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Caminhos da Reportagem discute tecnologias inovadoras para uso do lixo

Repro­dução: © Frame TV Brasil

Programa apresenta projetos que usam resíduos como matéria-prima


Publicado em 26/05/2024 — 10:15 Por Agência Brasil — Brasília

Edição inédi­ta do pro­gra­ma Cam­in­hos da Reportagem desta­ca, neste domin­go (26), ini­cia­ti­vas de negó­cios que usam o lixo como matéria-pri­ma e fonte de ren­da. às 22h, na TV Brasil. O Val­or do Lixo é o tema da pro­dução jor­nalís­ti­ca. O con­teú­do pode ser vis­to no App TV Brasil Play.

A matéria espe­cial apre­sen­ta­da pelo canal públi­co rev­ela diver­sas tec­nolo­gias ino­vado­ras. Uma delas, desen­volvi­da pela Uni­ver­si­dade de Brasília (UnB), per­mite a reci­clagem de bitu­cas de cig­a­r­ro, trans­for­man­do-as em celu­lose e, con­se­quente­mente, em papel. Out­ra téc­ni­ca mostra­da pelo pro­gra­ma con­verte iso­por em uma mas­sa mod­eláv­el para con­ser­tos em metais e em madeiras.

Cam­in­hos da Reportagem ain­da tra­ta de assun­tos rel­e­vantes como com­postagem, resí­du­os orgâni­cos e reaproveita­men­to. Tam­bém dis­cute o con­ceito de econo­mia cir­cu­lar e expli­ca a des­ti­nação cor­re­ta do lixo eletroeletrôni­co por meio da reci­clagem.

A pro­dução ain­da sinal­iza que o país reci­cla ape­nas 4% de todos os resí­du­os sóli­dos que gera anual­mente. Em 2022, o Brasil pro­duz­iu cer­ca de 82 mil­hões de toneladas de lixo, o que cor­re­sponde a 224 mil toneladas por dia. Isso sig­nifi­ca que cada cidadão pro­duz­iu, em média, pouco mais de 1 qui­lo de resí­du­os por dia. Os dados são do Panora­ma dos Resí­du­os Sóli­dos no Brasil 2022, pub­li­cação da Asso­ci­ação Brasileira de Empre­sas de Limpeza Públi­ca e Resí­du­os Espe­ci­ais (Abrelpe).

Projetos inovadores

O pro­gra­ma jor­nalís­ti­co mostra histórias de empreende­dores que inve­sti­ram em pro­je­tos ino­vadores. A empre­sa baiana Reparô, cri­a­da por Luciana Luz e seu fil­ho Lucas, desen­volve uma tec­nolo­gia que trans­for­ma iso­por em mas­sa mod­eláv­el. A pro­pos­ta é cri­ar um pro­du­to empre­ga­do para faz­er reparos vari­a­dos em mate­ri­ais de diver­sas naturezas como metais e madeiras.

Para Juliana Borges, anal­ista de com­pet­i­tivi­dade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque­nas Empre­sas (Sebrae), a Reparô é um exem­p­lo de peque­na empre­sa que encon­trou uma solução ino­vado­ra para um desafio com­plexo. “A Reparô, hoje, está crescen­do, tem bus­ca­do investi­dores, e eu acho que é uma das empre­sas que a gente vai se orgul­har muito de ser uma ini­cia­ti­va brasileira na solução de prob­le­mas com­plex­os, como a questão do iso­por”, afir­ma.

Já Mar­cos Poia­to, dono da empre­sa Poia­to Reci­cla, con­ta que se inter­es­sou pela tec­nolo­gia há mais de dez anos e imple­men­tou uma usi­na de reci­clagem de bitu­cas em Votoran­tim, no esta­do de São Paulo. Atual­mente, a usi­na atende a mais de 700 clientes ao recol­her as pon­tas de cig­a­r­ro, reci­clar e fornecer a mas­sa celulósi­ca para apli­cações vari­adas, como a pro­dução de velas e papel reci­cla­do.

Fer­nan­da Romero, ger­ente de Políti­cas para Quími­cos do Pro­gra­ma das Nações Unidas para o Meio Ambi­ente, ressalta a importân­cia finan­ceira da reci­clagem de resí­du­os sóli­dos. “Uma vez ado­tadas as práti­cas de reú­so, recu­per­ação, reparo, reman­u­fatu­ra, a gente pode ger­ar lucro líqui­do anu­al de US$ 100 bil­hões”, expli­ca.

Compostagem e reaproveitamento

A com­postagem é abor­da­da no pro­gra­ma da TV Brasil. O Cam­in­hos da Reportagem indi­ca o méto­do de cole­ta e a sep­a­ração de resí­du­os orgâni­cos. O que é lixo para alguns serve matéria-pri­ma para out­ros. O empresário Micael Cobelo, por exem­p­lo, fez da com­postagem de lixo orgâni­co o seu gan­ha-pão com a cole­ta em residên­cias.

