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Botafogo supera expulsão relâmpago e conquista Libertadores inédita

Luiz Henrique desequilibra no 1º tempo e Glorioso vence Atlético-MG

Lin­coln Chaves — Repórter da EBC
Pub­li­ca­do em 30/11/2024 — 20:34
São Paulo
Comemoração do gol de Luiz Henrique
Repro­dução: © Vitor Silva/Botafogo

O fute­bol da Améri­ca do Sul está ofi­cial­mente ren­di­do ao Botafo­go. Neste sába­do (30), o Glo­rioso alcançou a maior con­quista em 120 anos de história. Mes­mo per­den­do o volante Gre­gore expul­so com menos de um min­u­to de jogo, a equipe car­i­o­ca venceu o Atléti­co-MG por 3 a 1, no Está­dio Mon­u­men­tal de Nuñez, em Buenos Aires, na Argenti­na, garan­ti­n­do o títu­lo inédi­to da Lib­er­ta­dores.

A con­quista mar­ca o fim de um lon­go jejum de títu­los para além do âmbito car­i­o­ca ou region­al. O últi­mo grande troféu ergui­do pelo Botafo­go era a do Campe­ona­to Brasileiro de 1995, lid­er­a­do pelo artil­heiro Túlio Mar­avil­ha. De lá para cá, o Alvine­gro até venceu cin­co Estad­u­ais (1997, 2006, 2010, 2013 e 2018) e um Torneio Rio São-Paulo em 1998, mas acu­mu­lou três rebaix­a­m­en­tos à Série B em menos de 20 anos.

A vol­ta por cima

A Lib­er­ta­dores é o primeiro títu­lo des­de que a Sociedade Anôn­i­ma do Fute­bol (SAF) do clube foi com­pra­da pelo empresário inglês John Tex­tor. No ano pas­sa­do, o Botafo­go esteve per­to de con­quis­tar o Brasileirão, com 13 pon­tos de van­tagem para o segun­do colo­ca­do ao final do primeiro turno, mas teve grande que­da de pro­dução na metade final da com­petição. Após 11 jogos sem vencer e viradas ina­cred­itáveis sofridas con­tra Palmeiras e Grêmio, a equipe ter­mi­nou o campe­ona­to em quin­to lugar.

A der­ro­ca­da obrigou o Botafo­go a dis­putar a fase pre­lim­i­nar da Lib­er­ta­dores deste ano, pas­san­do por Auro­ra, da Bolívia, e Red Bull Bra­gan­ti­no para chegarem à fase de gru­pos. Ape­sar do iní­cio ruim, com der­ro­tas para Junior Bar­ran­quil­la, da Colôm­bia, e LDU, do Equador, o Glo­rioso empla­cou três vitórias seguidas e se clas­si­fi­cou ao mata-mata onde bateu Palmeiras, São Paulo (ambos de for­ma dramáti­ca) e Penãrol, do Uruguai, este últi­mo com dire­ito a golea­da por 5 a 0 no Está­dio Nil­ton San­tos, no Rio de Janeiro.

A vol­ta por cima pós-2023 está coroa­da, mas pode ficar ain­da mais glo­riosa. O Botafo­go lid­era o Brasileirão com 73 pon­tos, três a mais que o Palmeiras, restando duas rodadas para o fim da com­petição — Inter­na­cional e For­t­aleza, com 65 pon­tos e três jogos pela frente, ain­da podem alcançar o Alvine­gro.

Par­tiu, Mundi­al

De que­bra, o Botafo­go se cre­den­ciou a duas com­petições da Fed­er­ação Inter­na­cional de Fute­bol (Fifa). A primeira é a Copa Inter­con­ti­nen­tal, que sub­sti­tui, no cal­endário, o Mundi­al de Clubes. No dia 11 de dezem­bro, em Doha, no Catar, o Glo­rioso encara o Pachu­ca, do Méx­i­co, vence­dor da Con­ca­caf (enti­dade respon­sáv­el pela modal­i­dade no Caribe e nas Améri­c­as do Norte e Cen­tral). Quem pas­sar, pega na semi­fi­nal o Al-Ahly, do Egi­to, campeão africano. A final será con­tra o Real Madrid, da Espan­ha, gan­hador da Liga dos Campeões da Europa.

Já entre 15 de jun­ho e 13 de jul­ho, o desafio será o novo Mundi­al da Fifa, nos Esta­dos Unidos. O torneio reunirá 32 clubes, sendo seis da Améri­ca do Sul. Qua­tro deles são os brasileiros campeões das últi­mas edições da Lib­er­ta­dores. Além do Botafo­go, estarão Palmeiras (2021), Fla­men­go (2022) e Flu­mi­nense (2023). Os argenti­nos Boca Juniors e Riv­er Plate com­ple­tam os rep­re­sen­tantes sul-amer­i­canos.

E ago­ra, Galo?

O Atléti­co-MG, por sua vez, voltou a ser der­ro­ta­do em uma final de 2024, após perder a Copa do Brasil para o Fla­men­go. Sem vencer há 11 par­tidas, sendo sete pelo Brasileirão, o Galo caiu na tabela do campe­ona­to nacional e aparece na déci­ma posição, com 44 pon­tos, a três do Bahia, oita­vo colo­ca­do e que, com o títu­lo do Botafo­go, pas­sou a her­dar uma vaga na fase pre­lim­i­nar da próx­i­ma Lib­er­ta­dores. Res­ta aos mineiros cor­rer atrás de uma nova chance para ten­tar o bi em 2025.

