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Brasil deve recuperar em breve certificado de eliminação do sarampo

Repro­dução: © Foto: OMS/ONU

País está há um ano sem novos casos, diz diretor da Opas


Pub­li­ca­do em 09/12/2023 — 17:47 Por Vitor Abdala — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O dire­tor da Orga­ni­za­ção Pan-Amer­i­cana de Saúde (Opas), Jar­bas Bar­bosa, disse neste sába­do (9) que o Brasil deve recu­per­ar, nos próx­i­mos meses, seu cer­ti­fi­ca­do de elim­i­nação do saram­po. A afir­mação foi fei­ta durante sem­i­nário sobre vaci­nação na Acad­e­mia Nacional de Med­i­c­i­na, no Rio de Janeiro.

“O Brasil já se encon­tra há um ano sem nen­hum caso novo diag­nos­ti­ca­do, o que nos per­mite tam­bém ter uma esper­ança muito grande de que, nos próx­i­mos meses. a comis­são de ver­i­fi­cação pos­sa cer­ti­ficar nova­mente o país”, disse Bar­bosa.

O Brasil rece­beu cer­ti­fi­ca­do de elim­i­nação do saram­po em 2016 da Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS), mas acabou per­den­do em 2019, dev­i­do a um sur­to da doença.

As Améri­c­as foram o primeiro con­ti­nente a rece­ber um cer­ti­fi­ca­do region­al de elim­i­nação da doença, mas sur­tos tan­to no Brasil quan­to na Venezuela, que tam­bém perdeu o doc­u­men­to em 2019, fiz­er­am com que a cer­ti­fi­cação region­al fos­se sus­pen­sa em 2018, segun­do Bar­bosa.

Uma comis­são da Opas ver­i­fi­cou recen­te­mente que a Venezuela inter­rompeu a trans­mis­são da doença, fal­tan­do ape­nas o Brasil para que o con­ti­nente pos­sa nova­mente ser con­sid­er­a­da região livre do saram­po.

Cobertura vacinal

O saram­po pode ser evi­ta­do com a imu­niza­ção da pop­u­lação. A min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade, que tam­bém par­ticipou do sem­i­nário, afir­mou que, des­de 2016, o Brasil enfrenta o fenô­meno da hes­i­tação vaci­nal, com cam­pan­has de desin­for­mação que fazem com que a pop­u­lação deixe de bus­car a imu­niza­ção e a cober­tu­ra vaci­nal caia.

Segun­do ela, no entan­to, dados pre­lim­inares do Min­istério da Saúde, que devem ser divul­ga­dos nos próx­i­mos dias, mostram que a cober­tu­ra vaci­nal no país voltou a aumen­tar este ano.

“Temos clareza de que muito tra­bal­ho há que ser feito”, disse Nísia. “Nós insti­tuí­mos uma platafor­ma, Saúde com Ciên­cia, como estraté­gia de gov­er­no, inter­min­is­te­r­i­al, para esclare­cer à pop­u­lação e tam­bém iden­ti­ficar práti­cas crim­i­nosas de desin­for­mação, de dis­sem­i­nação de notí­cias fal­sas”.

Segun­do Jar­bas Bar­bosa, os gov­er­nos dos diver­sos país­es pre­cisam mon­i­torar, todos os dias, e desmisti­ficar boatos que surgem con­tra as vaci­nas nas redes soci­ais.

“As desin­for­mações estão prati­ca­mente todos os dias nas redes soci­ais, então uma cam­pan­ha de esclarec­i­men­to anu­al não tem muito papel. O que temos procu­ra­do é estim­u­lar os país­es a ter um mon­i­tora­men­to diário de redes soci­ais, de não deixar nen­hum boa­to, rumor ou desin­for­mação sem respos­ta apro­pri­a­da, porque isso é como uma bola de neve, que vai crescen­do. E, sem dúvi­da nen­hu­ma, que vai faz­er com que as pes­soas per­cam a con­fi­ança na vaci­na”, disse ele.

Para Bar­bosa, além de com­bat­er as notí­cias fal­sas, é pre­ciso ado­tar out­ras medi­das para ampli­ar o alcance da vaci­nação, como sen­si­bi­lizar os profis­sion­ais de saúde, mon­i­torar as cober­turas vaci­nais e ampli­ar a ofer­ta em alguns lugares.

O dire­tor cita, por exem­p­lo, a difi­cul­dade de vaci­nar cri­anças em áreas vio­len­tas das grandes cidades. Ele desta­ca que é pre­ciso ampli­ar o horário de atendi­men­to em pos­tos de vaci­nação, de modo que fique mais fácil para os tra­bal­hadores levar os fil­hos para serem imu­niza­dos. Assim é pos­sív­el evi­tar áreas de pou­ca imu­niza­ção.

“Pre­cisamos iden­ti­ficar [a cober­tu­ra vaci­nal] bair­ro por bair­ro e não tra­bal­har com a média de cober­tu­ra de uma cidade. A média de cober­tu­ra de uma cidade como o Rio de Janeiro não nos con­ta nada. A média pode ser ade­qua­da, mas temos em várias áreas uma cober­tu­ra muito baixa. Então, pre­cisamos ter novos sis­temas  anal­is­ar os dados, iden­ti­ficar as bar­reiras [para a vaci­nação] e ado­tar estraté­gias para super­ar essas bar­reiras”.

Edição: Graça Adju­to

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