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Bienal das Amazônias reúne obras de 120 artistas da Pan-Amazônia

Repro­dução: © Nailana Thiely/Bienal das Amazô­nias

Exposição é gratuita e vai até o dia 5 de novembro, em Belém

Publicado em 04/08/2023 — 13:39 Por Fabíola Sinimbú — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Um encon­tro que reúne todas as amazô­nias — transna­cional e brasileiras — na for­ma de arte acon­tece pela primeira vez na história, em Belém do Pará. A Bien­al das Amazô­nias abre as por­tas ao públi­co nes­ta sex­ta-feira (4), com obras de 120 artis­tas dos nove esta­dos amazôni­cos brasileiros e dos sete país­es que inte­gram a Pan-Amazô­nia, até 5 de novem­bro.

O pon­to prin­ci­pal de exposição das obras é um novo espaço cul­tur­al de Belém, o pré­dio desati­va­do de uma anti­ga loja de depar­ta­men­tos, com qua­tro pavi­men­tos e 7,6 mil met­ros quadra­dos, no cen­tro com­er­cial da cidade. Segun­do uma das curado­ras do encon­tro, Vânia Leal, são expressões de toda a efer­vescên­cia e mul­ti­pli­ci­dade das cul­turas amazôni­cas. “Somos plu­rais, não existe uma for­ma úni­ca de se faz­er arte, o que existe são difer­entes indi­vid­u­al­i­dades que pro­duzem arte”. Mais detal­h­es podem ser vis­tos nas redes soci­ais da bien­al.

Para traduzir essa mul­ti­pli­ci­dade da flo­res­ta, Vânia, que é arte his­to­ri­ado­ra, nasci­da em Macapá e rad­i­ca­da em Belém, tra­bal­hou, jun­to com Key­na Elei­son, pesquisado­ra de história da arte, o con­ceito “sapukai”, no proces­so de escol­ha e curado­ria dos artis­tas e das obras que com­põem a Bien­al. O ter­mo, que sig­nifi­ca gri­to, traduz as múlti­plas vozes de todos que par­tic­i­param de um proces­so de pesquisas no ter­ritório amazôni­co, que se esten­deu por dois anos.

A par­tir daí, o tra­bal­ho de curado­ria con­seguiu reunir artis­tas, pro­du­tores cul­tur­ais, agen­ci­adores de cul­tura e rev­e­lar um potente sis­tema cul­tur­al que vai muito além das pais­agens da flo­res­ta e debate temas mundi­ais como econo­mia, relações soci­ais e questões climáti­cas de relevân­cia mundi­al. “Belém é fin­ca­da na flo­res­ta e essa seta apon­ta de den­tro para fora não só para as amazô­nias, mas tam­bém para o mun­do”, diz Vânia.

O públi­co terá aces­so a esse uni­ver­so artís­ti­co, às 14 horas, no mes­mo dia em que a cidade recebe o even­to Diál­o­gos Amazôni­cos e que ante­cede a real­iza­ção da Cúpu­la da Amazô­nia, com a pre­sença de chefes de esta­do para o debate de políti­cas públi­cas para a região.

- Bienal das Amazônias. Foto: Nailana Thiely/Bienal das Amazônias
Mostra gratuita vai até o dia 5 de novembro — Nailana Thiely/Bienal das Amazônias

Homenagem

Debates encon­tram nesse espaço cul­tur­al da Bien­al out­ra for­ma de expressão, trazen­do, por exem­p­lo, a arte desen­volvi­da por quem vive imer­so nas questões e prob­le­mas da região, como a fotó­grafa hom­e­nagea­da pela 1ª Bien­al das Amazô­nias, Elza Lima.

Com uma tra­jetória de quase 40 anos reg­is­tran­do a região, Elza rev­ela em suas ima­gens a essên­cia das amazô­nias, na for­ma de reflexões sobre as relações dos povos com a flo­res­ta, com os rios e todas as questões que per­me­iam esse ter­ritório de quase sete mil­hões de quilômet­ros quadra­dos, tão diver­so em toda essa exten­são.

Elza con­sid­era o momen­to propí­cio para que o mun­do con­heça mais a fun­do a pro­dução cul­tur­al das amazô­nias, que se mostra não ape­nas na for­ma de expressão cul­tur­al, mas tam­bém na doc­u­men­tação da história de uma região invis­i­bi­liza­da por tan­tos anos. “Tudo que acon­tece na região está sendo muito bem escrito na sua arte”, diz.

Nasci­da em Belém, Elza é uma das mul­heres que fluíram nos rios amazôni­cos sem per­mi­tir que lim­ites fron­teir­iços esta­b­ele­cessem bar­reiras para a sua pro­dução artís­ti­ca, que teve iní­cio quan­do esse cenário ain­da era dom­i­na­do por home­ns.

Para a fotó­grafa, isso só foi pos­sív­el pela existên­cia de uma cole­tivi­dade que se apoia na con­strução desse cenário artís­ti­co.

“Estou hon­ra­da por ser uma artista, mul­her, da Amazô­nia, e ter sido escol­hi­da para ser a hom­e­nagea­da des­ta edição. Eu tra­go jun­to comi­go nes­sa hom­e­nagem todas as fotó­grafas do Brasil, prin­ci­pal­mente da Amazô­nia, que tra­bal­ham brava­mente e muitas vezes não têm o recon­hec­i­men­to mere­ci­do.”

Serviço

A Bien­al das Amazô­nias ocorre de 4 de agos­to a 5 de novem­bro, na rua Senador Manoel Bara­ta, nº 400, de quar­ta-feira à sex­ta-feira, de 11h às 19h, e aos sába­dos, de 11h às 20h, com entra­da gra­tui­ta.

Ouça na Radioagên­cia Nacional:

 

Edição: Aline Leal

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