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Campanha alerta sobre importância da prevenção do câncer de pênis

Repro­duçao: Por­tal Urolo­gia

Doença provocou mais de 4 mil mortes em uma década no Brasil


Pub­li­ca­do em 01/02/2024 — 07:48 Por Alana Gan­dra – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A Sociedade Brasileira de Urolo­gia (SBU) lança quin­ta-feira (1º) a Cam­pan­ha de Pre­venção e de Com­bate ao Câncer de Pênis, com o obje­ti­vo de con­sci­en­ti­zar os brasileiros sobre a importân­cia da pre­venção. Segun­do o Min­istério da Saúde, no perío­do de 2012 a novem­bro de  2022, foram reg­istra­dos no país 21,766 mil casos de câncer de pênis. Hou­ve 6,456 mil amputações do órgão gen­i­tal mas­culi­no de 2013 a 2023, com média anu­al em torno de 600 amputações. De 2011 a 2021, a doença provo­cou mais de 4 mil mortes no Brasil.

A cam­pan­ha, que está na quar­ta edição, mar­ca a pas­sagem do Dia Mundi­al de Com­bate ao Câncer, no domin­go (4)

De acor­do com o pres­i­dente da SBU, Luiz Otávio Tor­res, os dados mostram que mais da metade dos home­ns diag­nos­ti­ca­dos já estavam em fase avança­da do câncer. Em entre­vista à Agên­cia Brasil, Tor­res disse que este é o úni­co tipo de câncer que pode ser evi­ta­do com água e sabão. O médi­co enfa­ti­zou que o câncer de pênis, na maio­r­ia dos casos, pode ser evi­ta­do com higi­en­iza­ção cor­re­ta do pênis.

A maior incidên­cia da doença é obser­va­da nas regiões Norte e Nordeste e está muito rela­ciona­da ao nív­el socioe­conômi­co. “Sócio, porque a pes­soa não tem o hábito de se higi­en­izar. Isso está rela­ciona­do à parte social. Na parte econômi­ca, tam­bém. Quem tem uma condição mel­hor, tem aces­so a uma série de infor­mações”, afir­mou Tor­res.

Hospitais públicos

A SBU está bus­can­do adesão de hos­pi­tais públi­cos à cam­pan­ha em todo o país, para que ofer­eçam condições para real­iza­ção de cirur­gias gra­tu­itas. Mutirões de urol­o­gis­tas das 24 sec­cionais da SBU farão a pos­tec­to­mia (reti­ra­da do prepú­cio) nos casos em que este não expõe total­mente a glande, ou cabeça do pênis e, por exten­são, não per­mite a higi­en­iza­ção cor­re­ta do pênis. É pre­ciso con­seguir local e mate­r­i­al para faz­er as cirur­gias. “Esta­mos ten­tan­do faz­er a cam­pan­ha no maior número pos­sív­el de sec­cionais da SBU. Temos 29 dias de fevereiro para ten­tar”, disse Tor­res.

Durante todo o mês de fevereiro, médi­cos da SBU esclare­cerão dúvi­das sobre a doença nas redes soci­ais da enti­dade no Insta­gram, Face­book e Tik Tok.

“Não se tra­ta de sair fazen­do pos­tec­to­mia em todo mun­do”, ressaltou o médi­co. Ele expli­cou que o pro­ced­i­men­to é indi­ca­do quan­do o homem tem fimose ver­dadeira, isto é, quan­do puxa o prepú­cio, a pele, e não expõe a glande. “Ele não con­segue lavar. Quan­do ele tem o prepú­cio, puxa e expõe a glande, não pre­cisa tirar o prepú­cio. É só lavar o pênis.”

Tor­res lem­brou que, muitas vezes, a pes­soa tem condição socioe­conômi­ca ruim e não lava o pênis. “Então, é mel­hor tirar o prepú­cio porque a glande fica expos­ta. Mes­mo que não lave, ele não está com o prepú­cio segu­ran­do a sujeira lá den­tro”. Em edições ante­ri­ores da cam­pan­ha, médi­cos fil­i­a­dos à SBU chegaram a realizar mais de 200 pos­tec­to­mias por ano.

Sinais

Os sinais mais comuns do câncer de pênis são feri­das que não cica­trizam; secreção com forte odor; espes­sa­men­to ou mudança de cor na pele da glande. “Isso pode acabar evoluin­do para um câncer. São lesões exter­nas em que a coceira não pas­sa”, disse o pres­i­dente da SBU. Quan­do já está em fase avança­da, podem apare­cer nódu­los na vir­il­ha.

O tabag­is­mo é um dos fatores de risco. “O que se sabe é que, na pop­u­lação tabag­ista, a incidên­cia é maior do que entre os não fumantes”, expli­cou Tor­res. A maio­r­ia dos cânceres de pênis ocorre a par­tir dos 50 anos de idade. De acor­do com o médi­co, isso não exclui casos mais raros, em home­ns de menos idade. A infecção pelo HPV (papi­lo­mavírus humano) é out­ra causa.

O pres­i­dente da SBU infor­mou que a vaci­na con­tra o HPV está disponív­el gra­tuita­mente no Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS) e deve ser toma­da por meni­nas e meni­nos de 9 a 14 anos. “Além de água e sabão, a úni­ca coisa que pode pre­venir [o câncer de pênis] é não fumar e, tam­bém, a vaci­na con­tra o HPV, que todos devem tomar na ado­lescên­cia”. É recomen­da­do tam­bém o uso de preser­v­a­ti­vo, para evi­tar con­t­a­m­i­nação por infecções sex­ual­mente trans­mis­síveis, como o HPV.

O Brasil é um dos três país­es com maior incidên­cia e mor­tal­i­dade por esse tipo de câncer Fica atrás ape­nas dos país­es da África Sub­saar­i­ana. “Está rela­ciona­do ao hábito e à infor­mação”, reforçou Tor­res.

Cura

Quan­do descober­ta no iní­cio, a doença tem alta chance de cura. “Quan­do o diag­nós­ti­co é feito em fas­es ini­ci­ais, con­seguimos tratar com a remoção somente da pele, evi­tan­do a reti­ra­da do pênis”, afir­mou o médi­co Roni de Car­val­ho Fer­nan­des, dire­tor da Esco­la Supe­ri­or de Urolo­gia.

De acor­do com o Códi­go Lati­no-Amer­i­cano e Cariben­ho con­tra o Câncer, elab­o­ra­do com apoio da Agên­cia Inter­na­cional para Pesquisa do Câncer da Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde e da Orga­ni­za­ção Pan-Amer­i­cana de Saúde, o câncer de pênis tem as maiores incidên­cias do mun­do em país­es da Améri­ca Lati­na e Caribe.

Edição: Nádia Fran­co

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