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Brasília sedia a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena

Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Evento começou nesta segunda-feira e vai até sexta-feira


Pub­li­ca­do em 14/11/2022 — 18:32 Por Karine Melo — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Começou nes­ta segun­da-feira (14), a 6ª Con­fer­ên­cia Nacional de Saúde Indí­ge­na (6ª CNSI) em Brasília. Até sex­ta-feira (19), mais de 1,7 mil par­tic­i­pantes rep­re­sen­tantes dos povos orig­inários em todo o Brasil vão aju­dar a atu­alizar a Políti­ca Nacional de Saúde Indí­ge­na (Pnaspi), que irá redefinir as dire­trizes e efe­ti­var as par­tic­u­lar­i­dades étni­cas e cul­tur­ais no mod­e­lo de atenção à saúde dos povos indí­ge­nas dos próx­i­mos anos no Brasil. Tudo isso deci­di­do com o voto dire­to de 1,3 mil del­e­ga­dos das aldeias e comu­nidades indí­ge­nas de todo o Brasil.

Na aber­tu­ra do even­to o min­istro da Saúde, Marce­lo Queiroga, relem­brou vis­i­tas que fez a comu­nidades indí­ge­nas e citou o Pos­to Leor­na­do, no Alto Xin­gu, como exem­p­lo de local onde a atenção primária à saúde acon­tece com con­sul­tas oftal­mológ­i­cas, pro­ced­i­men­tos odon­tológi­co e até mes­mo assistên­cia com apoio de tele saúde.

“Essa políti­ca públi­ca pre­cisa ser ampli­a­da e, para isso, cada cen­ta­vo, recur­so públi­co que chega na Secretária Espe­cial de Saúde Indí­ge­na (Sesai) tem que chegar para as comu­nidades indí­ge­nas brasileiras. A gente sabe que têm ameaças dess­es recur­sos não chegarem aos seus ver­dadeiros donos, os nos­sos indí­ge­nas”, ressaltou

Segun­do o Min­istério da Saúde, a 6ª CNSI é a eta­pa final de um tra­bal­ho que começou com 302 con­fer­ên­cias locais e 34 dis­tri­tais, real­izadas entre out­ubro e dezem­bro de 2018. “Das con­fer­ên­cias dis­tri­tais saíram 2.380 pro­postas con­sol­i­dadas em 252 proposições a serem anal­isadas nes­ta eta­pa nacional”, detal­hou a pas­ta.

As pro­postas estão divi­di­das entre sete eixos temáti­cos: a artic­u­lação dos Sis­temas Tradi­cionais Indí­ge­nas de Saúde; cri­ação do Mod­e­lo de Atenção e Orga­ni­za­ção dos Serviços de Saúde; Recur­sos Humanos e Gestão de Pes­soal em Con­tex­to Inter­cul­tur­al; Infraestru­tu­ra e Sanea­men­to; Finan­cia­men­to; Deter­mi­nantes da Saúde; Con­t­role Social e Gestão Par­tic­i­pa­ti­va.

“As vozes dos par­entes têm força e pre­cisam ser ouvi­das. A con­fer­ên­cia é o momen­to do indí­ge­na se faz­er pre­sente e garan­tir uma saúde de qual­i­dade para nos­so povo”, diz William Uwira Xacri­abá, Secretário-Ger­al da 6ª CNSI. Além dis­so, a 6ª CNSI tem como meta aprovar as dire­trizes que sub­sidiarão as ações de saúde locais e dis­tri­tais e a refor­mu­lação da Políti­ca Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indí­ge­nas.

Homenagem

A cer­imô­nia de aber­tu­ra do even­to hoje foi mar­ca­da pela entre­ga da comen­da Man­in­ha Xuku­ru Kariri. A con­dec­o­ração recon­heceu três per­son­al­i­dades brasileiras cujas con­tribuições foram mar­cantes na luta por dire­itos e mel­ho­rias da saúde dos povos indí­ge­nas do Brasil. Os hom­e­nagea­d­os foram: Ail­son dos San­tos (Yssô Truká), no seg­men­to usuário; Maria do Car­mo Andrade Fil­ha (Carmem Pankararu), no seg­men­to tra­bal­hador e Ubi­ratan Pedrosa Mor­eira, na cat­e­go­ria gestor.

Con­heci­da como Man­in­ha Xuku­ru Kariri, Etelv­ina San­tana da Sil­va, nasceu em 1966, na aldeia Xuku­ru-Kariri, em Palmeira dos Índios, inte­ri­or do esta­do de Alagoas. Ela é recon­heci­da como uma das grandes lid­er­anças indí­ge­nas ao com­bat­er o pre­con­ceito na condição de mul­her e indí­ge­na, sendo a úni­ca mul­her em meio a tan­tos caciques e líderes indí­ge­nas. Em 2000, foi indi­ca­da pelo Pro­je­to “1000 mul­heres” ao prêmio Nobel da Paz.

Ela mor­reu em out­ubro de 2006 por prob­le­mas de saúde. Em 2007, rece­beu in memo­ri­am, o prêmio Renil­do José dos San­tos, des­ti­na­do aos que se dedicam à defe­sa dos dire­itos humanos. Man­in­ha foi agra­ci­a­da na cat­e­go­ria Defe­sa da Iden­ti­dade Cul­tur­al.

Edição: Denise Griesinger

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