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Biodança, ovnis, perucas: com que trabalham as novas profissões

Repro­dução: © ABRAÇA/Arquivo Pes­soal

Lista oficial de ocupações foi atualizada pelo Ministério do Trabalho


Publicado em 09/06/2024 — 16:54 Por Rafael Cardoso — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

Ela tem a habil­i­dade de trans­for­mar com­ple­ta­mente a aparên­cia de uma pes­soa. Bas­ta mudar tex­tu­ra, com­pri­men­to e cor do cabe­lo, e surge uma nova per­son­al­i­dade. Raquél Reis, de 41 anos, é con­fec­cionado­ra de peru­cas há mais de uma déca­da. Já pro­duz­iu até 200 cabe­los difer­entes em um mês. Uma roti­na pesa­da de tra­bal­ho, que atende des­de profis­sion­ais do mun­do das artes, até pes­soas comuns que sofrem com a que­da de cabe­lo por causa do trata­men­to con­tra o câncer.

Brasília (DF) 08/06/2024 - Raquél Reis confeccionadora de perucas - Ovnis, brinquedos, perucas: com o que trabalham novas profissões do país.Foto: Raquél Reis/Arquivo Pessoal
Repro­dução: Foto: Raquél Reis/Arquivo Pes­soal

“É um tra­bal­ho muito pux­a­do e cus­toso. A pes­soa quer que você faça por medi­da, no for­ma­to da cabeça dela, tem que tirar medi­das, faz­er mar­cações, fio a fio, para apare­cer tudo mar­avil­hosa­mente nat­ur­al. É com­pli­ca­do”, diz Raquél. “Mas eu amo esse poder da trans­for­mação. Toda vez que faço uma peru­ca para alguém, primeiro colo­co em mim, vejo se estou feliz e con­fortáv­el, depois pas­so para a min­ha cliente. É um mer­ca­do lin­do, crescen­do cada vez mais. Antiga­mente, tin­ha o pre­con­ceito da peru­ca. Hoje, não”.

O tra­bal­ho de con­fec­cionador de peru­ca é uma das 19 novas profis­sões recon­heci­das no Guia Brasileiro de Ocu­pações. Ele foi lança­do na quin­ta-feira pas­sa­da (6) pelo Min­istério do Tra­bal­ho e Emprego e a Orga­ni­za­ção Inter­na­cional do Tra­bal­ho (OIT).

Raquél Reis diz que a pro­dução de peru­cas garante uma remu­ner­ação sufi­ciente para pagar as con­tas. A deman­da antes da pan­demia era maior, mas vem aumen­tan­do pro­gres­si­va­mente. Ela pref­ere tra­bal­har de for­ma autôno­ma, para con­seguir aten­der des­de clientes comuns até pro­duções artís­ti­cas maiores para o cin­e­ma, tele­visão e teatro. Atual­mente, está envolvi­da na peça O Rei Leão, em car­taz em São Paulo. Já tra­bal­hou para os filmes Nos­so Son­ho, sobre a dupla Claud­in­ho e Buchecha, e Mamonas Assas­si­nas.

A deman­da de pes­soas com câncer, que per­dem os cabe­los por causa da quimioter­apia, tam­bém cos­tu­ma ser alta. Raquél já aten­deu 18 pes­soas com essa neces­si­dade em um mês. Um tra­bal­ho que, ape­sar de não traz­er ain­da um retorno finan­ceiro alto, traz mui­ta sat­is­fação em poder aju­dar as pes­soas a recu­per­arem um pouco da autoes­ti­ma.

“Quan­do a pes­soa está começan­do a quimioter­apia, eu con­si­go tirar o próprio cabe­lo da cliente e faz­er a peru­ca. Antes, eu pedia para alguns ami­gos coletarem cabe­lo. Mas um dia ninguém podia ir e eu fui jun­to, acabei choran­do jun­to com a cliente. Ago­ra estou sendo mais profis­sion­al. É difí­cil ver uma mul­her per­den­do o que ela ama, porque isso é a moldu­ra do nos­so ros­to. Mas a pes­soa cho­ra no momen­to e, depois que ela colo­ca o cabe­lo, vol­ta a sor­rir”, diz Raquél.

Guia Brasileiro de Ocupações

A ver­são atu­al­iza­da do Guia Brasileiro de Ocu­pações lista 2.609 profis­sões do mer­ca­do de tra­bal­ho. A ideia é que o doc­u­men­to sir­va de refer­ên­cia para tra­bal­hadores, estu­dantes, empre­gadores e pesquisadores. Há infor­mações sobre a média salar­i­al, habil­i­dades, con­hec­i­men­tos e req­ui­si­tos de cada uma das ocu­pações. Além de dados sobre desliga­men­tos e admis­sões em 2023.

