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Camara‑e.net e Procon RJ alertam consumidor sobre fraudes online

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

Proximidade de datas comemorativas eleva risco de golpes


Pub­li­ca­do em 12/03/2024 — 08:20 Por Alana Gan­dra – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A prox­im­i­dade do O Dia do Con­sum­i­dor, a ser comem­o­ra­do sex­ta-feira (15), lev­ou o Pro­con-RJ e a Câmara Brasileira de Econo­mia Dig­i­tal (camara‑e.net) a aler­tar as pes­soas sobre com­pras feitas online e os golpes golpes que podem ocor­rer, prin­ci­pal­mente em pro­moções.

Durante esta sem­ana, o Pro­con RJ real­iza um mutirão de nego­ci­ações de débito. Nes­ta terça-feira (12), as nego­ci­ações envolvem con­ces­sionárias de serviços públi­cos, na quar­ta (13) e na quin­ta-feira (14), ban­cos e, na sex­ta, empre­sas de tele­co­mu­ni­cações e a Rio­card Mais, de bil­hetagem eletrôni­ca.

A primeira recomen­dação é evi­tar com­pras por impul­so para não cair em situ­ações de endi­vi­da­men­to ou super­en­di­vi­da­men­to, disse a dire­to­ra de Atendi­men­to do Pro­con RJ, Eve­lyn Capu­cho, à Agên­cia Brasil. “Que ele [con­sum­i­dor] ver­i­fique se o pro­du­to ou serviço que dese­ja serão de fato úteis ou necessários.”

Segun­do Eve­lyn, é pre­ciso tam­bém ver­i­ficar a rep­utação das lojas e dos fornece­dores procu­ra­dos. “Uma pesquisa sim­ples mes­mo, na inter­net, para saber o que out­ras pes­soas que já con­trataram com aque­la empre­sa têm fal­a­do sobre aque­le pro­du­to ou serviço, sobre o atendi­men­to no pós-ven­da, é extrema­mente impor­tante. Que o com­prador ver­i­fique se a loja disponi­bi­liza meios de con­ta­to, como e‑mail, tele­fone, What­sApp, para que ele pos­sa sanar qual­quer prob­le­ma que tiv­er.”

Comércio eletrônico

Um dos prin­ci­pais cuida­dos com o comér­cio eletrôni­co é não clicar em links rece­bidos por e‑mail. O coor­de­nador dos Comitês de Meios de Paga­men­to e Antifraude da Câmara Brasileira de Econo­mia Dig­i­tal (camara‑e.net), Ger­son Rolim, expli­cou que, quan­do alguém recebe um cupom de uma loja con­heci­da, entra no site do esta­b­elec­i­men­to e usa o cupom ali. A questão do link rece­bido por e‑mail tem a ver com “chance gigan­tesca” de ataques de phish­ing, em que o frau­dador fin­ge que é de uma mar­ca con­heci­da, man­da um fal­so cupom de descon­to ou uma pro­moção atraente e, quan­do o con­sum­i­dor cli­ca, aca­ba cain­do em uma loja fal­sa, onde terá os dados rou­ba­dos.

Em entre­vista à Agên­cia Brasil, Rolim desta­cou a existên­cia de vari­ações desse golpe que vêm por What­sApp, SMS, ou chamadas de voz, baseadas em inteligên­cia arti­fi­cial (IA). De acor­do com Rolim, esse tipo de golpe teve uma evolução, supor­ta­da por IA. Uma das for­mas mais comuns hoje é uma lig­ação em que se infor­ma que a pes­soa tem uma con­ta pen­dente em lojas con­ceitu­adas de e‑commerce, com cartão de ban­cos eletrôni­cos. Nesse caso, a chance de o con­sum­i­dor que recebe a lig­ação ter feito uma com­pra nesse site, usan­do o cartão desse ban­co é grande. “Aí, o golpista pega a pes­soa no con­trapé, e ela aca­ba pas­san­do seus dados via tele­fone.”

Rolim enfa­ti­zou que nem loja nem oper­ado­ra de cartão lig­am para faz­er esse tipo de solic­i­tação. ”Rece­beu uma lig­ação como essa? Desligue ime­di­ata­mente. Se a pes­soa está com dúvi­da sobre algu­ma transação que fez, entra no site do cartão, ou da loja, e faz uma inves­ti­gação. Nun­ca repasse seus dados em lig­ações sus­peitas de que há uma transação pen­dente ou algu­ma com­pra que pre­cisa ser con­fir­ma­da. Este é um golpe que atinge o con­sum­i­dor mais de uma vez por sem­ana e vai ter novas ten­ta­ti­vas nas sazon­al­i­dades fortes do e‑commerce, como Dia do Con­sum­i­dor, Dia das Mães, Dia das Cri­anças, Dia dos Namora­dos, Natal e Black Fri­day, aler­tou.

Eve­lyn Capu­cho lem­brou que o Pro­con RJ disponi­bi­liza em seu site uma car­til­ha sobre fraudes vir­tu­ais, além de uma lista de endereços con­sid­er­a­dos não con­fiáveis, que é atu­al­iza­da anual­mente. “É impor­tante o con­sum­i­dor ter con­hec­i­men­to da lista para que pos­sa faz­er uma con­sul­ta sobre lojas que não con­hece e ver se o site do qual rece­beu ofer­ta con­s­ta dela lista para evi­tar prob­le­mas.”

Rolim sug­eriu ain­da que, se a pes­soa não con­hece o site, tire as dúvi­das sobre a idonei­dade da loja no Reclame Aqui, no qual desco­brirá se exis­tem recla­mações sobre aque­le por­tal e se são per­ti­nentes. “Out­ro ter­mômetro muito bacana sobre sites descon­heci­dos na área do tur­is­mo é o Tri­pAd­vi­sor, para saber infor­mações sobre deter­mi­na­do hotel ou des­ti­no turís­ti­co”. Segun­do Rolim, as dicas mais bási­cas são as que pro­tegem com mais segu­rança.

