Plano Cli­ma, que vai tratar de pre­v­er ações de adap­tação e mit­i­gação para todos os setores da sociedade, com ênfase em um plane­ja­men­to urbano para os 1.942 municí­pios brasileiros que são suscetíveis a even­tos climáti­cos extremos.

De acor­do com a min­is­tra, é pre­ciso que se con­sti­tu­am sis­temas de aler­ta efi­cientes, cri­ação de rotas de fuga, para que as pes­soas saibam para onde ir, estocagem prévia de ali­men­tos, de água potáv­el e medica­men­tos, além de pre­visão de equipa­men­tos públi­cos que pos­sam acol­her as pes­soas rap­i­da­mente, em caso de desas­tre.

Edição: Aécio Ama­do

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Fies: inscrições para o primeiro semestre começam em 4 de fevereiro

Inscrições gratuitas deve ser feitas exclusivamente pela internet Fabío­la Sin­im­bú – Repórter da Agên­cia Brasil …