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Caminhada de mulheres lésbicas protesta contra violências e racismo

Ato também defendeu cidadania e reconhecimento de existências

Flávia Albu­querque — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 21/06/2025 — 20:33
São Paulo
São Paulo (SP), 21/06/2025 - Coletiva da Visibilidade Lésbicas de SP durante caminhada de mulheres lésbicas protesta contra violências e racismo. Cínthia Abreu/Divulgação
Repro­dução: © Cín­thia Abreu/Divulgação

Como parte das ativi­dades da sem­ana da diver­si­dade que pre­cede a 29ª edição da Para­da do Orgul­ho LGBT+ de São Paulo, foi real­iza­da neste sába­do (21) a 23º Cam­in­ha­da de mul­heres lés­bi­cas e bis­sex­u­ais de São Paulo. Com con­cen­tração no Largo do Pais­sandú, às 13h, o grupo cam­in­hou até a Praça da Repúbli­ca com o obje­ti­vo de traz­er vis­i­bil­i­dade às lutas das mul­heres lés­bi­cas e bis­sex­u­ais para dire­itos, cidada­nia e recon­hec­i­men­to de sua existên­cia.

O even­to con­tou com saudações de orga­ni­za­ções, cole­tivos lgbt+, fem­i­nistas, rep­re­sen­tantes do poder públi­co, de enti­dades da sociedade civ­il, além de atrações musi­cais.

“A ideia da cam­in­ha­da surgiu em 2003 a par­tir do Sem­i­nário Nacional de Lés­bi­cas que decid­iu sair das dis­cussões e faz­er um ato pub­li­co. Mul­heres sain­do em cam­in­ha para vis­i­bi­lizá-las den­tro desse sem­ana da diver­si­dade, porque até então não eram tão vis­tas. Foi para lutar por vis­i­bil­i­dade que seguimos car­regan­do a nos­sa ban­deira em um dia de luta e diver­são para cel­e­brar nos­sa existên­cia, nos­sa, vida e reivin­dicar nos­sos dire­itos”, disse Cinthia Abreu, orga­ni­zado­ra da cam­in­ha­da.

De acor­do com a orga­ni­za­ção, em sua 23ª edição, a Cam­in­ha­da de Mul­heres Lés­bi­cas e Bis­sex­u­ais de São Paulo se con­sagra como um dos prin­ci­pais mar­cos de luta e vis­i­bil­i­dade de mul­heres lés­bi­cas e mul­heres bis­sex­u­ais no mês do Orgul­ho LGBTQIA+ na cidade, con­sol­i­dan­do-se como um potente ato políti­co de resistên­cia e insurgên­cia.

“Seguimos ocu­pan­do as ruas em defe­sa intran­si­gente da democ­ra­cia e con­tra todas as for­mas de opressão: o patri­ar­ca­do, o sex­is­mo, o racis­mo, a les­bo­fo­bia e a bifo­bia. Cam­in­hamos firmes, cole­ti­va­mente, afir­man­do nos­sas existên­cias, nos­sas resistên­cias e nos­sas con­quis­tas. Exigi­mos  justiça, dig­nidade e plenos dire­itos para todas as mul­heres lés­bi­cas e bis­sex­u­ais”.

Manifesto

Durante o ato, foi lança­do o Man­i­festo 23ª Cam­in­ha­da de Mul­heres Lés­bi­cas e Bis­sex­u­ais de São Paulo 2025 Por uma vida livre das vio­lên­cias e do racis­mo! Em defe­sa da democ­ra­cia e sem anis­tia aos golpis­tas!, dizen­do que “a les­bo­fo­bia e o racis­mo não ape­nas se entre­cruzam, mas oper­am como forças estru­tu­rais de exclusão que vio­len­tam diari­a­mente, prin­ci­pal­mente as mul­heres negras lés­bi­cas e nos­sa comu­nidade como um todo, negan­do-lhes o aces­so à edu­cação de qual­i­dade, ao mer­ca­do de tra­bal­ho e à cidada­nia”.

Segun­do do man­i­festo, as políti­cas públi­cas não pro­tegem e igno­ram essas pes­soas, já que casos de les­bocí­dios crescem expo­nen­cial­mente a cada ano. “Ness­es casos, o silên­cio e a invis­i­bil­i­dade imper­am per­mitin­do e tam­bém pro­moven­do crimes de ódio com requintes de cru­el­dade. Vamos hon­rar suas memórias tan­to neste man­i­festo quan­to em todas as nos­sas lutas diárias, como mul­heres que pode­ri­am, e ain­da podemos, ter o mes­mo des­ti­no que elas. Recusamos esse cenário para as nos­sas vidas e para toda a sociedade”, afir­ma o tex­to.

Direitos

A diarista Luciana Cabral, 42 anos, par­ticipou da cam­in­ha­da ao lado da com­pan­heira e pro­fes­so­ra de edu­cação físi­ca Palo­ma Cesáreo Cabral, de 39 anos.

Elas são casadas há duas décadas e enten­dem como essen­cial a par­tic­i­pação em atos públi­cos.

“É o ter­ceiro ano que a gente vem. Esta­mos aqui pela políti­ca de sobre­vivên­cia, dire­itos e per­manên­cia, pelo dire­ito de ser quem a gente é”, desta­ca Luciana.

Palo­ma tam­bém lem­bra da importân­cia do diál­o­go com as famílias. Ela con­ta que alguns par­entes inval­i­dam o sen­ti­men­to exis­tente entre mul­heres lés­bi­cas: “Esta­mos casadas há 20 anos e eles ain­da estão esperan­do a gente virar ami­ga.”

Para a cineas­ta Alice Leal Chi­ap­pet­ta, 24 anos, a cam­in­ha­da é uma opor­tu­nidade de levar para as ruas uma luta que não pode ficar restri­ta às redes soci­ais. “Pre­cisamos dessa união políti­ca, essa human­iza­ção de nós mes­mas, nos con­hecer­mos para fora das redes, enten­der tudo que as mais vel­has já lutaram e não perder isso”, ressalta.

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