Promoções

A camara‑e.net aler­ta que o con­sum­i­dor fique aten­to espe­cial­mente em datas deter­mi­nadas, porque “não existe almoço grátis”. E é pre­ciso descon­fi­ar de pro­moções muito ten­ta­do­ras. “Se a ofer­ta é muito ten­ta­do­ra, se o descon­to está além do bom-sen­so, descon­fie. Porque, nor­mal­mente, isso é fraude, é ten­ta­ti­va de levar a pes­soa uma transação que só vai dar dor de cabeça, levar o din­heiro e os dados pes­soais dela, que não vai ter os pro­du­tos e serviços que está alme­jan­do.”

Eve­lyn Capu­cho con­fir­mou que o con­sum­i­dor deve descon­fi­ar sobre­tu­do de ofer­tas que estão absur­da­mente fora dos val­ores prat­i­ca­dos pelo mer­ca­do. “Que ele se cer­ti­fique de todas as for­mas antes de faz­er a com­pra porque pode ser um golpe.”

Tan­to Eve­lyn quan­to Rolim aler­tam que é pre­ciso ficar sem­pre aten­to às datas de entre­ga e aos meios de paga­men­to, além de canais de comu­ni­cação pós-ven­da. Antes de faz­er a com­pra, o con­sum­i­dor deve ver­i­ficar se existe serviço de atendi­men­to ao con­sum­i­dor (SAC) para recla­mar ou pedir apoio se hou­ver prob­le­ma no pós-ven­da.

O val­or do frete é impor­tante porque, às vezes, a pes­soa recebe uma pro­moção, mas, quan­do faz o cál­cu­lo, desco­bre que é van­ta­joso com­prar o pro­du­to naque­la pro­moção, acres­cen­tou Eve­lyn. Às vezes, a data de entre­ga pode não ser útil para a final­i­dade que o con­sum­i­dor dese­ja.

Segun­do Rolim, é pre­ciso obser­var tam­bém se existe um cadea­do verde de iden­ti­dade no site que está sendo aces­sa­do, o que mostra que o endereço é con­fiáv­el. “São infor­mações bási­cas que a gente aca­ba esque­cen­do de olhar”. Out­ra dica é com­prar em sites que ofer­e­cem out­ros meios de paga­men­to além de cartão de crédi­to, Pix ou trans­fer­ên­cia bancária. Segun­do Rolim, o Pix é um meio de paga­men­to muito impor­tante hoje em dia, mas dá menos segu­rança, caso a pes­soa seja ludib­ri­a­da. No caso do cartão de crédi­to, há pos­si­bil­i­dade de faz­er o estorno da transação se o con­sum­i­dor tiv­er prob­le­ma no fornec­i­men­to do pro­du­to ou com a idonei­dade do site.

O con­sum­i­dor deve man­ter tam­bém os soft­wares (pro­gra­mas de com­puta­dor) atu­al­iza­dos. “O sis­tema opera­cional, nave­g­ador e antivírus devem estar sem­pre atu­al­iza­dos para evi­tar vul­ner­a­bil­i­dades”, afir­mou.

Riscos e problemas

Para Rolim, o cres­cente do uso da inteligên­cia arti­fi­cial por crim­i­nosos exi­girá novas táti­cas de mit­i­gação de riscos, porque a uti­liza­ção da IA com intenções mali­ciosas está mudan­do o cenário de fraude e de risco, aumen­tan­do a eficá­cia dos esforços dos frau­dadores e colo­can­do novos desafios para esta­b­ele­cer e provar a iden­ti­dade de alguém.

O comér­cio eletrôni­co brasileiro fechou o ano pas­sa­do com fat­u­ra­men­to de R$ 185,7 bil­hões e cer­ca de 395 mil­hões de pedi­dos aten­di­dos. Con­sideran­do o cenário das fraudes, 22% dos con­sum­i­dores já pas­saram por uma ten­ta­ti­va, mas não chegaram a ser víti­mas do golpe; 7% foram ludib­ri­a­dos e 71% não sabem se já sofr­eram ten­ta­ti­va de fraude.

Os esque­mas de fraude mais con­heci­dos pelos usuários são: smish­ing (31%), cartão de crédi­to rou­ba­do ou cobrança fraud­u­len­ta (24%), golpe com Pix (24%), lig­ação tele­fôni­ca fraud­u­len­ta (16%), fraude em site legí­ti­mo (20%), phish­ing (16%), din­heiro ou vale-pre­sente (12%), roubo de iden­ti­dade (9%) e con­ta hack­ea­da (9%).

Smish­ing é uma táti­ca crim­i­nosa em que se ten­ta con­vencer uma pes­soa a fornecer infor­mações pri­vadas através de men­sagens SMS ou de tex­to. Já o phish­ing é fal­si­fi­cação de iden­ti­dade, definido tam­bém como fraude eletrôni­ca para obter infor­mações con­fi­den­ci­ais.

No caso de prob­le­mas resul­tantes de com­pras, Eve­lyn Capu­cho disse que o primeiro pas­so é entrar em con­ta­to com a empre­sa que ger­ou o prob­le­ma. Não con­seguin­do solu­cionar o prob­le­ma dire­ta­mente com a empre­sa, o con­sum­i­dor deve se doc­u­men­tar com o número do pro­to­co­lo, men­sagens tro­cadas por e‑mail e What­sApp e procu­rar um dos canais de atendi­men­to do Pro­con RJ para reg­is­trar a recla­mação neste site.

Edição: Nádia Fran­co

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