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Campanha alerta sobre perigo de nódulos no pescoço, axilas e virilha

 

Repro­dução: Agên­cia Brasil / EBC

Agosto Verde chama a atenção para o linfoma, tipo de câncer no sangue


Publicado em 21/08/2024 — 08:48 Por Flávia Albuquerque — Repórter da Agência Brasil — São Paulo

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O lin­fo­ma é um dos dez tipos de câncer mais fre­quentes no país. Só em 2024, dev­erão ser reg­istra­dos 15.120 casos da doença, que, quan­do não trata­da, pode pro­gredir e causar febre sem moti­vo no fim do dia, suor noturno e per­da de peso súbi­ta. A cam­pan­ha Agos­to Verde-Claro aler­ta a pop­u­lação sobre esse tipo de câncer no sangue, que pode ter grandes chances de recu­per­ação e cura, caso seja diag­nos­ti­ca­do pre­co­ce­mente.

A prin­ci­pal recomen­dação é de que as pes­soas sem­pre este­jam aten­tas ao prin­ci­pal sinal ini­cial: o surg­i­men­to de caroços indo­lores em qual­quer lugar do cor­po, como pescoço, vir­il­has e axi­las, que podem ger­ar descon­for­to. O Agos­to Verde-Claro é uma ini­cia­ti­va da Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS) que procu­ra ampli­ar o con­hec­i­men­to da pop­u­lação acer­ca do lin­fo­ma.

“Se o paciente tem um nódu­lo na axi­la, no pescoço ou na vir­il­ha, é pre­ciso saber se isso está asso­ci­a­do a algum quadro infec­cioso ou não. Se ele está gri­pa­do, res­fri­a­do, tem algu­ma infecção local, esse gânglio provavel­mente é uma sequela. Por exem­p­lo, se a pes­soa tem uma dor de dente e aumen­tou um lin­fon­o­do no pescoço, se o paciente fez a bar­ba e se cor­tou, se depilou a axi­la e apare­ceu um lin­fon­o­do que cresceu de for­ma ráp­i­da e está dolori­do e se tem infecção naque­le local, provavel­mente é um quadro infec­cioso”, expli­cou a hema­tol­o­gista da Oncolo­gia D’Or, Rena­ta Lyrio .

Segun­do ela, é indi­ca­do procu­rar o oncol­o­gista se existe um lin­fon­o­do e o paciente não tem nen­hu­ma queixa infec­ciosa e se hou­ve o cresci­men­to de for­ma espon­tânea e o aumen­to é pro­gres­si­vo. Ain­da é pre­ciso ficar mais aten­to se hou­ver febre e per­da de peso. “Se a pes­soa se sente doente, indis­pos­ta, tam­bém é sinal de aler­ta”, disse Rena­ta.

Ela ressaltou que, nos últi­mos anos, hou­ve grandes avanços no trata­men­to da enfer­mi­dade. No iní­cio do ano, por exem­p­lo, a Agên­cia Nacional de Vig­ilân­cia San­itária (Anvisa) aprovou o Epcori­ta­m­abe, anti­cor­po biespecí­fi­co para tratar um tipo agres­si­vo de câncer do sangue: o lin­fo­ma difu­so de grandes célu­las B recidi­va­do (que voltou) ou refratário (que não mel­ho­ra com as ter­apias disponíveis). Esse é o sub­tipo mais comum dos lin­fo­mas não Hodgkin, que responde por 30% dos casos de lin­fo­mas. Os anti­cor­pos biespecí­fi­cos são uma nova classe de medica­men­tos, cri­a­dos por engen­haria genéti­ca.

“Essa ter­apia pos­sui dois braços. Um deles se liga ao tumor e o out­ro a célu­las T do sis­tema imunológi­co, fazen­do com que elas ataquem as célu­las can­cerí­ge­nas.  Em pouco tem­po, a dro­ga será aprova­da para lin­has mais pre­co­ces de trata­men­to e para out­ros tipos de lin­fo­ma, como o lin­fo­ma folic­u­lar e o lin­fo­ma do man­to.”, disse.

O lin­fo­ma é um ter­mo genéri­co para des­ig­nar um grupo de tumores que se orig­i­nam nas célu­las bran­cas do sangue (lin­fóc­i­tos) e se desen­volvem nos gânglios lin­fáti­cos (lin­fon­o­dos). Eles se divi­dem entre lin­fo­ma de Hodgkin e não Hodgkin. O primeiro responde por cer­ca de 20% dos casos da doença e acomete prin­ci­pal­mente ado­les­centes e jovens (dos 15 aos 25 anos), com um segun­do pico de fre­quên­cia em idosos (com mais de 75 anos). É um lin­fo­ma de bom prognós­ti­co e asso­ci­a­do a alta chance de cura.

O lin­fo­ma não Hodgkin com­preende 50 neo­plasias difer­entes que ocor­rem em cri­anças, ado­les­centes e adul­tos, tor­nan­do-se mais fre­quente à medi­da que as pes­soas envel­he­cem. Segun­do a lit­er­atu­ra médi­ca, 85% dos lin­fo­mas não Hodgkin afe­tam as célu­las B, cuja função é pro­duzir anti­cor­pos con­tra antígenos. Os out­ros 15% afe­tam as célu­las T, que destroem micro-organ­is­mos e célu­las anor­mais e reg­u­lam a ativi­dade de out­ras célu­las do sis­tema imunológi­co.

De acor­do com a clas­si­fi­cação, os lin­fo­mas podem ser agres­sivos crescem e se espal­ham com grande rapi­dez, pre­cisan­do de trata­men­to ime­di­a­to. Já os indo­lentes aumen­tam e se dis­sem­i­nam lenta­mente e, ape­sar de dis­pen­sarem trata­men­to em caráter emer­gen­cial, devem ser acom­pan­hados por um hema­tol­o­gista. O trata­men­to é feito com quimioter­apia, imunoter­apia, ter­apia-alvo radioter­apia, trans­plante de célu­las-tron­co, cirur­gia ou a ter­apia celu­lar, con­heci­da como CAR-T- cell (sigla em inglês para recep­tor antigêni­co quiméri­co de célu­las T).

Edição: Graça Adju­to

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