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Biografia sobre Alceu Valença será lançada hoje no Recife

Repro­dução: © Leo Aver­sa

Cantor fará 77 anos dia 1º próximo


Pub­li­ca­do em 27/06/2023 — 08:57 Por Luiz Cláu­dio Fer­reira — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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“Ele jamais abriu mão da própria iden­ti­dade durante toda a car­reira”. A avali­ação é a do jor­nal­ista car­i­o­ca Julio Moura, autor do livro Pelas ruas que andei — Uma biografia de Alceu Valença (Cepe Edi­to­ra), de 562 pági­nas. A obra sobre o artista de múlti­plas influên­cias será lança­da nes­ta terça-feira (27), às 19h, no Paço do Fre­vo, no Recife.  

O even­to terá a pre­sença do bió­grafo e do biografa­do, com aces­so livre. Alceu, que vai com­ple­tar 77 anos de idade na sem­ana que vem (dia 1º), tem car­reira mar­ca­da pela resistên­cia e manutenção das raízes nordes­ti­nas. Ele é acla­ma­do em todo o país e inter­na­cional­mente.

A mis­são de con­tar uma história de vida e de mais de 50 anos de car­reira ficou para o jor­nal­ista, que é asses­sor de impren­sa do artista des­de 2009. “Pos­so diz­er que, des­de então, pen­so em faz­er a biografia sobre ele”, con­fes­sa Julio.

Ele garante que Alceu deixou o escritor à von­tade para faz­er um mer­gul­ho inde­pen­dente e dis­tan­ci­a­do. “Não pediu para ler nada antes”, disse o escritor em entre­vista à Agên­cia Brasil.

Memórias

Julio expli­ca que que­ria evi­tar um “livro de memórias”. Por isso, tin­ha certeza de que pre­cis­aria de cer­to afas­ta­men­to em prol da qual­i­dade do livro.  Foram dois anos de escri­ta, prin­ci­pal­mente durante a pan­demia.

A inves­ti­gação da história de Alceu foi antes de escr­ev­er e gan­hou fôlego pelas con­ver­sas fre­quentes, pelas via­gens a São Ben­to do Una (PE), cidade em que o artista nasceu, e para Garan­huns (PE) e Recife para traçar o com­plexo mosaico de influên­cias musi­cais e de vida.

“Eu tive impressões con­fir­madas. Ele sem­pre teve uma obsti­nação e deter­mi­nação muito grandes. Por exem­p­lo, ele par­ticipou de fes­ti­vais de músi­ca impor­tantes e não gan­hou. Mas não desis­tiu”, rev­ela o escritor.

Out­ra face menos comen­ta­da do artista e que, segun­do Júlio, ilus­tra a obsti­nação de Alceu, foi a real­iza­ção do filme A lune­ta do tem­po. “Foi um filme que Alceu escreveu durante 10 anos e fil­mou no agreste de Per­nam­bu­co por três anos. Uma história do cir­co e can­gaço e eu par­ticipei inten­si­va­mente”, recor­da.

Julio teste­munha que Alceu não para nun­ca. “Ele é muito inten­so”, diz. Como um car­naval per­ma­nente. Influ­en­ci­a­do pelas raízes do vio­leiro, da ban­da de pífano, do cabo­clin­ho, do baião, do fre­vo no Recife, do mara­catu. “Ele é um dos artis­tas que mel­hor rep­re­sen­ta essa diver­si­dade que o Nordeste tem”, acred­i­ta o bió­grafo. Ele diz, ain­da, que fal­tam biografias sobre artis­tas nordes­ti­nos da ger­ação de Valença.

O saber de Alceu gera efeitos artís­ti­cos em difer­entes cam­pos. “A músi­ca Anun­ci­ação, por exem­p­lo, é ouvi­da e can­ta­da des­de 1983 (há 40 anos)”. Foi can­ta­da em momen­tos mar­cantes, como do pedi­do pelas Dire­tas Já, a par­tir de 1984, em que o artista se enga­jou. A músi­ca virou tam­bém um hino infor­mal das jogado­ras da Seleção Brasileira Fem­i­ni­na de Fute­bol, que vai dis­putar a Copa do Mun­do.

