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Caminhos da Reportagem destaca importância de cuidados paliativos

Programa vai ao ar nesta segunda-feira, às 23h, na TV Brasil

EBC
Pub­li­ca­do em 10/02/2025 — 13:57
Brasília
Rio de Janeiro (RJ), 10/02/2025 - Caminhos da Reportagem destaca importância dos cuidados paliativos, da TV Brasil. A professora Luciene e seu marido Carlos, que fazem parte do programa Melhor em Casa. Frame: TV Brasil/Divulgação
Repro­dução: © TV Brasil/Divulgação

O pro­gra­ma Cam­in­hos da Reportagem des­ta sem­ana abor­da os cuida­dos palia­tivos e mostra que as ações con­sis­tem em uma abor­dagem acol­he­do­ra a pacientes com doenças graves, incuráveis ou em está­gios avança­dos, e a seus famil­iares. A atração jor­nalís­ti­ca vai ao ar segun­da-feira (10), às 23h, na TV Brasil.

A práti­ca de cuida­dos palia­tivos é rel­a­ti­va­mente recente e muitas pes­soas ain­da descon­hecem o seu sig­nifi­ca­do. Uma das primeiras pes­soas a se dedicar ao assun­to foi Cice­ly Saun­ders, médi­ca e enfer­meira que cui­da­va do alívio das dores de pacientes em fim de vida, na déca­da de 1960, no Reino Unido. Na déca­da seguinte, a psiquia­tra Elis­a­beth Klu­ber-Ross lev­ou o movi­men­to para os Esta­dos Unidos. Naque­la época, essas duas mul­heres já defendi­am os cuida­dos palia­tivos como um trata­men­to mul­ti­dis­ci­pli­nar para o paciente, mas tam­bém para os famil­iares e aque­les que o amam.

Em 2024, os cuida­dos palia­tivos se trans­for­mam em políti­ca públi­ca no Brasil, por meio do Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS). No iní­cio de 2025, foi inau­gu­ra­do, na Bahia, o Hos­pi­tal Estad­ual Mont Ser­rat, o primeiro hos­pi­tal brasileiro espe­cial­iza­do em cuida­dos palia­tivos.

O que é

Cuida­dos palia­tivos são o con­jun­to de práti­cas médi­cas, psi­cológ­i­cas e soci­ais voltadas para mel­ho­rar a qual­i­dade de vida dos pacientes. Tra­ta-se de uma abor­dagem mul­ti­profis­sion­al, que envolve médi­cos, assis­tentes soci­ais, enfer­meiros, den­tis­tas, psicól­o­gos, fonoaudiól­o­gos, entre out­ros. O obje­ti­vo não é nec­es­sari­a­mente curar, mas aliviar o sofri­men­to, con­tro­lar sin­tomas (como dor, fal­ta de ar e ansiedade) e ofer­e­cer suporte emo­cional, tan­to para o paciente quan­to para sua família.

“É uma abor­dagem da saúde que, se eu pudesse sim­pli­ficar em uma palavra, seria con­for­to. Eu uso a metá­fo­ra de que rece­ber um diag­nós­ti­co de uma doença grave é como estar num voo tur­bu­len­to. O des­ti­no é incer­to e o voo vai ser difí­cil, mas eu ten­ho uma boa notí­cia: nós vamos levar você para a primeira classe. O voo vai seguir difí­cil, tur­bu­len­to e incer­to, mas lá você vai ter mais con­for­to e uma equipe que é espe­cial­iza­da para te acol­her, para te aten­der, para con­ver­sar com você, enten­deu?”, expli­ca Tom Almei­da, fun­dador do Movi­men­to inFINI­TO, uma ini­cia­ti­va que pro­move diál­o­gos sobre a vida, a morte e os cuida­dos palia­tivos.

Rio de Janeiro (RJ), 10/02/2025 - Caminhos da Reportagem destaca importância dos cuidados paliativos, da TV Brasil. A médica e escritora Ana Claudia Quintana Arantes. Frame: TV Brasil/Divulgação
Repro­dução: Mdi­ca e escrito­ra, Ana Clau­dia Quin­tana Arantes diz que o cuida­do palia­ti­vo pode mel­ho­rar a qual­i­dade de vida das pes­soas e faz­er com que elas vivam mais, . Frame: TV Brasil/Divulgação — TV Brasil/Divulgação

A médi­ca e escrito­ra Ana Clau­dia Quin­tana Arantes se define como uma ativista da cul­tura de cuida­do. Auto­ra de livros como “A morte é um dia que vale a pena viv­er”, ela afir­ma que a entra­da pre­coce em cuida­dos palia­tivos é pode mel­ho­rar a qual­i­dade de vida das pes­soas e faz­er com que elas vivam mais. “Como nós temos uma atenção muito cuida­dosa para todas as dimen­sões do sofri­men­to, con­segue-se faz­er com que essa pes­soa ten­ha um desem­pen­ho clíni­co mel­hor. Se ela está sem dor, se está dor­min­do bem, se a família está paci­fi­ca­da e ela tem aces­so ao trata­men­to que é necessário, é isso que vai real­mente faz­er com que ela viva bem”, expli­ca.