As 19 ocu­pações que apare­cem pela primeira vez na lista ain­da não têm todas as infor­mações aci­ma. A entra­da na Clas­si­fi­cação Brasileira de Ocu­pações (CBO) é o primeiro pas­so para que profis­sion­ais e insti­tu­ições busquem maior recon­hec­i­men­to e orga­ni­za­ção da profis­são. A iden­ti­fi­cação ini­cial tem fins clas­si­fi­catórios para reg­istros admin­is­tra­tivos, mas não pode ser con­fun­di­da com a reg­u­la­men­tação da profis­são, que sem­pre é real­iza­da por meio de lei no Con­gres­so Nacional.

As 19 novas profis­sões são: ter­apeu­ta rei­ki, instru­tor de ioga, instru­tor de med­i­tação, facil­i­ta­dor de bio­dança, facil­i­ta­dor de gru­pos de movi­men­to, con­du­tor esco­lar ter­restre, lac­tarista, brin­quedista, con­du­tor de cães domés­ti­cos, mon­i­tor de ani­mais domés­ti­cos, instru­tor de mobil­i­dade com cães-guia, biól­o­go em meio ambi­ente e diver­si­dade, biól­o­go em saúde, ergono­mista, hidro­jatista, ufól­o­go, anal­ista de suces­so do cliente, anal­ista de exper­iên­cia do cliente e con­fec­cionador de peru­cas.

Ufólogo

Brasília (DF) 08/06/2024 - Ufólogo Edison Boaventura (d) - Ovnis, brinquedos, perucas: com o que trabalham novas profissões do país.Foto Edilson Boaventura/Arquivo Pessoal
Repro­dução: Foto: Edil­son Boaventura/Arquivo Pes­soal

Obje­tos voadores não iden­ti­fi­ca­dos (Ovnis) e extrater­restres povoam o imag­inário social há tem­pos. Além de lendas pop­u­lares e temas de ficção, eles são fonte de pesquisa para um grupo de pes­soas que se denom­i­nam ufólo­gas. É o caso do Edi­son Boaven­tu­ra Junior, 57 anos, que tra­bal­ha com o assun­to há 42 anos e divul­ga os con­teú­dos nas redes soci­ais. Aposen­ta­do, foi ger­ente do Ban­co do Brasil durante toda a vida e, com o salário, cus­teou os estu­dos na área de ufolo­gia.

“O meu inter­esse pelos ovnis surgiu em 1981, depois de avis­tar um obje­to voador não iden­ti­fi­ca­do em Guaru­já, no litoral de São Paulo. Tin­ha 14 anos de idade, min­ha mãe e meu irmão mais novo pres­en­cia­ram o fato, além de alguns viz­in­hos. Era um obje­to alaran­ja­do, muito grande, que solta­va obje­tos menores por baixo. Cheguei a con­tar 16 obje­tos. Até que eles desa­pare­ce­r­am em uma veloci­dade ráp­i­da”, con­ta Edi­son.

Em 1985, Edi­son fun­dou o grupo ufológi­co do Guaru­já, que afir­ma pesquis­ar mais de 600 casos, envol­ven­do fenô­menos de avis­ta­men­tos, luzes, pousos de obje­tos e até con­tatos dire­tos com trip­u­lantes. A expec­ta­ti­va ago­ra é que, com o recon­hec­i­men­to ofi­cial de que a ufolo­gia é uma profis­são, pos­sam exi­s­tir remu­ner­ações e pos­tos de tra­bal­ho ofi­ci­ais no gov­er­no, em áreas de inteligên­cia ou mil­i­tar, cen­tros cien­tí­fi­cos e uni­ver­si­dades.

“Fato inédi­to acon­te­cen­do no Brasil. Não con­heço nen­hum out­ro país no mun­do que ten­ha ali na sua grade o códi­go de ufól­o­go recon­heci­do como profis­são. É um mar­co nacional e inter­na­cional. Acred­i­to que essa ini­cia­ti­va deve ser segui­da por out­ros país­es tam­bém, que vão usar o nos­so exem­p­lo para sis­tem­ati­zar isso nos min­istérios do tra­bal­ho deles”, anal­isa Edi­son. “Segun­do pas­so é sis­tem­ati­zar tudo para definir o que é um ufól­o­go. Pre­cisa ter nív­el supe­ri­or? Tem que faz­er algum cur­so? Ele vai ser recon­heci­do pelo MEC? Se a pes­soa escreveu algum livro ou pub­li­cou algum tra­bal­ho em revista espe­cial­iza­da?”.

