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Bloco da Terreirada reúne no Rio famílias e foliões criativos

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Desfile mistura tradições nordestinas e cariocas na Quinta da Boavista


Pub­li­ca­do em 10/02/2024 — 19:03 Por Léo Rodrigues* — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O verde da Quin­ta da Boa Vista gan­hou a com­pan­hia de novas cores em um car­naval para todas as faixas etárias. Assim como acon­tece todos os sába­dos, o par­que local­iza­do na zona norte do Rio de Janeiro foi o des­ti­no escol­hi­do para o pas­seio de diver­sas famílias. Mas não é um fim de sem­ana comum: cri­anças, pais e avós caíram na folia com o Blo­co da Ter­reira­da.

Jun­to a eles, jovens com fan­tasias col­ori­das for­mavam uma aglom­er­ação para acom­pan­har o encon­tro entre rit­mos nordes­ti­nos e a tradição do car­naval car­i­o­ca. A apre­sen­tação do Blo­co da Ter­reira­da é reple­ta de sig­nos e refer­ên­cias da cul­tura pop­u­lar, em espe­cial o Reisa­do de Con­go do Cariri.

O reen­con­tro de Isaque com sua mãe, após um pequeno sus­to, com­pro­va­va a atmos­fera acol­he­do­ra. Após o sum­iço da cri­ança em meio aos pre­sentes, líderes do blo­co pedi­ram que todos se assen­tassem. A mobi­liza­ção per­mi­tiu que ela fos­se rap­i­da­mente local­iza­da, sob aplau­sos cole­tivos.

Rio de Janeiro (RJ) 10/02/2024 – Foliões na apresentação de carnaval do bloco da Terreirada Cearense, na Quinta da Boa Vista. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução: Fan­ta­sia de Vin­cent Van Gogh fez suces­so na Quin­ta da Boa Vista. Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil
A cria­tivi­dade das fan­tasias facil­i­ta­va as brin­cadeiras entre descon­heci­dos. Um Vin­cent Van Gogh não cansa­va de tirar fotos com foliões que o abor­davam suces­si­va­mente. Vestin­do uma das fan­tasias mais cria­ti­vas, a dire­to­ra de arte visu­al Beat­riz Moisés desta­cou que a atmos­fera tam­bém é influ­en­ci­a­da pelo con­for­to do espaço. Com uma grande nuvem na cabeça, ela teria difi­cul­dades de se loco­mover em out­ros blo­cos que tran­si­tam por vias aper­tadas.

“Fiz bem de últi­ma hora. Esta­va tra­bal­han­do na mon­tagem de um cenário e aproveit­ei mate­ri­ais que estavam sobran­do. Usei uma lanter­na japone­sa para mon­tar a base de cabeça e acrilon por fora. E fiz essa chu­vin­ha com pedrin­has. Primeiro surgiu a ideia de faz­er a fan­ta­sia. Depois eu pen­sei em um blo­co que onde eu pudesse ir com ela. Um que coubesse ela. E como eu amo o Ter­reira­da, foi a escol­ha cer­ta. Não sei diz­er o porquê, mas eu amo o Ter­reira­da. Eu ven­ho todo ano sim, acho lin­do”, expli­cou.

Out­ros dois foliões tam­bém viram no Ter­reira­da Cearense o blo­co ide­al para exibi­ram suas fan­tasias orig­i­nais. “A ideia era faz­er algo que lig­a­do às cri­anças, lig­a­do à paz. Então a gente quis jun­tar bonecos, fitas, emo­jis. Uma mis­tu­ra jus­ta­mente para colo­car a cri­ança para fora nesse car­naval. Quan­do a gente ter­mi­nou o fig­uri­no, a gente falou: ‘é a cara de uma ter­reira­da’. A gente vai se diver­tir bas­tante”, disse o agente de viagem, Leonar­do Sil­va.

O blo­co surgiu em 2012 e, des­de 2015, tem a con­fig­u­ração de ban­da, per­cussão e per­na de pau. Anual­mente, há duas grandes apre­sen­tações: uma cel­e­bração de car­naval e um arra­ial em jun­ho, tam­bém na Quin­ta da Boa Vista. Ensaios e out­ros even­tos menores tam­bém são real­iza­dos sem data fixa.

