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Brasil tem 22,38 milhões de hectares atingidos pelo fogo em nove meses

Setembro concentrou mais da metade de toda área queimada em 2024

Fabío­la Sin­im­bú – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 11/10/2024 — 09:39
Brasília
Brasília (DF), 16/09/2024 - Grandes focos de incêndio atingem áreas do Parque Nacional de Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Entre janeiro e setem­bro de 2024 o Brasil teve 22,38 mil­hões de hectares queima­dos pelos focos de incên­dio que avançaram por todo país, mostrou o Map­Bio­mas, no Mon­i­tor do Fogo divul­ga­do nes­ta sex­ta-feira (11). Ape­nas em setem­bro foram 10,65 mil­hões de hectares – quase metade de toda a área atingi­da nos oito meses ante­ri­ores.

O total equiv­ale ao taman­ho do esta­do de Roraima e é 150% maior que no mes­mo perío­do de 2023, quan­do o fogo atingiu 8,98 mil­hões de hectares. A veg­e­tação nati­va rep­re­sen­ta 73% da área queima­da, prin­ci­pal­mente for­mação flo­re­stal. Áreas de uso agropecuário tam­bém foram atingi­das rep­re­sen­tan­do 20,5%.

Os esta­dos Mato Grosso, Pará e Tocan­tins somaram mais da metade do ter­ritório queima­do e tiver­am respec­ti­va­mente 5,5 mil­hões, 4,6 mil­hões e 2,6 mil­hões de hectares atingi­dos pelo fogo. O municí­pio paraense de São Félix do Xin­gu foi o que mais queimou, segui­do de Corum­bá, no Mato Grosso do Sul.

Amazônia

Den­tre os bio­mas brasileiros, a Amazô­nia foi a mais afe­ta­da e rep­re­sen­tou 51% do total do que o fogo alcançou nos nove primeiros meses do ano. Foram 11,3 mil­hões de hectares queima­dos no perío­do.

De acor­do com a dire­to­ra de ciên­cias do Insti­tu­to de Pesquisa Ambi­en­tal da Amazô­nia (Ipam), Ane Alen­car, que coor­de­na o Map­Bio­mas Fogo, a crise dos incên­dios na região em 2024 foi agrava­da por uma seca mais sev­era decor­rente da inten­si­fi­cação das mudanças climáti­cas.

“Isso se reflete nos números de setem­bro, onde metade da área queima­da na região foi em for­mações flo­restais.”

A exem­p­lo do que ocor­reu em todo o país, o bio­ma amazôni­co queimou mais em setem­bro. Foram 5,5 mil­hões de hectares, dos quais 2,8 mil­hões eram de for­mação flo­re­stal. Entre as áreas em que o solo já havia sido con­ver­tido ante­ri­or­mente pelo homem, as pasta­gens foram as mais afe­tadas pelo fogo, ten­do 1,8 mil­hão de hectares queima­dos.

Cerrado

Em nove meses, o Cer­ra­do teve 8,4 mil­hões de hectares con­sum­i­dos pelo fogo, dos quais 4,3 mil­hões queimaram em setem­bro, maior área afe­ta­da nos últi­mos cin­co anos, para o mes­mo mês.

“Setem­bro mar­ca o pico da seca no Cer­ra­do e isso tor­na o impacto do fogo ain­da mais severo. Com a veg­e­tação extrema­mente seca e vul­neráv­el, o fogo se espal­ha rap­i­da­mente, resul­tan­do inclu­sive na baixa qual­i­dade do ar nas cidades próx­i­mas”, expli­ca Vera Arru­da, pesquisado­ra no Ipam e coor­de­nado­ra téc­ni­ca do Mon­i­tor do Fogo.

Pantanal

Na média dos últi­mos cin­co anos, o Pan­tanal foi o bio­ma que obser­vou maior aumen­to de área queima­da nos nove primeiros meses do ano. O cresci­men­to foi de 2.306% em 2024, na com­para­ção com a média.

Foram1,5 mil­hão de hectares con­sum­i­dos pelo fogo, dos quais 318 mil hectares foram atingi­dos no mês de setem­bro, quan­do 92% da área queima­da foram de veg­e­tação nati­va.

Outros biomas

De todo o ter­ritório afe­ta­do pelo fogo, a Mata Atlân­ti­ca queimou 896 mil hectares, sendo a maio­r­ia, 71%, de área agropecuária. Já a Caatin­ga e os Pam­pas tiver­am redução na área atingi­da por incên­dios de janeiro a setem­bro de 2024, com respec­ti­va­mente 151 mil hectares e 3,1 mil afe­ta­dos.

Clique aqui e acesse o doc­u­men­to do Map­Bio­mas

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