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Bolsonaro diz ao STF que seria “ilógico” pedir asilo a embaixador

Repro­dução: © Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Ex-presidente esteve na embaixada da Hungria de 12 a 14 de fevereiro


Publicado em 27/03/2024 — 18:20 Por André Richter — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro afir­mou nes­ta quar­ta-feira (27) ao min­istro Alexan­dre de Moraes, do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF), que seria “ilógi­co” sug­erir que ele pediria asi­lo políti­co durante o perío­do em que ficou hospeda­do na Embaix­a­da da Hun­gria, em Brasília, no mês pas­sa­do.

A expli­cação foi envi­a­da ao Supre­mo após o min­istro dar pra­zo de 48 horas para Bol­sonaro explicar a esta­dia.

Na segun­da-feira (25), o jor­nal The New York Times pub­li­cou que o ex-pres­i­dente per­maneceu entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano hospeda­do na embaix­a­da.

Dias antes, em 8 de fevereiro, Bol­sonaro teve o pas­s­aporte apreen­di­do por deter­mi­nação de Moraes após sofr­er uma bus­ca e apreen­são durante a Oper­ação Tem­pus Ver­i­tatis, que inves­ti­ga a ten­ta­ti­va de golpe de Esta­do no país após o resul­ta­do das eleições de 2022.

Pelas regras inter­na­cionais, a área da embaix­a­da é invi­o­láv­el pelas autori­dades brasileiras. Dessa for­ma, Bol­sonaro estaria imune ao even­tu­al cumpri­men­to de um man­da­do de prisão.

Na petição, a defe­sa de Bol­sonaro diz que é “ilógi­co” con­sid­er­ar que o ex-pres­i­dente pediria asi­lo políti­co para a embaix­a­da. Segun­do a defe­sa, Bol­sonaro não tin­ha pre­ocu­pação com even­tu­al prisão.

“Diante da ausên­cia de pre­ocu­pação com a prisão pre­ven­ti­va, é ilógi­co sug­erir que a visi­ta do peti­cionário à embaix­a­da de um país estrangeiro fos­se um pedi­do de asi­lo ou uma ten­ta­ti­va de fuga. A própria imposição das recentes medi­das caute­lares tor­na­va essa suposição alta­mente improváv­el e infun­da­da”, afir­mou a defe­sa.

Os advo­ga­dos tam­bém afir­maram que o ex-pres­i­dente sem­pre man­teve inter­locução com as autori­dades hún­garas e rechaçaram ilações sobre even­tu­al pedi­do de asi­lo diplomáti­co.

“São, por­tan­to, equiv­o­cadas quais­quer con­clusões decor­rentes da matéria veic­u­la­da pelo jor­nal norte-amer­i­cano, no sen­ti­do de que o ex-pres­i­dente tin­ha inter­esse em algu­ma espé­cie de asi­lo diplomáti­co, con­clusão a que se chega bas­tan­do con­sid­er­ar a pos­tu­ra e ati­tude que sem­pre man­teve em relação as inves­ti­gações a ele dirigi­das”, com­ple­tou a defe­sa.

Bol­sonaro é ali­a­do do primeiro-min­istro da Hun­gria, Vik­tor Orbán, que esteve na posse do ex-pres­i­dente em 2018. Em 2022, Bol­sonaro vis­i­tou Budapeste, cap­i­tal hún­gara, e foi rece­bido por Orbán. Além dis­so, ambos tro­cam con­stantes elo­gios públi­cos

Hospedagem

A pub­li­cação norte-amer­i­cana anal­isou as ima­gens das câmeras de segu­rança do local e ima­gens de satélite, que mostram que Bol­sonaro chegou no dia 12 de fevereiro à tarde e saiu na tarde do dia 14 de fevereiro.

As ima­gens mostram que a embaix­a­da esta­va prati­ca­mente vazia, exce­to por alguns diplo­matas hún­garos que moram no local. Segun­do o jor­nal, os fun­cionários estavam de férias e a esta­dia de Bol­sonaro ocor­reu durante o feri­ado de car­naval.

Segun­do a reportagem, no dia 14 de fevereiro, os diplo­matas hún­garos con­tataram os fun­cionários brasileiros, que dev­e­ri­am retornar ao tra­bal­ho no dia seguinte, dan­do a ori­en­tação para que ficas­sem em casa pelo resto da sem­ana.

Edição: Maria Clau­dia

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