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Braga Netto tentou obter dados de delação de Mauro Cid

Mauro Cid confirmou a tentativa do general em depoimento à PF

Luiz Clau­dio Fer­reira — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 14/12/2024 — 12:18
Brasília
Brasília (DF), 02/04/2020 - Ministro da Casa Civil Braga Netto durante coletiva de Imprensa no Palácio do Planalto sobre as ações de enfrentamento no combate ao Covid-19. Foto: Isac Nóbrega/PR
Repro­dução: © Isac Nóbrega/PR

A decisão do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF) de dec­re­tar a prisão do gen­er­al Wal­ter Bra­ga Net­to, na man­hã deste sába­do (14), foi fun­da­men­ta­da pela ten­ta­ti­va de ele ten­tar obter detal­h­es da delação do tenente-coro­nel Mau­ro Cid, ex-aju­dante de ordens de Jair Bol­sonaro, para a Polí­cia Fed­er­al em setem­bro do ano pas­sa­do. Segun­do a Polí­cia Fed­er­al, a ação pode ser car­ac­ter­i­za­da como obstrução de Justiça. As infor­mações foram prestadas na últi­ma audiên­cia de Mau­ro Cid à PF, no dia 21 de novem­bro. 

A dec­re­tação da prisão, assi­na­da pelo min­istro Alexan­dre de Moraes, rela­tor do inquéri­to, a inves­ti­gação, con­forme a Polí­cia Fed­er­al, demon­stra que hou­ve con­tatos de Bra­ga Net­to com o pai de Mau­ro Cid, o gen­er­al Mau­ro César Loure­na Cid.

“[Os con­tatos] tin­ham a final­i­dade de obter dados sig­ilosos, con­tro­lar o que seria repas­sa­do à inves­ti­gação, e, ao que tudo indi­ca, man­ter infor­ma­do os demais inte­grantes da orga­ni­za­ção crim­i­nosa”, apon­ta a decisão de Moraes.

O min­istro é rela­tor do inquéri­to que inves­ti­ga a ten­ta­ti­va de golpe de Esta­do para impedir a posse do pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va.

Out­ro argu­men­to apon­ta que a PF, no dia 8 de fevereiro deste ano, data da defla­gração da oper­ação “Tem­pus Ver­i­tatis”, encon­trou papeis na mesa do coro­nel Flávio Botel­ho Pere­gri­no, asses­sor de Bra­ga Net­to, que ori­en­tari­am per­gun­tas e respostas sobre delação de Mau­ro Cid.

“Foi iden­ti­fi­ca­do na sede do Par­tido Lib­er­al (PL), sob a mesa do coro­nel Flávio Botel­ho Pere­gri­no, asses­sor do gen­er­al Bra­ga Net­to, doc­u­men­to com per­gun­tas e respostas acer­ca da colab­o­ração pre­mi­a­da real­iza­da pelo inves­ti­ga­do Mau­ro Cid”.

Na decisão de Moraes, há tre­chos de como Cid infor­mou à PF sobre as ações do gen­er­al.

“Basi­ca­mente isso acon­te­ceu logo depois da min­ha soltura, quan­do eu fiz a colab­o­ração naque­le perío­do, onde não só ele como out­ros inter­mediários ten­taram saber o que eu tin­ha fal­a­do”.

Dinheiro na sacola de vinho

Out­ra novi­dade que Mau­ro Cid trouxe, na audiên­cia no últi­mo dia 21, foi sobre o finan­cia­men­to das ações de forças espe­ci­ais por parte de Bra­ga Net­to.

“O gen­er­al repas­sou dire­ta­mente ao então Major Rafael de Oliveira din­heiro em uma saco­la de vin­ho, que serviria para o finan­cia­men­to das despe­sas necessárias à real­iza­ção da oper­ação”, apon­tou Cid.

Isso foi con­fir­ma­do pela PF que desco­briu a com­pra de celu­lar e car­rega­men­tos de chip, com paga­men­tos em espé­cie em esta­b­elec­i­men­to na cidade de Brasília.

Defesa

A defe­sa do gen­er­al  Wal­ter Bra­ga Net­to divul­gou uma nota, na tarde deste sába­do (14), em que nega obstrução nas inves­ti­gações e que irá se man­i­fes­tar no proces­so.

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