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Bruno e Dom: MPF recorre para levar acusado para o banco dos réus

Recurso quer levar Oseney da Costa para julgamento no Tribunal do Júri

André Richter — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 31/01/2025 — 16:37
Brasília
Dom Phillps e Bruno Araújo
© Repro­dução redes soci­ais
O Min­istério Públi­co Fed­er­al (MPF) recor­reu ao Supe­ri­or Tri­bunal de Justiça (STJ) para anu­lar a decisão que ben­efi­ciou um dos três réus acu­sa­dos pelo assas­si­na­to do indi­genista Bruno Pereira e do jor­nal­ista britâni­co Dom Phillips, na Ter­ra Indí­ge­na Vale do Javari, no Ama­zonas, em 2022. 

Apre­sen­ta­do na quar­ta-feira (29), o recur­so bus­ca levar o pescador Oseney da Cos­ta de Oliveira para jul­ga­men­to no Tri­bunal do Júri. Em setem­bro do ano pas­sa­do, o Tri­bunal Region­al Fed­er­al da 1ª Região (TRF1), sedi­a­do em Brasília, aceitou recur­so da defe­sa e enten­deu que não há provas da par­tic­i­pação de Oseney nos homicí­dios. No dia do crime, ele deu carona a Amar­il­do, seu irmão e réu pelo assas­si­na­to, em uma canoa.

Para o MPF, Oseney tem par­tic­i­pação no crime e deve ser jul­ga­do pelo júri, assim como os réus Amar­il­do da Cos­ta de Oliveira e Jef­fer­son da Sil­va Lima, que respon­dem pelos crimes de dup­lo homicí­dio qual­i­fi­ca­do e ocul­tação de cadáver.

Não há pra­zo para decisão do STJ.

Entenda

Bruno e Dom foram mor­tos no dia 5 de jun­ho de 2022, víti­mas de uma embosca­da, enquan­to via­javam de bar­co pela região do Vale do Javari, no Ama­zonas, região que abri­ga a Ter­ra Indí­ge­na Vale do Javari, a segun­da maior do país, com mais de 8,5 mil­hões de hectares.

A dupla foi vista pela últi­ma vez enquan­to se deslo­ca­va da comu­nidade São Rafael para a cidade de Ata­la­ia do Norte (AM), onde se reuniria com lid­er­anças indí­ge­nas e de comu­nidades ribeir­in­has. Seus cor­pos foram res­gata­dos dez dias depois. Eles estavam enter­ra­dos em uma área de mata fecha­da, a cer­ca de 3 quilômet­ros da cal­ha do Rio Ita­coaí.

Colab­o­rador do jor­nal britâni­co The Guardian, Dom se ded­i­ca­va à cober­tu­ra jor­nalís­ti­ca ambi­en­tal – incluin­do os con­fli­tos fundiários e a situ­ação dos povos indí­ge­nas – e prepar­a­va um livro sobre a Amazô­nia.

Bruno Pereira já tin­ha ocu­pa­do a Coor­de­nação-Ger­al de Índios Iso­la­dos e Recém Con­tata­dos da Fun­dação Nacional dos Povos Indí­ge­nas (Funai) antes de se licen­ciar do órgão, sem venci­men­tos, e pas­sar a tra­bal­har para a União dos Povos Indí­ge­nas do Vale do Javari (Uni­va­ja). Por sua atu­ação em defe­sa das comu­nidades indí­ge­nas e da preser­vação do meio ambi­ente, rece­beu diver­sas ameaças de morte.

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