Toda pes­soa que estiv­er com uma doença que ameace a con­tinuidade da vida pode ser ben­e­fi­ci­a­da por o trata­men­to. Um exem­p­lo é o de Robert Thomp­son, um sen­hor inglês de 91 anos, que mora em Brasília e vive, há 13 anos, em cuida­dos palia­tivos. Aten­di­do pelo Hos­pi­tal de Apoio na cap­i­tal, ele con­vive com um câncer metastáti­co. Bob, como é chama­do, pas­sa os dias pin­tan­do telas em sua casa e fazen­do peque­nas embar­cações de madeira.

Em casa

O gov­er­no fed­er­al criou, em 2011, um pro­gra­ma chama­do Mel­hor em Casa, que faz parte do Sis­tema Úni­co de Saúde, o SUS. É uma ini­cia­ti­va que ofer­ece cuida­do domi­cil­iar para pacientes que pre­cisam de atenção con­tínua, como é o caso de algu­mas pes­soas que estão em cuida­dos palia­tivos.

A pro­fes­so­ra Luciene Fer­reira Macha­do Cibel­la con­hece bem o pro­gra­ma. Seu mari­do Car­los Hen­rique sofreu um aci­dente vas­cu­lar cere­bral, há quase dois anos, numa visi­ta a Brasília. Eles tin­ham via­ja­do para uma fes­ta de casa­men­to quan­do o AVC ocor­reu. Des­de então, estão na casa de uma sobrin­ha, receben­do o acom­pan­hamen­to da equipe mul­ti­dis­ci­pli­nar do pro­gra­ma.

“Eu falo que é um home­care onde eles ficam lá e a gente fica aqui. Porque se a gente pre­cis­ar, man­damos men­sagem e eles respon­dem na hora, o que eu acho muito legal.”, con­ta Luciene.

Rio de Janeiro (RJ), 10/02/2025 - Caminhos da Reportagem destaca importância dos cuidados paliativos, da TV Brasil. Fernanda Pires está em cuidados paliativos e conta com apoio da familia. Frame: TV Brasil/Divulgação
Repro­dução: Fer­nan­da Pires está em cuida­dos palia­tivos e con­ta com apoio da famil­ia. Frame: TV Brasil/Divulgação — TV Brasil/Divulgação

Fer­nan­da Pires é pro­fes­so­ra e desco­briu um câncer de mama em 2016. Em 2019, ela teve a primeira metás­tase no pul­mão. Como o câncer não teria pos­si­bil­i­dade de cura, Fer­nan­da pas­sou a con­tar com os cuida­dos palia­tivos. “Foi um proces­so de mui­ta trans­for­mação e muito apren­diza­do. Porque eu pas­sei a ver a vida de out­ra for­ma”. Fer­nan­da se tornou vol­un­tária de algu­mas ONGs, como a Oncogu­ia, o Insti­tu­to Ana Michele Soares, o Insti­tu­to Amor Rosa e o Heliópo­lis Com­pas­si­va, para apoiar out­ras pes­soas que tam­bém recebem um diag­nós­ti­co de doença que ameaça a vida.

“O impor­tante é eu levar a min­ha bon­dade para o out­ro e ter Deus. Porque é ele que ali­men­ta a min­ha fé pra vida, em relação a cuidar do out­ro”, afir­ma Fer­nan­da.

Para Alexan­der Mor­eira, psiquia­tra e para­p­sicól­o­go, a espir­i­tu­al­i­dade pode aju­dar muito os famil­iares e os pacientes. “A espir­i­tu­al­i­dade é fun­da­men­tal nos cuida­dos palia­tivos. Será que a morte é uma por­ta ou é um muro? Então o cuida­do palia­ti­vo é extrema importân­cia e o apoio espir­i­tu­al tam­bém, pois per­mite real­mente um proces­so mais suave nes­sa pas­sagem do indi­ví­duo”, avalia Alexan­der.

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