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Brasil vai importar arroz para evitar especulação de preços

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal Jr / Agên­cia Brasil

Compras podem chegar a 1 milhão de toneladas


Publicado em 07/05/2024 — 20:30 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agência Brasil — Brasília

Para evi­tar uma pos­sív­el escal­a­da no preço arroz, a Com­pan­hia Nacional de Abastec­i­men­to (Conab) vai com­prar o pro­du­to já indus­tri­al­iza­do e empa­co­ta­do no mer­ca­do inter­na­cional. A infor­mação foi dada nes­ta terça-feira (7) pelo min­istro da Agri­cul­tura e Pecuária, Car­los Fávaro. Tra­ta-se de um dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, esta­do respon­sáv­el por 70% da pro­dução nacional de arroz.

De acor­do com o min­istro, per­das na lavoura, em armazéns ala­ga­dos e, prin­ci­pal­mente, a difi­cul­dade logís­ti­ca para escoar o pro­du­to, com rodovias inter­di­tadas, pode­ria cri­ar uma situ­ação de desabastec­i­men­to, ele­van­do os preços no comér­cio.

“O prob­le­ma é que ter­e­mos per­das do que ain­da está na lavoura, e algu­mas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão ala­ga­dos. Além dis­so, a grande difi­cul­dade é a infraestru­tu­ra logís­ti­ca de tirar do Rio Grande do Sul, neste momen­to, e levar para os cen­tros con­sum­i­dores”, expli­cou. Os recur­sos para a com­pra públi­ca de esto­ques de arroz empa­co­ta­do serão via­bi­liza­dos por meio da aber­tu­ra de crédi­to extra­ordinário.

“Uma das medi­das já está sendo prepara­da, uma medi­da pro­visória autor­izan­do a Conab a faz­er com­pras, na ordem de 1 mil­hão de toneladas, mas não é con­cor­rer. A Conab não vai impor­tar arroz e vender aos ata­cadis­tas, que são com­pradores dos pro­du­tos do agricul­tor. O primeiro momen­to é evi­tar desabastec­i­men­to, evi­tar espec­u­lação”, acres­cen­tou o min­istro. A MP depende da aprovação, pelo Con­gres­so Nacional, de um decre­to leg­isla­ti­vo que recon­hece a calami­dade públi­ca no Rio Grande do Sul e, com isso, sus­pende os lim­ites fis­cais impos­tos pela leg­is­lação para a ampli­ação do orça­men­to. O decre­to, já foi aprova­do na Câmara dos Dep­uta­dos, deve ser vota­do ain­da nes­ta terça pelo Sena­do.

Na primeira eta­pa, o leilão de com­pra da Conab, uma empre­sa públi­ca fed­er­al, será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser impor­ta­dos dos país­es viz­in­hos do Mer­co­sul, como Argenti­na, Uruguai e Paraguai, e even­tual­mente da Bolívia. “Se a gente for rápi­do na impor­tação, a gente man­tém [o preço] estáv­el”, garan­tiu. O restante, até totalizar 1 mil­hão de toneladas, será impor­tan­do con­forme a avali­ação de mer­ca­do. Essa cota ain­da poderá ser ele­va­da, se for necessário, asse­gurou o min­istro.

Fávaro expli­cou que a Conab só dev­erá reven­der o pro­du­to no mer­ca­do inter­no dire­ta­mente para pequenos mer­ca­dos, nas per­ife­rias das cidades, espe­cial­mente nas regiões Norte e Nordeste, para não afe­tar a relação dos pro­du­tores de arroz brasileiros com os ata­cadis­tas, que são seus prin­ci­pais clientes. Mais cedo, em entre­vista à Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC), o pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va havia ante­ci­pa­do a infor­mação de que o país pode­ria ter que impor­tar arroz e fei­jão. No entan­to, segun­do o min­istro Fávaro, ape­nas a impor­tação de arroz será necessária.

O Brasil pro­duz cer­ca de 10,5 mil­hões de toneladas de arroz, sendo que entre 7 e 8 mil­hões vêm de pro­du­tores gaú­chos. O con­sumo inter­no anu­al, de 12 mil­hões de toneladas, supera a pro­dução nacional, e o país já cos­tu­ma impor­tar o grão todos os anos.

Prorrogação de dívidas

O min­istro Car­los Fávaro tam­bém infor­mou ter se reunido, mais cedo, com rep­re­sen­tantes da Fed­er­ação da Agri­cul­tura do Rio Grande do Sul e 123 sindi­catos rurais para avaliar as deman­das do setor frente ao desas­tre cau­sa­do pelas chu­vas no esta­do. O tit­u­lar da pas­ta da Agri­cul­tura adiantou que, a pedi­do dos pro­du­tores, o gov­er­no dev­erá anal­is­ar o pedi­do de  pror­ro­gação ime­di­a­ta, por 90 dias, de todos os débitos do setor.

A pror­ro­gação é do paga­men­to de parce­las de emprés­ti­mos e oper­ações finan­ceiras de custeio e inves­ti­men­tos, con­tratadas pelos pro­du­tores. A medi­da pre­cisa de aprovação do Con­sel­ho Mon­etário Nacional (CMN), for­ma­do pelos min­istérios da Fazen­da, do Plane­ja­men­to e pelo Ban­co Cen­tral. O órgão dev­erá realizar uma reunião extra­ordinária nos próx­i­mos dias para encam­in­har o pleito dos pro­du­tores gaú­chos.

Edição: Aline Leal

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