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Biomanguinhos passa a integrar rede de preparação para epidemias

Repro­dução: © Fer­nan­do Brito/MS

Inclusão visa aumentar capacidade regional de produzir vacinas


Publicado em 29/07/2024 — 09:02 Por Mariana Tokarnia — Repórter da Agência Brasil* — Rio de Janeiro

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O Insti­tu­to de Tec­nolo­gia em Imuno­bi­ológi­cos (Bio-Man­guin­hos/­Fiocruz) pas­sa a inte­grar a rede da Coal­izão para Ino­vações em Preparação para Epi­demias (CEPI) de fab­ri­cantes de vaci­nas no Sul Glob­al. A rede inter­na­cional tra­bal­ha para apoiar a fab­ri­cação de vaci­nas e out­ras respostas mais ráp­i­das e equi­tati­vas para futuras epi­demias e ameaças de doenças infec­ciosas. A for­mal­iza­ção do ingres­so ocorre nes­ta segun­da-feira (29) durante a Cúpu­la Glob­al de Preparação para Pan­demias 2024, que ocorre no Rio de Janeiro.

Bio-Man­guin­hos é um dos maiores fab­ri­cantes de vaci­nas da Améri­ca Lati­na. Segun­do a Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz), a inclusão impul­sion­ará sig­ni­fica­ti­va­mente os esforços de pro­dução de vaci­nas na região da Améri­ca Lati­na e do Caribe, aumen­tan­do a capaci­dade para pro­duzir imu­nizantes.

No âmbito da rede, o Insti­tu­to rece­berá US$17,9 mil­hões, o que equiv­ale a aprox­i­mada­mente R$ 92 mil­hões, da CEPI. Os recur­sos serão usa­dos para diver­si­ficar as capaci­dades de fab­ri­cação de vaci­nas. Além dis­so, servirão para apoiar o Com­plexo Indus­tri­al de Biotec­nolo­gia em Saúde (CIBS), no Cam­pus de San­ta Cruz, no Rio de Janeiro. O desen­volvi­men­to adi­cional do CIBS no Cam­pus de San­ta Cruz, já em con­strução, de acor­do com a Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz), tornará este local o maior cen­tro de pro­dução de vaci­nas na região. Será capaz de pro­duzir 120 mil­hões de fras­cos por ano, aju­dan­do a aten­der à cres­cente deman­da no Brasil, na Améri­ca Lati­na e no mun­do.

A rede dev­erá con­tribuir para reduzir o tem­po necessário para fab­ricar e val­i­dar os primeiros lotes de vaci­nas exper­i­men­tais, o que será fun­da­men­tal para pos­si­bil­i­tar uma respos­ta a um sur­to cres­cente em ape­nas 100 dias, que é um obje­ti­vo abraça­do pelos líderes do G7, do G20 e da indús­tria. Essa redução pode­ria aju­dar a deter uma futu­ra pan­demia durante seu cur­so.

Rede de fabricação

A CEPI foi lança­da em 2017 como uma parce­ria ino­vado­ra entre orga­ni­za­ções públi­cas, pri­vadas, filantrópi­cas e civis. A rede de fab­ri­cação de vaci­nas que Bio-Man­guin­hos pas­sa a inte­grar, por sua vez, foi cri­a­da pela CEPI para expandir a pro­dução glob­al de vaci­nas. A rede de fab­ri­cação con­cen­tra-se em fab­ri­cantes de vaci­nas no Sul Glob­al, próx­i­mos a áreas de alto risco de sur­tos cau­sa­dos por ameaças virais mor­tais como chikun­gun­ya, febre las­sa, nipah, doença x e out­ros patógenos com poten­cial epidêmi­co ou pandêmi­co pri­or­iza­dos pela orga­ni­za­ção.

A Fiocruz é o quin­to mem­bro da rede glob­al de fab­ri­cação da CEPI. Out­ros mem­bros incluem o Serum Insti­tute, da Índia; a Aspen, na África do Sul; o Insti­tut Pas­teur de Dakar, no Sene­gal; e a Bio Far­ma, na Indonésia.

Pandemia

A pan­demia de covid-19 mostrou a neces­si­dade da artic­u­lação glob­al e ressaltou tam­bém a neces­si­dade urgente de expandir o desen­volvi­men­to de vaci­nas e region­alizar a fab­ri­cação de pon­ta a pon­ta na Améri­ca Lati­na.

De acor­do com a Fiocruz, emb­o­ra os lati­no-amer­i­canos rep­re­sen­tem ape­nas cer­ca de 8% da pop­u­lação mundi­al, foram despro­por­cional­mente afe­ta­dos pela doença, respon­den­do por mais de um em cada qua­tro óbitos até out­ubro de 2023. Somente no Brasil, foram 700 mil mortes até dezem­bro de 2023.

A Fiocruz apon­ta que isso ocor­reu, em grande parte, porque o aces­so a vaci­nas e out­ras medi­das de com­bate na Améri­ca Lati­na e out­ras regiões do Sul Glob­al foram prej­u­di­ca­dos dev­i­do à con­cen­tração da capaci­dade de fab­ri­cação glob­al em um pequeno número de país­es de alta ren­da ou com grande pop­u­lação. Out­ros fatores que con­tribuíram incluem o aces­so difi­cul­ta­do a pro­du­tos, insumos e tec­nolo­gias necessários, além de desafios soci­ais e políti­cos.

Cúpula Global

A Cúpu­la Glob­al de Preparação para Pan­demias 2024 ocorre no Rio de Janeiro nes­ta segun­da (29) e terça (30). A Cúpu­la é co-orga­ni­za­da pelo Min­istério da Saúde do Brasil, a Fiocruz e a CEPI e reunirá espe­cial­is­tas, autori­dades gov­er­na­men­tais, rep­re­sen­tantes da sociedade civ­il e líderes da indús­tria e da comu­nidade de saúde glob­al para abor­dar os pro­gres­sos e os atu­ais desafios para o enfrenta­men­to de ameaças virais.

Edição: Aline Leal

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