...
sábado ,15 março 2025
Home / Economia / Brasil deve acelerar entrada na economia digital, diz especialista

Brasil deve acelerar entrada na economia digital, diz especialista

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal jr/Agência Brasil

Afirmação foi feita no 17º Congresso Internacional das Indústrias


Pub­li­ca­do em 10/07/2022 — 16:31 Por Elaine Patri­cia Cruz – Envi­a­da espe­cial* — Flo­ri­anópo­lis

Ouça a matéria:

A Chi­na desen­vol­ven­do um car­ro voador. Os Esta­dos Unidos autor­izan­do o mer­ca­do de min­er­ação de bit­coin. Emmanuel Macron uti­lizan­do o Minecraft para a sua reeleição à presidên­cia na França.

Essa é a econo­mia dig­i­tal, que em alguns lugares vem mudan­do a for­ma como as pes­soas con­somem e se rela­cionam. No Brasil, ela ain­da dá os primeiros pas­sos, “bem lá atrás”, disse Gil Gia­rdel­li, pro­fes­sor e espe­cial­ista em ino­vação e econo­mia dig­i­tal.

“Sendo muito hon­esto, sou muito otimista com o meu país. Mas não esta­mos prepara­dos. Esta­mos bem atrás. Por isso, esta­mos ven­do muitas indús­trias auto­mo­bilís­ti­cas se mudan­do daqui. Esse é um efeito que vem acon­te­cen­do com as empre­sas nos últi­mos anos porque, por exem­p­lo, a gente não criou um pro­je­to de futuro de nação para o car­ro elétri­co e para o car­ro autônomo”, afir­mou ele, em entre­vista à Agên­cia Brasil.

Segun­do Gia­rdel­li, para o país avançar nes­sa ino­vação é pre­ciso se pen­sar em políti­cas públi­cas. “O primeiro pon­to é que nós pre­cisamos ter uma super conexão, o que é chama­do de tríade e de ino­vação, que são políti­cas públi­cas — e eu não estou falan­do só de finan­cia­men­to e din­heiro porque isso nós temos. Mas, por exem­p­lo, acel­er­ar as leis de patentes para que não demor­em tan­to tem­po”, disse ele. “É necessário uma políti­ca que envol­va todos os entes da fed­er­ação para se pen­sar em um pro­je­to de nação”, ressaltou.

“Se tivésse­mos uma capac­i­tação de alto impacto na edu­cação des­de a primeira infân­cia, hoje os quase 15 mil­hões de empre­gos disponíveis em biotec­nolo­gia, neu­rotec­nolo­gia, dig­i­tal tech e nan­otec­nolo­gia, se o mun­do fos­se sim­ples, você pegaria aque­les 13 mil­hões de desem­pre­ga­dos [no Brasil] e colo­caria ness­es empre­gos. Só que para você faz­er isso, você teria que ter prepara­do essas pes­soas des­de a primeira infân­cia”, expli­cou o espe­cial­ista.

Ilhas de inovação

Para ele, a ini­cia­ti­va pri­va­da tam­bém pre­cisa faz­er a sua parte nesse proces­so. “A ini­cia­ti­va pri­va­da pre­cisa dar a mão para ess­es dois entes, que são a acad­e­mia e a uni­ver­si­dade, para se cri­ar uma políti­ca de nação. Hoje temos ini­cia­ti­vas fan­tás­ti­cas aqui, porém, são ilhas de ino­vação”, ressaltou.

Durante apre­sen­tação no 17º Con­gres­so Inter­na­cional das Indús­trias, entre quin­ta-feira (7) e sába­do (9), em Flo­ri­anópo­lis, Gia­rdel­li apre­sen­tou aos empresários diver­sos usos dessa nova tec­nolo­gia, que pas­sa pelo metaver­so [rede de mun­dos vir­tu­ais], pelas ven­das online e chega até as fazen­das do futuro, com a pro­dução, por exem­p­lo, ocor­ren­do em ambi­entes con­fi­na­dos. E quem vem lid­eran­do essa nova for­ma de econo­mia é a Chi­na, acres­cen­tou.

“A Chi­na super­ou os Esta­dos Unidos em números de patentes. Nos últi­mos dois anos, eles [os chi­ne­ses] super­aram em tra­bal­hos acadêmi­cos de classe A, que são os tra­bal­hos que con­sid­er­amos que real­mente aju­dam a mudar a sociedade em todos os aspec­tos”, ressaltou.

“Muitas pes­soas acham que o metaver­so é para vender tênis carís­si­mos, coisas que pare­cem bobas. Mas você tem a out­ra parte, chama­da de omniver­so, que são os chama­dos gêmeos dig­i­tais das máquinas, das fábri­c­as, das cidades. Para você ter uma ideia do impacto dessa econo­mia dig­i­tal, a Chi­na con­seguiu desen­volver um car­ro na indús­tria dela de US$ 4,5 mil no preço final. Isso porque dos 903 itens que vão no car­ro elétri­co, ela colo­cou blockchain [um reg­istro dig­i­tal de transações e con­tratos descen­tral­iza­da e pub­li­ca­mente disponív­el] em tudo”, expli­cou.

O 17º Con­gres­so Inter­na­cional das Indús­trias foi pro­movi­do pela Asso­ci­ação Brasileira das Indús­trias de Bis­coitos, Mas­sas Ali­men­tí­cias e Pães & Bolos Indus­tri­al­iza­dos (Abimapi) e pela Asso­ci­ação Brasileira da Indús­tria de Choco­lates, Amen­doim e Balas (Abi­cab).

*A repórter via­jou a con­vite da Asso­ci­ação Brasileira das Indús­trias de Bis­coitos, Mas­sas Ali­men­tí­cias e Pães & Bolos Indus­tri­al­iza­dos (Abimap).

Edição: Kle­ber Sam­paio

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Camex aprova isenção do Imposto de Importação para nove alimentos

Medida não beneficiará carnes de aves e de porco Well­ton Máx­i­mo – Repórter da Agên­cia …