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Brasil deixa lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas

Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Em 2021, país ocupava a sétima posição


Publicado em 15/07/2024 — 10:50 Por Bruno de Freitas Moura — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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O ano de 2023 mar­cou um avanço do Brasil na imu­niza­ção infan­til e fez o país deixar o rank­ing das 20 nações com mais cri­anças não vaci­nadas. A con­statação faz parte de um estu­do glob­al divul­ga­do nes­ta segun­da-feira (15) pelo Fun­do das Nações Unidas para a Infân­cia (Unicef) e a Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS).

A pesquisa rev­ela que o número de cri­anças que não rece­ber­am nen­hu­ma dose da DTP1 caiu de 710 mil em 2021 para 103 mil em 2023. Em relação à DTP3, a que­da entre os mes­mos anos foi de 846 mil para 257 mil. A DTP é con­heci­da como a vaci­na pen­tava­lente, que pro­tege con­tra a dif­te­ria, o tétano e a coqueluche.

Com a redução na quan­ti­dade de cri­anças não vaci­nadas, o Brasil, que em 2021 era o séti­mo no grupo dos país­es com mais cri­anças não imu­nizadas, deixou a lista neg­a­ti­va. O Brasil apre­sen­tou avanços con­stantes em 14 dos 16 imu­nizantes pesquisa­dos.

A chefe de Saúde do Unicef no Brasil, Luciana Phe­bo, desta­cou que o com­por­ta­men­to da imu­niza­ção infan­til no país é uma retoma­da após anos de que­da na cober­tu­ra de vaci­nação. Ela ressalta a importân­cia de o país seguir em bus­ca de avanços, inclu­sive levan­do a vaci­nação para fora de unidades de saúde, exclu­si­va­mente.

“É fun­da­men­tal con­tin­uar avançan­do ain­da mais rápi­do para encon­trar e imu­nizar cada meni­na e meni­no que ain­da não rece­beu as vaci­nas. Ess­es esforços devem ultra­pas­sar os muros das unidades bási­cas de saúde e alcançar out­ros espaços em que cri­anças e famílias — muitas em situ­ação de vul­ner­a­bil­i­dade — estão, incluin­do esco­las, Cras [Cen­tro de Refer­ên­cia de Assistên­cia Social] e out­ros espaços e equipa­men­tos públi­cos”, assi­nala.

No mundo

O resul­ta­do de avanço do Brasil está na con­tramão do cenário glob­al, no qual hou­ve aumen­to no número de cri­anças que não rece­ber­am nen­hu­ma dose da DTP1, pas­san­do de 13,9 mil­hões em 2022 para 14,5 mil­hões em 2023.

O número de cri­anças que rece­ber­am três dos­es da DTP em 2023 estag­nou em 84% (108 mil­hões). A DTP é con­sid­er­a­da um indi­cador chave para a cober­tu­ra de imu­niza­ção glob­al.

Em 2023 havia no mun­do 2,7 mil­hões de cri­anças não vaci­nadas ou com imu­niza­ção incom­ple­ta, em com­para­ção com os níveis pré-pan­demia de 2019.

Ao todo, o lev­an­ta­men­to do Unicef e da OMS traz dados de 185 país­es.

Efeito da não vacinação

Uma for­ma práti­ca de enten­der a importân­cia da vaci­nação é por meio da obser­vação de cer­tas doenças, como o saram­po, que apre­sen­tou sur­tos nos últi­mos cin­co anos.

A cober­tu­ra vaci­nal con­tra o saram­po estag­nou, deixan­do cer­ca de 35 mil­hões de cri­anças sem pro­teção ou com pro­teção par­cial. Em 2023, ape­nas 83% das cri­anças em todo o mun­do rece­ber­am a primeira dose do imu­nizante. Esse pata­mar fica abaixo da cober­tu­ra de 95% necessária para pre­venir sur­tos, mortes desnecessárias e alcançar as metas de elim­i­nação do saram­po.

Nos últi­mos cin­co anos, sur­tos de saram­po atin­gi­ram 103 país­es – onde vivem aprox­i­mada­mente três quar­tos dos bebês do mun­do. A baixa cober­tu­ra vaci­nal nes­sas regiões (80% ou menos) foi um fator impor­tante. Por out­ro lado, 91 país­es com forte cober­tu­ra vaci­nal não exper­i­men­ta­ram sur­tos.

HPV em meninas

Um dado pos­i­ti­vo, porém, insu­fi­ciente no lev­an­ta­men­to, é a vaci­nação de meni­nas con­tra o papi­lo­mavírus humano (HPV), cau­sador do câncer do colo do útero. A pro­porção de ado­les­centes imu­niza­dos saltou de 20% em 2022 para 27% em 2023.

No entan­to, esse nív­el de cober­tu­ra está bem abaixo da meta de 90% para elim­i­nar esse tipo de câncer como um prob­le­ma de saúde públi­ca. Em país­es de alta ren­da, o nív­el é de 56%, e nos de baixa e média, 23%.

vaci­na con­tra o HPV é disponi­bi­liza­da no Brasil pelo Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS).

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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