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Caminhada em São Paulo homenageia vítimas da ditadura

Repro­dução: © Joéd­son Alves/Agência Brasil

Concentração será às 16h do domingo, no antigo DOI-Codi


Publicado em 30/03/2024 — 10:31 Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil — São Paulo

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Os 60 anos do golpe que instau­rou a ditadu­ra mil­i­tar no Brasil serão lem­bra­dos pela Cam­in­ha­da do Silên­cio pelas Víti­mas da Vio­lên­cia de Esta­do, que ocor­rerá no domin­go (31) na zona sul paulis­tana.

Esta será a quar­ta edição do even­to em São Paulo que se rela­ciona com as cam­in­hadas que ocor­rem em out­ros país­es que pas­saram por regimes autoritários no mes­mo perío­do, como a Argenti­na e o Uruguai.

“Muito inspi­ra­do por essas out­ras cam­in­hadas que a gente pas­sou a faz­er aqui no Brasil tam­bém, e esse ano a gente não tem só em São Paulo, mas tam­bém no Rio de Janeiro”, disse o coor­de­nador do Insti­tu­to Vlad­mir Her­zog, Lucas Bar­bosa.

Além do insti­tu­to, par­tic­i­pam da orga­ni­za­ção do ato o Movi­men­to Vozes do Silên­cio, o Núcleo de Preser­vação da Memória Políti­ca e a Sec­re­taria Munic­i­pal de Dire­itos Humanos e Cidada­nia de São Paulo.

Trajeto

A cam­in­ha­da sairá do local onde fun­cio­nou o Cen­tro de Oper­ações de Defe­sa Inter­na (DOI-Codi), na Rua Tutóia, um dos prin­ci­pais locais respon­sáveis pela tor­tu­ra e assas­si­na­to dos opos­i­tores à ditadu­ra.

A con­cen­tração será às 16h e deve reunir pelo menos 10 orga­ni­za­ções, como a União Nacional dos Estu­dantes, a Ordem dos Advo­ga­dos do Brasil — São Paulo, a Comis­são Arns e a Anis­tia Inter­na­cional. Por vol­ta das 18h, o grupo segue em direção ao Mon­u­men­to em Hom­e­nagem aos Mor­tos e Desa­pare­ci­dos Políti­cos, no Par­que Ibi­ra­puera.

Na avali­ação de Bar­bosa, a dis­cussão do pas­sa­do é necessária, para evi­tar que os crimes con­tra a humanidade, con­tra a democ­ra­cia voltem a se repe­tir. “Por que acon­te­ceu o 8 de janeiro?”, ques­tiona. “Pela certeza da impunidade. Quan­do cer­tas fig­uras das forças armadas, não vou diz­er que a total­i­dade das forças armadas, mas quan­do cer­tas fig­uras se per­mitem, dig­amos assim, sen­tar à mesa para dis­cu­tir um plano golpista de ataque à democ­ra­cia, é senão a certeza da impunidade, de que nada vai ser feito, de que nada vai acon­te­cer”, com­para.

Por enten­der essa relação é que, segun­do Bar­bosa, a cam­in­ha­da tam­bém faz hom­e­nagem às pop­u­lações per­iféri­c­as, que seguem sofren­do com a vio­lên­cia poli­cial.

“Não é somente olhar para o pas­sa­do, mas é enten­der que o pas­sa­do reflete dire­ta­mente, quan­do não artic­u­la­do, quan­do não encar­a­do da maneira ade­qua­da, ele reflete dire­ta­mente no pre­sente. Então, acho que víti­mas de vio­lên­cia do Esta­do hoje, por exem­p­lo, como as chaci­nas, é senão um reflexo de uma polí­cia tru­cu­len­ta do pas­sa­do, e que nun­ca foi respon­s­abi­liza­da até hoje.”

Edição: Denise Griesinger

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