...
quarta-feira ,29 novembro 2023
Home / Noticias do Mundo / Brasileiros relatam apreensão em zona de conflito

Brasileiros relatam apreensão em zona de conflito

Repro­dução: © REUTERS/Ashra

Embaixada em Tel Aviv acompanha um ferido e busca dois desaparecidos


Pub­li­ca­do em 07/10/2023 — 19:47 Por Luciano Nasci­men­to — Repórter da Agên­cia Brasil* — São Luís

ouvir:

O ataque do grupo palesti­no Hamas, neste sába­do (7), deixou pelo menos 200 israe­lens­es mor­tos e 1,1 mil feri­dos em tiroteios que ocor­reram em mais de 20 locais den­tro de Israel. Os israe­lens­es respon­der­am com ataques aére­os que mataram pelo menos 230 pes­soas e deixaram 1,6 mil feri­dos na Faixa de Gaza, segun­do infor­mações divul­gadas pela agên­cia de notí­cias Reuters.

O Min­istério das Relações Exte­ri­ores (MRE) infor­mou que está mon­i­toran­do a situ­ação das comu­nidades brasileiras na região. São esti­ma­dos 14 mil brasileiros res­i­dentes em Israel e 6 mil na Palesti­na, “a grande maio­r­ia dos quais fora da área afe­ta­da pelos ataques”, diz a nota do órgão.

Segun­do o Ita­ma­raty, um brasileiro foi feri­do e encon­tra-se hos­pi­tal­iza­do. A Embaix­a­da do Brasil em Tel Aviv está pre­stando assistên­cia. O órgão infor­mou ain­da que a embaix­a­da tam­bém está bus­can­do con­ta­to com out­ros dois brasileiros que tam­bém estavam em um local ata­ca­do.

Em entre­vista à TV Brasil, o téc­ni­co de ginás­ti­ca artís­ti­ca Felipe Bichof, que mora em Tel Aviv, disse que o cli­ma é de apreen­são. “A cidade está deser­ta, ain­da que Tel Aviv seja uma zona segu­ra nas ruas, não foi declar­a­do nen­hum tipo de lock­down, mas as ruas estão deser­tas, com poucos car­ros pas­san­do”, rela­tou. Ele acres­cen­ta que só res­ta esper­ar. “Uma situ­ação como essa deixa a gente apreen­si­vo, impo­tente, porque é angus­tiante ficar den­tro de casa sem poder faz­er nada”, com­ple­tou.

Os infil­tra­dos do Hamas tomaram assen­ta­men­tos próx­i­mos à Faixa de Gaza e fiz­er­am reféns. “Como todos sabem, Israel é recon­heci­do mundial­mente por seu poder mil­i­tar e ninguém imag­i­na­va uma situ­ação dessa. Geral­mente, quan­do há infil­trações são por túneis sub­ter­râ­neos e, em sua maio­r­ia, são frustradas. O poder mil­i­tar israe­lense dá con­ta de inter­vir e são poucos os casos aden­tran­do no país”, disse.

Bichof acres­cen­tou que o noti­ciário local mostrou israe­lens­es em bunkers, que entraram na TV ao vivo por tele­fone. “Foi uma situ­ação que começou a ficar muito ten­sa. A gente acom­pan­han­do pelo noti­ciário pes­soas sus­sur­ran­do ao tele­fone: ‘Eles estão aqui, me aju­da!’”, con­cluiu.

Segun­do Bichof, o maior temor neste momen­to é que haja uma escal­a­da na vio­lên­cia com a entra­da de out­ros país­es no con­fli­to. O gov­er­no de Israel já con­vo­cou mais de 100 mil reservis­tas para atu­ar na pro­teção do ter­ritório. “É impre­visív­el, pode durar algu­mas horas, alguns dias, sem­anas, isso pode escalar e a gente fica na ten­são para que out­ros país­es não entrem nes­sa situ­ação”, afir­mou.

O cli­ma de apreen­são tam­bém foi relata­do pela jor­nal­ista Car­oli­na Riz­zo, morado­ra de Tel Aviv. “Não estou sain­do de casa, estou tran­cafi­a­da den­tro de casa, só acom­pan­han­do em grupo de What­sApp de quem mora por aqui, ven­do notí­cias o dia inteiro. Ven­ho para a varan­da do aparta­men­to e quase não tem car­ro pas­san­do. Você não vê gente andan­do na rua, está bem estran­ho e angus­tiante. Hoje foram cin­co sirenes de dis­paros de foguetes que a gente ouviu e a gente teve que ir para o abri­go anti-bom­bas”, con­tou à TV Brasil. A entre­vista pre­cisou ser inter­romp­i­da em razão de uma sirene de aler­ta de mís­sil.

Conselho de Segurança

Às 16h deste domin­go (8), horário de Brasília, será real­iza­da uma reunião do Con­sel­ho de Segu­rança da Orga­ni­za­ção das Nações Unidas (ONU), na sede da enti­dade em Nova Iorque. A con­vo­cação extra­ordinária foi defini­da pelo Brasil, que ocu­pa a presidên­cia do órgão. Serão tomadas decisões, no âmbito do organ­is­mo, sobre os ataques.

Em uma rede social, o pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va disse ficou choca­do com o ataque do Hamas con­tra Israel e que o país não poupará esforços para evi­tar a escal­a­da do con­fli­to. Lula con­clam­ou ain­da a comu­nidade inter­na­cional a tra­bal­har para a retoma­da das nego­ci­ações para a solução do con­fli­to e cri­ação de um Esta­do Palesti­no.

“O Brasil não poupará esforços para evi­tar a escal­a­da do con­fli­to, inclu­sive no exer­cí­cio da Presidên­cia do Con­sel­ho de Segu­rança da ONU. Con­clamo a comu­nidade inter­na­cional a tra­bal­har para que se retomem ime­di­ata­mente nego­ci­ações que con­duzam a uma solução ao con­fli­to que garan­ta a existên­cia de um Esta­do Palesti­no eco­nomi­ca­mente viáv­el, con­viven­do paci­fi­ca­mente com Israel den­tro de fron­teiras seguras para ambos os lados”, escreveu o pres­i­dente.

Posicionamentos

Em apoio ao palesti­nos, o movi­men­to glob­al Boicote, Desin­ves­ti­men­to e Sanções (BDS) con­de­nou o que chamou de “hipocrisia colo­nial”, desta­can­do questões históri­c­as que envolvem a região e o dire­ito dos palesti­nos de se defend­erem. “Mais uma vez, igno­rar a opressão de décadas de Israel con­tra os palesti­nos e atacar a resistên­cia arma­da palesti­na como se a ‘vio­lên­cia’ tivesse começa­do ape­nas esta man­hã”.

A Fed­er­ação Israeli­ta do Esta­do de São Paulo afir­mou em nota, “como rep­re­sen­tante da comu­nidade judaica paulista”, o apoio ao Esta­do de Israel. “Assim como todos os país­es do mun­do, tem o dire­ito e o dev­er de pro­te­ger o seu ter­ritório e sua pop­u­lação”.

*Com infor­mações da agên­cia de notí­cias Reuters

Edição: Cami­la Maciel

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Mais de 100 funcionários da ONU foram mortos em Gaza

Repro­dução: © Reuters/Evelyn Hock­stein Guerra entre Istael e Hamas já matou 10.818 pessoas Pub­li­ca­do em …