Não são ape­nas pelos meios tradi­cionais que Alceu con­segue reper­cussão. O escritor ver­i­fi­cou que a inter­net aux­il­iou a garan­tir vis­i­bil­i­dade para a obra do  com­pos­i­tor. “A músi­ca La belle de jour tem mais de 140 mil­hões de visu­al­iza­ções no Youtube. É impres­sio­n­ante. Não encon­tramos isso nem no Paul McCart­ney, ou Fred­die Mer­cury, ou Ste­vie Won­der”, obser­va.

Pelas ruas que andei, nome da canção que é o títu­lo do livro, é para Júlio a músi­ca mais mar­cante. Fun­ciona como metá­fo­ra de toda a cam­in­ha­da do artista no Nordeste e depois no Rio de Janeiro.

“Pessoa mais indicada”

Para Alceu Valença, Julio Moura era a pes­soa mais indi­ca­da para escr­ev­er a biografia. O artista garante que deixou o escritor e ami­go muito à von­tade para poder faz­er o livro.

“Mes­mo porque era a pes­soa mes­mo mais indi­ca­da para isso. Há muito tem­po em que ele tra­bal­ha com a gente, que via­ja comi­go e con­heceu tudo o que acon­te­ceu na min­ha vida”, afir­mou Alceu em entre­vista à Agên­cia Brasil. “Ele con­heceu a casa onde eu mor­ei, par­entes meus. Ele con­heceu a feira de São Ben­to do Uma, que serviu de base para a min­ha músi­ca, do xote, do xax­a­do, do baião”.

Alceu desta­ca que Julio esmi­uçou as influên­cias das out­ras cidades brasileiras em que ele viveu, como Garan­huns, Recife, Olin­da e Rio de Janeiro.

O can­tor desta­ca que a biografia rev­ela for­mação pri­or­itária dele, que é de São Ben­to do Una e da Fazen­da Riachão, onde nasceu. “A cul­tura do sertão pro­fun­do é a cul­tura que inspirou e fez com que exis­tisse o Gon­za­gão. Eu sou da mes­ma cul­tura influ­en­ci­a­do tam­bém por Gon­za­gão”,  opina.

No Recife, Alceu viveu na rua dos Pal­mares, um ver­dadeiro caldeirão cul­tur­al de influên­cias para ele. Moravam lá o com­pos­i­tor Car­los Pena Fil­ho e o grande Nel­son Fer­reira (o mae­stro e com­pos­i­tor de fre­vo). “Por lá, pas­savam os mara­ca­tus de origem africana. E os blo­cos indí­ge­nas, os cabo­clin­hos. O fre­vo de blo­co, o fre­vo de rua, o fre­vo canção”.

Alceu Valença desta­ca que o escritor con­heceu todos os ami­gos dele de Olin­da. “Ele tem uma memória incrív­el. Cada vez que eu pas­sa­va por Olin­da, eu ia me lem­bran­do de algu­ma coisa. E ele cuidou para estar tudo ali no livro”, obser­va.

Além do lança­men­to des­ta terça-feira, estão pro­gra­ma­dos out­ros dois lança­men­tos, um no Rio de Janeiro (Livraria Trav­es­sa do Shop­ping Leblon), no dia 25 de jul­ho, e em São Paulo (Itaú Cul­tur­al) no dia 27 do mês que vem.

A obra tem ver­sões impres­sa, dig­i­tal e audi­o­livro (disponív­el em audiolivro.art.br), adap­ta­do como condições de aces­si­bil­i­dade e recur­sos extras para os fãs do for­ma­to.

Serviço

Lança­men­to do livro Pelas ruas que andei — Uma biografia de Alceu Valença (Cepe Edi­to­ra)

Preço: R$ 70 (livro impres­so); R$ 35 (e‑book); 49,90 (com­pra do audi­o­livro); R$ 20 (assi­natu­ra do audi­o­livro)

Recife

Quan­do: 27 de jun­ho

Onde: Paço do Fre­vo (Praça do Arse­nal da Mar­in­ha, s/n, Recife)

Horário: 19h

Aces­so gra­tu­ito

 

 

Edição: Kle­ber Sam­paio

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