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Brasil oferece vacinação segura para gestantes e bebês

Repro­dução: © REUTERS/Carla Carniel/Direitos reser­va­dos

Grávidas imunizadas transmitem anticorpos aos bebês


Pub­li­ca­do em 15/09/2023 — 07:16 Por Viní­cius Lis­boa — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Doenças infec­ciosas são capazes de causar mal­for­mações e deixar seque­las nos bebês, se acome­terem as mães durante a ges­tação. Essas infecções tam­bém podem ocor­rer logo após o par­to, antes de ser pos­sív­el imu­nizar os recém-nasci­dos. O Pro­gra­ma Nacional de Imu­niza­ção (PNI) responde a ess­es riscos com um cal­endário especí­fi­co da ges­tante, um dos respon­sáveis pela elim­i­nação do tétano neona­tal do país em 2012. Em 2023, o PNI com­ple­ta 50 anos.

Já pre­sentes no cal­endário do adul­to, as vaci­nas con­tra a hepatite B e dif­te­ria e tétano (dT) pre­cisam ter os cumpri­men­tos de seus esque­mas vaci­nais checa­dos durante a ges­tação. Quan­do a mãe está imu­niza­da con­tra essas doenças, ela trans­mite os anti­cor­pos ao bebê, protegendo‑o até que chegue o momen­to de ele ser imu­niza­do, segun­do seu próprio cal­endário vaci­nal.

 Atendimento no Centro Especial de Vacinação Álvaro Aguiar.
Repro­dução: Mães imu­nizadas trans­mitem anti­cor­pos aos bebês na ges­tação — Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

A lista de imu­nizantes recomen­da­dos traz ain­da a vaci­na con­tra a dif­te­ria, tétano e coqueluche (dTpa), especí­fi­ca do cal­endário da ges­tante. Esse imu­nizante é admin­istra­do em uma dose para grávi­das a par­tir da 20ª sem­ana e deve ser repeti­do a cada ges­tação.

Ges­tantes que perder­am a opor­tu­nidade de serem vaci­nadas durante a gravidez devem rece­ber uma dose de dTpa até 45 dias após o par­to, o mais pre­co­ce­mente pos­sív­el, recomen­da o cal­endário.

Já vaci­nas de vírus vivo aten­u­a­do, como a de febre amarela, trí­plice viral (saram­po, cax­um­ba e rubéo­la) ou varicela, não são recomen­dadas durante a ges­tação. É impor­tante que a vaci­nação con­tra a rubéo­la este­ja em dia em mul­heres que plane­jam engravi­dar, porque a sín­drome da rubéo­la con­gêni­ta é uma doença de alto risco para os bebês, e as ges­tantes não podem ser vaci­nadas con­tra ela durante a gravidez.

11/09/2023, Coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Lurdinha Maia. Foto: Bernardo Portella/ Fiocruz
Repro­dução: Lur­dinha Maia aler­ta que ges­tantes têm de ficar aten­tas ao seu cal­endário de vaci­nação — Bernar­do Portella/ Fiocruz

A coor­de­nado­ra da Asses­so­ria Clíni­ca do Insti­tu­to de Tec­nolo­gia em Imuno­bi­ológi­cos da Fun­dação Oswal­do Cruz (Bio-Man­guin­hos/­Fiocruz), Lur­dinha Maia, desta­ca que o con­t­role da rubéo­la con­gêni­ta e do tétano neona­tal é uma grande con­quista para a saúde públi­ca, porque essas doenças causavam seque­las impor­tantes e mor­tal­i­dade infan­til no país.

“As ges­tantes têm que olhar o seu cal­endário de vaci­nação. Mes­mo que elas ten­ham sido vaci­nadas na infân­cia, há neces­si­dade de cumprir um cal­endário. É a ges­tante que, vaci­na­da con­tra o tétano e a rubéo­la, vai impedir que a cri­ança, ao nascer, ten­ha a doença. Ela pas­sa a imu­nidade para essa cri­ança”, afir­ma. “Vaci­nação é des­de a ges­tante até o idoso, e pre­cisamos ter um cal­endário atu­al­iza­do para que a gente pos­sa real­mente inter­romper o ciclo dessas doenças.”

04/09/2023, Guido Levi é integrante da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações do Estado de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Imunizações. Doenças eliminadas por vacinas matavam mais que guerras mundiais. Foto: Divulgação/SBIm
Repro­dução: Gui­do Levi diz que o tétano neona­tal pode evoluir de for­ma letal rap­i­da­mente– Divulgação/SBIM

Inte­grante da Comis­são Per­ma­nente de Asses­so­ra­men­to em Imu­niza­ções do Esta­do de São Paulo, Gui­do Levi lem­bra que o tétano neona­tal era con­heci­do como “mal de sete dias”, porque sur­gia poucos dias após o nasci­men­to e podia evoluir de for­ma letal rap­i­da­mente.

“Temos que man­ter a vaci­nação antitetâni­ca em dia, temos que man­ter a dTpa nas mul­heres ges­tantes para que pro­te­jam seus fil­hos até a época em que tomarão a vaci­na e se pro­te­gerão. Com o tétano, as cri­anças sofri­am com uma con­tratu­ra mus­cu­lar gen­er­al­iza­da, que par­al­isa­va inclu­sive os mús­cu­los res­pi­ratórios, e mor­ri­am rap­i­da­mente. No máx­i­mo em uma sem­ana ou duas. E, hoje, a gente não tem mais essa doença.”

O pedi­atra Rena­to Kfouri, pres­i­dente do Depar­ta­men­to Cien­tí­fi­co de Imu­niza­ções da Sociedade Brasileira de Pedi­a­tria (SBP) e vice-pres­i­dente da Sociedade Brasileira de Imu­niza­ções (SBIm), expli­ca que as vaci­nas são orga­ni­zadas nos cal­endários em função dos riscos que elas ofer­e­cem, e, por isso, as recomen­dações devem ser aten­di­das no tem­po cer­to, o que inclui a ges­tação.

O pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Foto: SBIm/Divulgação
Repro­dução: Rena­to Kfouri desta­ca a importân­cia de bebês serem vaci­na­dos con­tra hepatite B logo após o nasci­men­to — SBIm/Divulgação

A imu­niza­ção das ges­tantes con­tra a hepatite B e tam­bém dos bebês logo ao nascer cumpre um papel de impedir a trans­mis­são ver­ti­cal da doença, da mãe para o bebê.

“A infecção por hepatite B ao nascer tor­na esse bebê com enorme chance de ter uma hepatite crôni­ca, câncer de fíga­do e ser um trans­mis­sor dessa doença para out­ras pes­soas da comu­nidade. Por isso a neces­si­dade de vaci­nar logo ao nascer.”

 

 

 

Edição: Juliana Andrade

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