Facilitador de biodança

Um dos nomes que mais chama a atenção na nova lista de ocu­pações é o do facil­i­ta­dor de bio­dança. Parece algo mais novo e descon­heci­do, mas é uma práti­ca que existe des­de a déca­da de 1960. Foi cri­a­da por um psicól­o­go e antropól­o­go chileno, Rolan­do Toro, e trazi­da para o Brasil nos anos 1970. Por aqui, ela tem como prin­ci­pal insti­tu­ição a Asso­ci­ação Brasileira de Facil­i­ta­dores de Bio­dança (Abraça), da qual Wan­der­léia Apare­ci­da Coel­ho é pres­i­dente.

“A bio­dança inte­gra músi­ca, movi­men­to e ativi­dades em grupo. O obje­ti­vo é que as pes­soas pos­sam se recon­hecer dançan­do e, assim, cam­in­har de for­ma mais ple­na pelo mun­do. Toda sessão, que dura em média duas horas ou duas horas e meia de tra­bal­ho sem­anais, poten­cial­iza os des­pertares do indi­ví­duo. Não é uma core­ografia mar­ca­da, ela não tem pas­sos definidos. O que ela tem são estí­mu­los através da músi­ca, das vivên­cias pes­soais e do grupo, para que cada indi­ví­duo pos­sa se con­hecer através do próprio movi­men­to”, expli­ca Wan­der­léia.

Segun­do a pres­i­dente da Abraça, a bio­dança inte­gra os con­hec­i­men­tos de várias ciên­cias. Começa com a ideia de pro­moção da saúde e se apro­fun­da em out­ros cam­in­hos de desen­volvi­men­to humano e de auto­con­hec­i­men­to, den­tro de uma jor­na­da exis­ten­cial.

O profis­sion­al que dese­ja se tornar um facil­i­ta­dor em bio­dança pre­cisa pas­sar por um proces­so de for­mação exi­gente. A qual­i­fi­cação dura 4 anos, com 400 horas de teo­ria e práti­ca. Para ini­ciar o cur­so, é obri­gatório que já ten­ha par­tic­i­pa­do de sessões e rodas de bio­dança, para depois seguir os está­gios de for­mação teóri­ca, está­gios e apre­sen­tação de mono­grafia. Uma vez con­cluí­do, ele se tor­na um facil­i­ta­dor, con­ceito impor­tante para enten­der a profis­são.

“Ele se difer­en­cia de ser um pro­fes­sor, porque a gente parte do princí­pio de que esta­mos ali para cri­ar condições para que um indi­ví­duo se desen­vol­va. Facil­i­tan­do proces­sos, crian­do condições. E não ensi­nan­do, no sen­ti­do mais con­ser­vador da palavra. Ensi­nar é alguém ofer­e­cer con­hec­i­men­to para out­ro apren­der. A bio­dança parte do princí­pio de que já existe esse poten­cial humano e o facil­i­ta­dor cria condições para des­per­tar os poten­ci­ais”, diz Wan­der­léia.

O profis­sion­al for­ma­do pode atu­ar em gru­pos reg­u­lares pri­va­dos, volta­dos para a área do desen­volvi­men­to humano e pro­moção da saúde. Ou na área da edu­cação, para a for­mação de out­ros facil­i­ta­dores. E até mes­mo pas­sar em um con­cur­so públi­co em alguns esta­dos e municí­pios que disponi­bi­lizam vagas para essa for­mação especí­fi­ca. A ABRAÇA ain­da não tem um lev­an­ta­men­to sobre a média salar­i­al da cat­e­go­ria, mas é uma pesquisa que está no hor­i­zonte.

Brasília (DF) 08/06/2024 - Professora de Yoga, Satyla Leal - Ovnis, brinquedos, perucas: com o que trabalham novas profissões do país.Foto: Satyla Leal/Arquivo Pessoal
Repro­dução: Saty­la Leal/Arquivo Pes­soal

Instrutor de yoga

Con­ceito e práti­ca que tem origem na Índia, a yoga (ou ioga) é difun­di­da há um bom tem­po pelo Brasil. É fácil encon­trar um número alto de prat­i­cantes e pro­fes­sores nas redes soci­ais. Um dess­es per­fis é o de Saty­la Leal, de 30 anos, que dá aulas vir­tu­ais e pres­en­ci­ais há qua­tro anos. Ela já pen­sou em ser edu­cado­ra físi­ca, cur­sou admin­is­tração, tra­bal­hou como vende­do­ra em shop­ping, até encon­trar o cam­in­ho profis­sion­al na yoga. Profis­são que, por com­para­ção com as out­ras, pode pare­cer menos agi­ta­da, mas exige um lon­go tem­po de ded­i­cação.

“O meu dia começa às 4h da man­hã. É bem ced­in­ho mes­mo, para eu con­seguir faz­er min­ha práti­ca antes de começar a dar as aulas. Às 6h, eu ten­ho a primeira aula, que é vir­tu­al. Depois, por vol­ta das 7h, dou uma aula pres­en­cial. Na sequên­cia, eu faço mus­cu­lação para for­t­ale­cer o cor­po e a própria práti­ca. E aí vem os cuida­dos com a casa e os estu­dos. No perío­do da tarde, ten­ho mais aulas par­tic­u­lares, que só ter­mi­nam às 19h”, con­ta a pro­fes­so­ra.