“A gente disponi­bi­liza um kit para faz­er a sep­a­ração dos resí­du­os, que é um bald­in­ho de 16 litros, mais uma saco­la com­postáv­el, além de ser­ragem para evi­tar o mau cheiro. E faze­mos a cole­ta uma vez por sem­ana. Depois da cole­ta, a gente leva para o nos­so pátio de com­postagem, onde usa o méto­do ter­mofíli­co (que uti­liza tem­per­at­uras ele­vadas para decom­posição dos mate­ri­ais). Então, a gente con­segue com­postar tan­to cozi­dos, carnes e cítri­cos, que são matérias orgâni­cas não com­postadas nos min­hocários domés­ti­cos”, expli­ca Micael.

A chefe da Unidade de Medição e Mon­i­tora­men­to do Serviço de Limpeza Urbana do Dis­tri­to Fed­er­al (SLU), Andréa Almei­da, diz que, de todo o quan­ti­ta­ti­vo de resí­du­os sóli­dos ger­a­dos, aprox­i­mada­mente 65% são resí­du­os orgâni­cos, 25%, reci­cláveis (plás­ti­co, papel, vidro e alumínio) e 10%, rejeitos (papel higiêni­co, absorventes, fral­das e más­caras de pro­teção, entre out­ros).

A espe­cial­ista ressalta a importân­cia do reaproveita­men­to dos resí­du­os para o meio ambi­ente e a vida útil dos ater­ros san­itários. Para ela, quan­to menos lixo for envi­a­do para os ater­ros, mais tem­po eles duram, reduzin­do a neces­si­dade de cri­ação de novos ater­ros.

“Nós recebe­mos cer­ca de 500 toneladas por dia chegan­do no ater­ro san­itário. E esse mate­r­i­al, se fos­se seg­re­ga­do na fonte, na casa das pes­soas, não chegaria ao ater­ro san­itário. Inter­es­sante diz­er tam­bém que, por mais que se faça a sep­a­ração, se for fei­ta de modo incor­re­to, mis­tu­rar o orgâni­co com o sele­ti­vo, perde-se esse mate­r­i­al. Ele vai chegar lá nos nos­sos cata­dores, no nos­so cen­tro de triagem, vai sim­ples­mente pas­sar pela esteira e vai como rejeito para o ater­ro san­itário. Ou seja, ele só passeou”, ressalta Andréa.

Economia circular e eletroeletrônicos

A pro­dução da TV Brasil tam­bém desta­ca a importân­cia da reci­clagem de eletroeletrôni­cos. Para mostrar os bene­fí­cios para o meio ambi­ente, o pro­gra­ma acom­pan­ha um dos negó­cios da Pro­gra­man­do o Futuro, no Dis­tri­to Fed­er­al.

Coor­de­nador finan­ceiro da orga­ni­za­ção da sociedade civ­il cri­a­da há 23 anos, ini­cial­mente como um pro­je­to de inclusão dig­i­tal para jovens, Fábio Oliveira Pai­va fala sobre a ini­cia­ti­va no Cam­in­hos da Reportagem. O negó­cio, que era uma ideia para capac­i­tar as pes­soas, tornou-se um pro­je­to ded­i­ca­do à des­ti­nação cor­re­ta do eletroeletrôni­co.

“No desen­volvi­men­to do proces­so, começamos a rece­ber doações de empre­sas, de órgãos públi­cos, e boa parte das coisas não tin­ha condições de fun­ciona­men­to. Então, em vez de resolver um prob­le­ma, aju­dar as pes­soas, começamos a cri­ar um prob­le­ma para nós mes­mos. O que faz­er com esse tan­to de equipa­men­to que não tem ser­ven­tia? Não pode jog­ar no lixo, não pode jog­ar na rua, o lix­eiro não vai levar. E começou a acu­mu­lar… Foi quan­do ver­i­fi­camos que parte dess­es equipa­men­tos, que não têm condições de uso, têm um val­or men­su­ra­do den­tro deles, que pode ser rever­tido para as ativi­dades da enti­dade”, enfa­ti­za Fábio.

Hoje, a empre­sa desmon­ta os equipa­men­tos que não têm condições de uso, sep­a­ra as partes de acor­do com o mate­r­i­al, e dá a des­ti­nação cor­re­ta. Os plás­ti­cos, por exem­p­lo, são trit­u­ra­dos e ven­di­dos para empre­sas que fazem a reci­clagem desse tipo de mate­r­i­al – serviço fun­da­men­tal para esten­der a vida útil do plás­ti­co, evi­tan­do a reti­ra­da de mais petróleo da natureza.

A atração da TV Brasil, que vai ao ar às 22h deste domin­go, desta­ca como a econo­mia cir­cu­lar une o desen­volvi­men­to econômi­co à sus­tentabil­i­dade. A dinâmi­ca ocorre por meio de novos mod­e­los de negó­cios e da otimiza­ção nos proces­sos de fab­ri­cação com menor dependên­cia de matéria-pri­ma virgem, pri­or­izan­do insumos mais duráveis, reci­cláveis e ren­ováveis.

Edição: Nádia Fran­co

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