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Brasil critica autoridades de Israel por apoiarem emigração em Gaza

Repro­dução: © REUTERS/Ahmed Zakot

Para o Itamaraty, essa posição prejudica possibilidade de paz


Pub­li­ca­do em 06/01/2024 — 11:39 Por Lucas Pordeus León — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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O Min­istério das Relações Exte­ri­ores do Brasil emi­tiu uma nota na noite dessa sex­ta-feira (5) em que crit­i­ca as recentes declar­ações de autori­dades de Israel defend­en­do a emi­gração dos palesti­nos da Faixa de Gaza. O Ita­ma­raty con­sider­ou que essa posição vio­la o dire­ito inter­na­cional e prej­u­di­ca a pos­si­bil­i­dade de paz. Isso porque dois min­istros de Israel defend­er­am, nos últi­mos dias, o deslo­ca­men­to da pop­u­lação de Gaza para out­ros país­es.

“O gov­er­no brasileiro tomou con­hec­i­men­to, com pre­ocu­pação, de recentes declar­ações de autori­dades do gov­er­no de Israel que dese­jam pro­mover a emi­gração da pop­u­lação palesti­na da Faixa de Gaza para out­ros país­es, assim como o resta­b­elec­i­men­to de assen­ta­men­tos israe­lens­es naque­le ter­ritório”, infor­mou o Ita­ma­raty.

Ain­da segun­do o gov­er­no brasileiro, “ao pro­porem medi­das que con­stituem vio­lações do Dire­ito Inter­na­cional, declar­ações dessa gravi­dade apro­fun­dam ten­sões e prej­u­dicam as per­spec­ti­vas de alcançar a paz na região”. O dire­ito inter­na­cional proíbe o deslo­ca­men­to força­do de pop­u­lações e a aquisição de ter­ritórios por meio da guer­ra.

No dia 31 de dezem­bro, em entre­vista a uma rádio de Israel, o min­istro das Finanças do país, Beza­lel Smotrich, defend­eu a emi­gração dos palesti­nos de Gaza. Segun­do ele, “se hou­ver 100 mil ou 200 mil árabes em Gaza e não 2 mil­hões de árabes, toda a dis­cussão no dia seguinte será total­mente difer­ente”.

O min­istro israe­lense com­ple­tou que, somente assim, Israel pode­ria “faz­er o deser­to flo­rescer, isso não acon­tece às cus­tas de ninguém”, segun­do noti­ciou a agên­cia Reuters. Essa mes­ma posição foi defen­di­da pelo min­istro da Segu­rança de Israel, Ita­mar Bem-Gvir.

Além do Brasil, a União Europeia, país­es árabes, a Orga­ni­za­ção das Nações Unidas (ONU) e os Esta­dos Unidos (EUA) criticaram as declar­ações do min­istro israe­lense. Segun­do o Depar­ta­men­to de Esta­do norte-amer­i­cano, a fala seria “infla­matória e irre­spon­sáv­el”.

“Temos sido claros, con­sis­tentes e inequívo­cos ao afir­mar que Gaza é ter­ra pales­tini­ana e con­tin­uará a ser ter­ra pales­tini­ana, com o Hamas já não a con­tro­lar o seu futuro e sem gru­pos ter­ror­is­tas capazes de ameaçar Israel”, afir­ma o gov­er­no dos EUA.

De acor­do com o Escritório de Dire­itos Humanos da ONU (Ocha), con­tin­u­am os pesa­dos bom­bardeios em Gaza, tan­to no sul, quan­to no norte e no cen­tro do enclave palesti­no. Esti­ma-se que 1,9 mil­hão de pes­soas, ou seja, 85% da pop­u­lação de Gaza, ten­ham aban­don­a­do suas casas dev­i­do à guer­ra.

Além dis­so, mais de 1,1 mil­hão de cri­anças palesti­nas cor­rem o risco de mor­rer por doenças evitáveis e fal­ta de água e ali­men­tos em Gaza, segun­do denun­ciou o Fun­do das Nações Unidas para a Infân­cia (Unicef), nes­sa sex­ta-feira (5).

Des­de o dia 7 de out­ubro, quan­do começaram as atu­ais hos­til­i­dades no Ori­ente Médio, 22,6 mil palesti­nos foram assas­si­na­dos, sendo 70% de mul­heres e cri­anças. Out­ros 57,9 mil palesti­nos estão feri­dos, segun­do o Min­istério da Saúde de Gaza. Do lado israe­lense, mor­reram 1,2 mil pes­soas no ataque do Hamas do dia 7 de out­ubro. Out­ros 173 sol­da­dos de Israel teri­am mor­ri­do nos con­fli­tos con­tra o Hamas em Gaza, além de 1.020 sol­da­dos feri­dos, segun­do o Exérci­to israe­lense.

Edição: Juliana Andrade

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