Rio de Janeiro (RJ) 10/02/2024 – Foliões na apresentação de carnaval do bloco da Terreirada Cearense, na Quinta da Boa Vista. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
 Repro­dução: Foliões na apre­sen­tação de car­naval do blo­co da Ter­reira­da Cearense, na Quin­ta da Boa Vista. Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Segun­do expli­cou à Agên­cia Brasil a pro­du­to­ra-exec­u­ti­va do blo­co, Juliana Cos­ta, a ban­da é com­pos­ta por Deya Mot­ta, Natascha Fal­cão, Thali­ta Duarte, Vito­ria Rodrigues, Beto Lemos, Gabe Pontes e Eduar­do Kar­ran­ka. O des­file mobi­li­zou ain­da 200 com­po­nentes, divi­di­dos igual­mente entre a Ala da Per­cussão e a Ala dos Pernal­tas.

Entre os par­tic­i­pantes, estão alunos de ofic­i­nas de per­cussão e de per­na de pau real­izadas pelo blo­co. “A gente tem parce­ria com dois pro­je­tos. Um é a Liga do Bem. O out­ro é o Ser Cri­ança Per­na de Pau, que lev­am as cri­anças para a apre­sen­tação”, infor­mou Juliana. Cer­ca de 15 cri­anças par­tic­i­pam da ofic­i­na, entre 8 e 14 anos de idade, além de alguns pais e mães.

A Ala de Per­cussão está sob respon­s­abil­i­dade pela maest­ri­na Thais Bez­er­ra, que tam­bém assi­na a direção musi­cal dos enre­dos e apre­sen­tações do blo­co. Ela coman­da uma ofic­i­na dois dias por sem­ana. Nas aulas, ela tra­bal­ha a músi­ca como fer­ra­men­ta do brin­que­do pop­u­lar, explo­ran­do os folgue­dos e a diver­si­dade rít­mi­ca da cul­tura brasileira. São usa­dos instru­men­tos vari­a­dos como zabum­ba, alfa­ia, Caixa, xequerê, ganzá, triân­gu­lo e agogô.

Já a Ala Pernal­ta se des­do­bra da ofic­i­na de per­na de pau que, des­de 2014, estru­tu­ra a lin­guagem per­for­máti­ca das apre­sen­tações. As aulas são coman­dadas pela atriz, edu­cado­ra e artista mul­ti­lin­guagem Raquel Potí, tam­bém respon­sáv­el pela direção artís­ti­ca e cêni­ca do blo­co. A ofic­i­na acon­tece nos jardins do Museu de Arte Mod­er­na (MAM), na zona sul do Rio de Janeiro, aos sába­dos. Con­forme divul­ga o blo­co, as aulas pro­por­cionam aos alunos a opor­tu­nidade de “ver a si e o mun­do a par­tir de um novo pon­to de vista, poten­cializar potên­cias, for­t­ale­cer comu­nidades, pro­mover o desen­volvi­men­to pes­soal e cole­ti­vo, brin­car e faz­er arte”.

Rio de Janeiro (RJ) 10/02/2024 – Apresentação de carnaval do bloco da Terreirada Cearense, na Quinta da Boa Vista. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução:  Apre­sen­tação de car­naval do blo­co da Ter­reira­da Cearense, na Quin­ta da Boa Vista. Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Bebida mineira

A bebi­da que se tornou febre no car­naval de Belo Hor­i­zonte nos últi­mos anos tam­bém mar­cou pre­sença na Quin­ta da Boa Vista. Fabi­ano de Gonçalves Medeiros apos­tou na ven­da do xeque mate para bus­car uma ren­da extra em meio à folia. “Está pegan­do bem, está fazen­do suces­so aqui. Tem uma curiosi­dade por causa dos ingre­di­entes. E cul­tural­mente o mate é muito pre­sente no Rio. As pes­soas tomam na pra­ia, nas lan­chonetes”, disse.

Goiano, Fabi­ano é geól­o­go e está real­izan­do sua pós-grad­u­ação no Rio de Janeiro. Uma das matérias do cur­so foi con­cluí­da em inter­câm­bio na Uni­ver­si­dade Fed­er­al de Minas Gerais (UFMG), em Belo Hor­i­zonte. “Todo mun­do lá é apaixon­a­do por essa bebi­da. Eu fiquei lá um mês. Está fazen­do um suces­so mere­ci­do. Mas é uma bebi­da que tem que ter cuida­do. Porque o mate com guaraná e limão mas­cara o gos­to do rum. Então você está toman­do uma bebi­da refres­cante, mas que tem mais de 8% de álcool. Na ter­ceira ou quar­ta, já pode ficar bal­ança­do”, con­ta.

 

*Colaborou Alana Gan­dra

Edição: Vini­cius Lis­boa

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