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Brasil quer chegar a 70% de aleitamento materno exclusivo até 2030

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Semana Mundial da Amamentação é celebrada de 1º a 7 de agosto


Publicado em 01/08/2024 — 12:38 Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Dados do Estu­do Nacional de Ali­men­tação e Nutrição Infan­til, pub­li­ca­do em 2021, indicam que a prevalên­cia de aleita­men­to mater­no exclu­si­vo entre cri­anças menores de 6 meses no Brasil era de 45,8%. O índice, ape­sar de baixo, rep­re­sen­ta um avanço em relação às últi­mas décadas – em 1986, por exem­p­lo, o per­centu­al no país foi ape­nas 3%.

Nos anos de 1970, as cri­anças brasileiras eram ama­men­tadas, em média, por dois meses e meio. Atual­mente, a duração média é 16 meses, o equiv­a­lente a 1 ano e qua­tro meses de vida. A meta esta­b­ele­ci­da pela Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS) é que, até 2025, pelo menos 50% das cri­anças de até 6 meses sejam ama­men­tadas exclu­si­va­mente.

Brasília (DF), 17/07/2024 - A ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante entrevista ao programa
Repro­dução: Min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade. Foto: Marce­lo Camargo/Agência Brasil

A expec­ta­ti­va do gov­er­no brasileiro é que esse índice chegue a 70% até 2030. “Que mel­hore­mos ain­da mais ess­es números rumo à meta dos 70% de aleita­men­to mater­no exclu­si­vo até os 6 meses. Que pos­samos dar esse exem­p­lo a out­ros país­es”, avaliou a min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade. “O Brasil é refer­ên­cia naqui­lo que a saúde públi­ca mais sabe faz­er: unir con­hec­i­men­to cien­tifi­co, gestão e mobi­liza­ção social.”

Campanha

No primeiro dia da Sem­ana Mundi­al da Ama­men­tação, cel­e­bra­da de 1º a 7 de agos­to, o min­istério reforçou que a ama­men­tação é a for­ma de pro­teção mais econômi­ca e efi­caz para redução da mor­tal­i­dade infan­til, com grande impacto na saúde da cri­ança, dimin­uin­do a ocor­rên­cia de diar­reias, afecções peri­natais e infecções, prin­ci­pais causas de morte entre recém-nasci­dos.

Ao mes­mo tem­po, traz inúmeros bene­fí­cios para a saúde da mul­her, como a redução das chances de desen­volver câncer de mama e de ovário. “A ama­men­tação não deve ser trata­da como um priv­ilé­gio e sim como um dire­ito de cri­anças e mães. Além de dire­ito, ela é fun­da­men­tal para a garan­tia da vida dessas cri­anças e dessas mães”, avaliou o secretário adjun­to de Atenção Primária à Saúde, Jer­sey Tim­o­teo.

Relato

Laís Cos­ta é pesquisado­ra da Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz) e mãe de duas cri­anças. Ela con­ta que, quan­do ambas as fil­has nasce­r­am, pro­duz­iu bas­tante leite, mas, com a pri­mogêni­ta, saiu da mater­nidade com a fór­mu­la pre­scri­ta, para que a bebê se ali­men­tasse com leite arti­fi­cial. Já com a segun­da fil­ha, Laís deixou a mater­nidade ama­men­tan­do a cri­ança.

“A grande difer­ença entre as min­has duas fil­has é que a pri­mogêni­ta nasceu com sín­drome de Down. Havia um pres­su­pos­to de que a doença a impediria de mamar. Isso é um mito. Famílias de cri­anças com sín­drome de Down saem com fór­mu­la pre­scri­ta, mas, quan­do chegam no ban­co de leite ou numa infor­mação pre­cisa, con­segue garan­tir esse dire­ito à vida.”

“Min­ha fil­ha pri­mogêni­ta nasceu com uma car­diopa­tia e claro, que o leite humano – a gente já sabe dis­so – é o mel­hor ali­men­to para todos os bebês, mas ele ben­e­fi­cia pro­por­cional­mente ain­da mais alguns. Ele pro­tege ain­da mais alguns que pre­cisam de mais pro­teção. A per­gun­ta é: por que, das min­has fil­has, aque­la que pre­cisa­va de mais pro­teção foi aque­la pri­va­da desse dire­ito fun­da­men­tal para a garan­tia da vida?”

Edição: Aécio Ama­do

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