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Bolsonaro atuou de forma “direta e efetiva” para tentar golpe, diz PF

Informação está em relatório que indiciou ex-presidente e mais 36

André Richter — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 26/11/2024 — 16:29
 — Atu­al­iza­do em 26/11/2024 — 16:42
Brasília
Repro­dução: © Val­ter Campanato/Agência Brasil

A Polí­cia Fed­er­al (PF) con­cluiu que o ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro atu­ou de “for­ma dire­ta e efe­ti­va” nos atos exe­cutórios para ten­tar um golpe de Esta­do em 2022.

A infor­mação está no relatório no qual a PF indi­ciou Bol­sonaro e mais 36 acu­sa­dos por golpe de Esta­do e abolição vio­len­ta do Esta­do Democráti­co de Dire­ito. O sig­i­lo foi der­ruba­do nes­ta terça-feira (26) pelo min­istro do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF) Alexan­dre de Moraes, rela­tor do chama­do inquéri­to do golpe.

De acor­do com a PF, Bol­sonaro tin­ha con­hec­i­men­to sobre o plane­ja­men­to das ações para aten­tar con­tra a democ­ra­cia brasileira.

“Os ele­men­tos de pro­va obti­dos ao lon­go da inves­ti­gação demon­stram de for­ma inequívo­ca que o então pres­i­dente da Repúbli­ca, Jair Mes­sias Bol­sonaro, plane­jou, atu­ou e teve o domínio de for­ma dire­ta e efe­ti­va dos atos exe­cutórios real­iza­dos pela orga­ni­za­ção crim­i­nosa que obje­ti­va­va a con­cretiza­ção de um golpe de esta­do e da abolição do esta­do democráti­co de Dire­ito, fato que não se con­sumou em razão de cir­cun­stân­cias alheias à sua von­tade”, diz o relatório.

No doc­u­men­to, os inves­ti­gadores tam­bém afir­mam que Bol­sonaro tin­ha con­hec­i­men­to do chama­do Pun­hal Verde e Amare­lo, plano que, segun­do a PF, foi elab­o­ra­do pelos indi­ci­a­dos para seque­stro ou homicí­dio do min­istro Alexan­dre de Moraes, e do pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va e do vice-pres­i­dente Ger­al­do Alck­min.

“Há tam­bém nos autos rel­e­vantes e robus­tos ele­men­tos de pro­va que demon­stram que o plane­ja­men­to e o anda­men­to dos atos eram repor­ta­dos a Jair Bol­sonaro, dire­ta­mente ou por inter­mé­dio de Mau­ro Cid. As evidên­cias col­hi­das, tais como os reg­istros de entra­da e saí­da de vis­i­tantes do Palá­cio do Alvo­ra­da, con­teú­do de diál­o­gos entre inter­locu­tores de seu núcleo próx­i­mo, análise de ERBs [tor­res de celu­lar], datas e locais de reuniões, indicam que Jair Bol­sonaro tin­ha pleno con­hec­i­men­to do plane­ja­men­to opera­cional (Pun­hal Verde e Amare­lo), bem como das ações clan­des­ti­nas prat­i­cadas sob o codi­nome Copa 2022”, diz a PF.

Ain­da segun­do a cor­po­ração, o ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro deixou o Brasil no final de 2022 para evi­tar even­tu­al prisão e aguardar o des­fe­cho dos atos golpis­tas de 8 de janeiro de 2023. Em dezem­bro de 2022, nos últi­mos dias de seu manda­to, Bol­sonaro embar­cou para os Esta­dos Unidos e retornou somente em março de 2023.

A Polí­cia Fed­er­al final­i­zou as inves­ti­gações afir­man­do que, ape­sar dos atos para imple­men­tação, o golpe de Esta­do não ocor­reu porque o alto coman­do das Forças Armadas não aderiu ao movi­men­to golpista.

“Desta­ca-se a resistên­cia dos coman­dantes da Aeronáu­ti­ca, tenente-brigadeiro Bap­tista Junior, e do Exérci­to, gen­er­al Freire Gomes e da maio­r­ia do alto coman­do que per­manece­r­am fiéis à defe­sa do Esta­do Democráti­co de Dire­ito, não dan­do o suporte arma­do para que o então pres­i­dente da Repúbli­ca con­sumasse o golpe de Esta­do”, con­cluiu a PF.

Agên­cia Brasil bus­ca con­ta­to com a defe­sa de Bol­sonaro e está aber­ta para incluir seu posi­ciona­men­to no tex­to. Ontem (25), em cole­ti­va de impren­sa, ele declar­ou que “nun­ca dis­cu­tiu golpe com ninguém”. Segun­do o ex-pres­i­dente, todas as medi­das tomadas durante seu gov­er­no foram feitas “den­tro das qua­tro lin­has da Con­sti­tu­ição”.

 

Matéria ampli­a­da às 16h42, às 16h48 e às 17h57

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