...
segunda-feira ,10 fevereiro 2025
Home / Saúde / Brasil pode dobrar casos de dengue neste ano em relação a 2023

Brasil pode dobrar casos de dengue neste ano em relação a 2023

Repro­dução: © SECOM/MTS

Número de casos já superou pico do ano passado


Pub­li­ca­do em 27/02/2024 — 20:17 Por Sab­ri­na Craide — Repórter da Agên­cia Brasil  — Brasília

ouvir:

O Brasil poderá ter neste ano o dobro de casos de dengue que foi reg­istra­do em 2023. No total, o país já reg­istrou 973.347 casos prováveis da doença em 2024, sendo 7.771 con­sid­er­a­dos grave e com sinais de alarme. Em 2023, a soma de casos no ano foi de 1.658.816. 

“Há um aumen­to efe­ti­vo do número de casos muito ele­va­do, há um padrão atípi­co nesse iní­cio de ano. A gente já tem uma avali­ação de que é pos­sív­el que nós ven­hamos a ter o dobro de casos do ano pas­sa­do por esse históri­co de já ter tido um aumen­to em 2023 e pelos fatores de mudança climáti­ca e a cir­cu­lação de mais de um sorotipo de dengue”, disse nes­ta terça-feira (27) a min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade.

No entan­to, os indi­cadores de letal­i­dade estão mais baixos neste ano do que em 2023, segun­do dados apre­sen­ta­dos pelo Min­istério da Saúde. “Em 2023 hou­ve menos casos graves, mas mais óbitos até este momen­to”, expli­cou a secretária de Vig­ilân­cia em Saúde, Ethel Maciel.

O grupo que mais está adoe­cen­do em 2024 é na faixa etária entre 20 e 49 anos. Os casos graves se con­cen­tram na faixa aci­ma de 70 anos.

Em 2023, ape­nas o Rio de Janeiro decre­tou situ­ação de emergên­cia, e neste ano já são sete esta­dos (Acre, Goiás, Minas Gerais, Espíri­to San­to, San­ta Cata­ri­na, Rio de Janeiro e Dis­tri­to Fed­er­al), além de 154 decre­tos munic­i­pais de emergên­cia.

O maior número de casos de dengue no Brasil até ago­ra já super­ou o pico de 2023, que foi entre o final de março e o começo de abril. Enquan­to o pico em 2023 foi de 111,8 mil casos na sem­ana epi­demi­ológ­i­ca 15, neste ano o país já teve 182,2 mil casos na sem­ana 6 (de 4 a 10 de fevereiro).

“Não sabe­mos ain­da se vai haver uma desci­da ago­ra, se essa desci­da vai ser sus­ten­ta­da, se vai ser tão ráp­i­da como a subi­da”, disse a secretária.

Mudança climática

De acor­do com a min­is­tra Nísia Trindade, a mudança climáti­ca é um fator impor­tante para o aumen­to da dis­sem­i­nação da dengue, já que neste ano o cli­ma quente e úmi­do tem favore­ci­do a propa­gação do mos­qui­to. “Em 2024, há esse ele­men­to atípi­co porque foge do padrão do que já con­hece­mos nos 40 anos em que temos epi­demia de dengue”, disse.

Out­ra mudança impor­tante neste ano é a cir­cu­lação dos qua­tro soroti­pos de dengue. Em muitos esta­dos, onde havia a prevalên­cia do sorotipo 1 já está aumen­tan­do para o sorotipo 2, pois as pes­soas já têm a imu­nidade para o primeiro sorotipo. É o caso do Dis­tri­to Fed­er­al, onde 40% dos casos são provo­ca­dos pelo sorotipo 2.

Além dis­so, este ano a doença está sendo reg­istra­da em cidades médias e peque­nas, locais onde não havia antes a infecção por dengue nes­sa pro­porção.

“Há fatores ambi­en­tais, há fatores socio­com­por­ta­men­tais, que é a atenção de toda a sociedade no com­bate e há tam­bém fatores lig­a­dos à dinâmi­ca do vírus, a sua vari­abil­i­dade, ou seja as pes­soas que ain­da não estavam sujeitas à exposição a deter­mi­na­dos tipos de vírus”, expli­cou a min­is­tra.

Dia D

No próx­i­mo sába­do (2), o Min­istério da Saúde, em parce­ria com esta­dos e municí­pios, vai realizar o Dia D de com­bate à doença. Com o tema Brasil Unido Con­tra a Dengue, serão real­izadas ações de ori­en­tação para a pop­u­lação sobre os cuida­dos para evi­tar a dis­sem­i­nação da doença.

“É um momen­to de atenção do país, das autori­dades san­itárias, do Min­istério da Saúde, de um mon­i­tora­men­to muito próx­i­mo ao que está acon­te­cen­do nas difer­entes regiões, esta­dos e municí­pios, mas é tam­bém um momen­to que requer uma união não só de gov­er­nos mas tam­bém da sociedade”, disse.

Vacinas

A min­is­tra esclare­ceu que a vaci­na con­tra a dengue con­tin­uará a ser disponi­bi­liza­da para os municí­pios sele­ciona­dos pelo Min­istério da Saúde para a faixa etária entre 10 e 14 anos. Os imu­nizantes para as idades de 10 e 11 anos já foram dis­tribuí­dos.

Segun­do ela, o quadro atu­al da vaci­nação no país não é uma respos­ta para a situ­ação de sur­to epidêmi­co, espe­cial­mente porque a vaci­na con­tra a dengue é com­pos­ta por duas dos­es, com três meses de inter­va­lo entre elas. “Mes­mo quem se vaci­nou [com a primeira dose] não está pro­te­gi­do, a vaci­na se tor­na efe­ti­va quan­do todo o regime de dos­es é segui­do”, disse, reforçan­do a importân­cia das medi­das de pre­venção para a pro­lif­er­ação do mos­qui­to Aedes aegyp­ti.

Edição: Car­oli­na Pimentel

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Volta às aulas: especialistas reforçam importância da vacinação

Recomendação é conferir se carteira de vacinação está em dia Tama­ra Freire — Repórter do …