Saty­la diz que a profis­são exige muito envolvi­men­to físi­co e emo­cional, e que uma pes­soa inter­es­sa­da em se tornar pro­fes­so­ra pre­cisa ter dis­ci­plina e estar enga­ja­da nos princí­pios da yoga. Praticar o que ensi­na.

“Yoga sig­nifi­ca união. O obje­ti­vo da práti­ca é essa inte­gração da gente com a gente mes­mo, com os nos­sos pilares essen­ci­ais: o cor­po, a mente, o espíri­to e a har­mo­nia deles para a gente tran­si­tar pela vida e todos os desafios. A Yoga não vai resolver os prob­le­mas, mas vai te traz­er dis­ci­plina para o que pre­cisa ser feito. Apren­der a tra­bal­har a mente não como inimi­ga, mas como fer­ra­men­ta. Apren­der a ouvir o próprio coração”, diz a pro­fes­so­ra.

Brinquedista

Já pen­sou em ser um profis­sion­al pago para brin­car e orga­ni­zar brin­cadeiras de cri­ança? O tra­bal­ho de brin­quedista envolve uma dose alta de diver­são, mas é sério e exige uma for­mação especí­fi­ca para que a pes­soa seja capaz de lidar com uma roti­na diária movi­men­ta­da de tra­bal­ho. O mer­ca­do de tra­bal­ho tem opções prin­ci­pal­mente em brin­que­dote­cas de esco­las, hos­pi­tais e empre­sas pri­vadas.

Brasília (DF) 08/06/2024 - Brinquedoteca do hospital da Santa Casa de Poços de Caldas (GO) - Ovnis, brinquedos, perucas: com o que trabalham novas profissões do país.Foto: Hospital da Santa Casa de Poços de Caldas/Divulgação
Repro­dução: Foto: Hos­pi­tal da San­ta Casa de Poços de Caldas/Divulgação

“O brin­quedista se ocu­pa de sele­cionar o acer­vo da brin­que­dote­ca. Os brin­que­dos e jogos que mais aten­dem ao públi­co, con­forme a idade e o ambi­ente onde as cri­anças estão inseri­das. Uma brin­que­dote­ca hos­pi­ta­lar, por exem­p­lo, não pode ter deter­mi­na­dos tipos de brin­que­dos por con­ta da higi­en­iza­ção. O profis­sion­al vai orga­ni­zar os espaços den­tro da brin­que­dote­ca para que sejam atraentes, para que as cri­anças inter­a­jam ali den­tro. Ele ensi­na e incen­ti­va brin­car. Pode traz­er pro­je­tos de músi­cas ou artes. Tam­bém cui­da da parte de limpeza e da segu­rança do brin­que­do, se ele pre­cisa de manutenção e descarte. Tem que acol­her famílias. Não é pou­ca coisa”, expli­ca Maria Célia Mal­ta Cam­pos, psi­cope­d­a­goga e pres­i­dente da Asso­ci­ação Brasileira de Brin­que­dote­ca (ABBri).

A primeira brin­que­dote­ca do país foi mon­ta­da em 1981: a Brin­que­dote­ca Indi­anópo­lis, em São Paulo, ten­do como dire­to­ra a ped­a­goga Nylse Hele­na Sil­va Cun­ha. A ABBri surge em 1984 e está com 39 anos de existên­cia. Hoje, quem dese­ja se tornar um brin­quedista pre­cisa pas­sar por um cur­so livre de 40 ou 50 horas. Não é exigi­do diplo­ma uni­ver­sitário, bas­ta ter o ensi­no médio com­ple­to.

O recon­hec­i­men­to na Clas­si­fi­cação Brasileira de Ocu­pações foi impor­tante, segun­do os brin­quedis­tas, para evi­tar con­fusões com out­ros tipos de ativi­dades, que pos­suem filosofias bem difer­entes.

“A gente difer­en­cia bas­tante o brin­car da brin­que­dote­ca do brin­car pedagógi­co volta­do para um ensi­no. O brin­car para nós é livre, cria­ti­vo, onde a cri­ança se comu­ni­ca, se expres­sa, ela é o cen­tro da ativi­dade”, expli­ca Maria Célia. “Existe uma base sól­i­da para difer­en­ciar esse profis­sion­al do edu­cador e do recreador. O recreador lid­era e orga­ni­za situ­ações de brin­cadeira. Ele é o cen­tro da ativi­dade. E para nós é o con­trário. O cen­tro da ativi­dade é a cri­ança”.

Edição: Valéria Aguiar

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