Um a menos, dois a mais

Trin­ta e três segun­dos. Dis­pu­ta de bola no cír­cu­lo cen­tral entre Gre­gore, do Botafo­go, e Faus­to Vera, do Atléti­co-MG. O volante do Glo­rioso atinge a cabeça do argenti­no, que san­gra. O árbi­tro Facun­do Tel­lo não tem dúvi­das: cartão ver­mel­ho. Com menos de um min­u­to de jogo, os car­i­o­cas já estavam com um homem a menos na par­ti­da mais esper­a­da da tem­po­ra­da.

A expec­ta­ti­va era tan­to de pressão atlet­i­cana, fazen­do valer a supe­ri­or­i­dade numéri­ca em cam­po, como de algu­ma mudança por parte do Botafo­go, para con­ter os ataques do adver­sário, reforçan­do o sis­tema de meio-cam­po ou defen­si­vo com a saí­da de um ata­cante. Nem uma coisa, nem out­ra. O Galo se pos­tou no cam­po ofen­si­vo, mas assus­tou somente em chutes da entra­da da área do ata­cante Hulk, defen­di­dos pelo goleiro John.

Com ape­nas 22% de posse de bola, 79 pass­es tro­ca­dos e um jogador a menos, o Botafo­go foi letal. Aos 34 min­u­tos, aven­tur­ou-se pela primeira vez no ataque. Na base da tro­ca de pass­es, o meia Thi­a­go Alma­da abriu para o ata­cante Luiz Hen­rique, que escapou da mar­cação pela esquer­da ao invadir a área e rolou para o volante Mar­lon Fre­itas chutar. A bati­da explodiu no zagueiro Júnior Alon­so e sobrou para Luiz Hen­rique, que man­dou para as redes.

O Botafo­go soube aproveitar a insta­bil­i­dade do Atléti­co-MG. Aos 41, na segun­da investi­da dos car­i­o­cas, Ever­son e Guil­herme Arana não se enten­der­am na mar­cação e Luiz Hen­rique se ante­cipou ao lat­er­al do Galo. O goleiro, então, der­rubou o ata­cante do Glo­rioso na entra­da da área. Com aju­da do árbi­tro de vídeo (VAR), Facun­do Tel­lo deu pênalti, que o lat­er­al Alex Telles bateu e con­ver­teu.

Fogão se segu­ra e comem­o­ra

Para a eta­pa final, Gabriel Mil­i­to pro­moveu logo três mudanças, com as entradas do lat­er­al Mar­i­ano, do meia Bernard e do ata­cante Eduar­do Var­gas nas vagas do zagueiro Lyan­co e dos meias Gus­ta­vo Scarpa e Faus­to Vera. Com um min­u­to, as tro­cas já der­am resul­ta­do. No primeiro ataque do Galo, escant­eio. Hulk cobrou na área e Var­gas, livre, sem pre­cis­ar saltar, man­dou de cabeça, no ângu­lo de John, descon­tan­do para o Atléti­co-MG. Aos oito, os mineiros recla­ma­ram de um pênalti de Mar­lon Fre­itas em Deyver­son, que não teria sido mar­ca­do.

Os gri­tos de “Eu acred­i­to!”, entoa­d­os pela tor­ci­da atlet­i­cana na cam­pan­ha do títu­lo da Lib­er­ta­dores de 2013, tomaram o Mon­u­men­tal. Perceben­do o cresci­men­to do adver­sário, Arthur Jorge respon­deu às tro­cas de Mil­i­to, man­dan­do a cam­po o volante Dani­lo Bar­bosa na vaga do meia Jef­fer­son Savari­no e o lat­er­al Marçal no lugar de Alex Telles — que já tin­ha amare­lo.

Com Hulk e Mar­i­ano ditan­do o rit­mo, o Atléti­co-MG não saía do cam­po ofen­si­vo, obri­g­an­do os jogadores de frente do Botafo­go, como Luiz Hen­rique e Alma­da, a reforçarem o sis­tema defen­si­vo, com difi­cul­dades para con­tra-atacar. Arthur Jorge, então, tro­cou a dupla por Júnior San­tos e Matheus Mar­tins. Em respos­ta, Mil­i­to deu novo gás ao coman­do de ataque, com Alan Kardec sub­sti­tuin­do Deyver­son.

O Galo inten­si­fi­cou a pressão nos instantes finais. Aos 41, Mar­i­ano lançou Var­gas, que se ante­cipou à mar­cação pelo meio e desvi­ou por cima do trav­es­são, com muito peri­go. O chileno teve out­ra grande chance no lance seguinte, em recuo de bola ruim do zagueiro Adryel­son que o deixou na frente de John, mas errou na ten­ta­ti­va de enco­brir o goleiro.

As opor­tu­nidades per­di­das fiz­er­am fal­ta. Aos 52 min­u­tos, Júnior San­tos fez bela joga­da pela dire­i­ta e ten­tou cruzar rasteiro para Matheus Mar­tins. O volante Alan Fran­co até fez o corte, mas o próprio Júnior San­tos con­feriu para as redes, ano­tan­do o déci­mo gol dele na Lib­er­ta­dores, encer­ran­do a com­petição como artil­heiro. O gol do títu­lo.

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